31 de mai. de 2010

Prova de Ciências amanhã

A história se repete e lá estou eu, mais uma vez, estudando ecossistemas com meu filho. Não consigo deixar o bichinho perdido no meio dos polígrafos. No quarto tem brinquedo, no quarto ao lado tem o mano vendo TV. É muita tentação. E eu, que sempre preservei notas boas, decido ajudar. Deixo o cansaço de lado, quase explico que desmatamento é quando a mulher marca depilação. Não é uma boa hora para piadinhas sem graça. Respiro fundo - oxigênio faz parte do ecossistema - e vou lendo junto, polígrafo a polígrafo, numa tradução simultanea.
As paredes entenderam tudo, já o Fabinho cochilou na minha cara. Mandei pro banho - água também é fundamental no ecossistema.

Blogueiras bocudas

Quando a gente começa um blog, acha que vai conseguir manter o mínimo de distanciamento e não se expor tanto assim. Com o tempo, vemos que é quase impossível, os dedos disparam no teclado, o pensamento flui, o texto sai sem cortes. A insegurança vai embora, parece que as ideias organizam elas mesmas os parágrafos. As imagens também falam, às vezes até mais do que eu. Depois de postar, eu saio leve. E se não venho, sinto falta, o dia não fica completo. Dividir é isso, a gente tem que se dar um pouquinho. Aqui eu gesticulo sem mover um músculo, meu coração é co-autor. Ter um blog é deixar a chave da casa embaixo do tapetinho. Pode entrar e se servir dos meus escritos.
Ilustração: FFFFound

No seco

Fiquei com pena do meu carro. Totalmente desidratado, no deserto do Saara, sem uma gota de água. Sinceramente, não sei como ele aguentou. Podia ter deixado um post-it no vidro, lembrando essa insensível proprietária de que, às vezes, é preciso colocar água naquele reservatório lá da frente. Coisa de mulher, lógico. Esqueci por completo. Há meses, há séculos. Eu dirijo bem, mas esqueço esses detalhes operacionais. Já aproveitei e botei óleo, que também estava quase no seco. Se eu fosse o meu carro, furava um pneu de propósito só pra eu aprender.

Foto: Elizaberth Weinberg

Sou brega, sim

Não venha dizer que você nunca é. Ser brega é ter pensamentos singelos nesse mundo contemporâneo, hype e über moderno. Quer coisa mais brega do que um casamento que dura aaaaaaanos? Quer breguice maior do que levar os filhos pra Disney e ser megadivertido? Falando nos meus filhos, eles devem achar superbrega ter um pai e uma mãe que não se separaram e são felizes juntos - putz, a gente é a família mais brega do planeta!!
Tem outra. Eu achava muito brega sonhar com casa na praia, isso até o dia em que nós compramos uma. Coisa mais grega: nós quatro tiramos foto na frente do plantão de vendas! E com uma garrafa de champanhe! O mais brega dos bregas é ficar sonhando com a tal da cerquinha branca, os móveis, os almoços no pátio - sim, minha breguice não tem limites, já aviso que terei um pátio com grama e plantas.
Por mais que eu leia a Wallpaper, a Nylon e outras revistas descoladas, meus olhos se encantam com os momentos bregas da vida. Seja brega, persista sendo brega. Qalquer dia desses, nós seremos tendência de comportamento. Os bregas dizem eu te amo, compram vasinhos de violeta, comem bergamota no sol, adoram arroz com ovo frito, dormem de meia no inverno, fazem figa pra dar sorte, usam talco no pé, espetam o bolo quente com palito. Quer a prova cabal de que eu sou terrivelmente brega? Adivinha a primeira coisa que fiz quando comprei meu Iphone? Enchi de fotos dos meus filhos. Bregas, uni-vos!!
Foto: FFFFound

A Copa do Mundo é deles

Quem mandou nascer no país do futebol. De quatro em quatro anos, eu me sinto uma legítima estranha no ninho. Pessoas me olham incrédulas quando afirmo que não vejo os jogos da Copa. "Nem as finais?" Nana-nina-não. Digamos que eu acompanho como curiosidade geral, mas faria o mesmo se fosse um atentado na Bósnia ou uma catástrofe ambiental no Suriname. Até porque é difícil manter o autismo com todas as TVs da casa e do mundo ligadas no futebol.
Vai ser insuportável suportar o Galvão Bueno, a prepotência daquele homem me irrita demais. Por outro lado, eu curto ver as pessoas mobilizadas por um único assunto, as conversas de elevador ficam mais animadas. Eu falo da empolgação que tira muita gente do limbo existencial. Durante a Copa, os vizinhos apáticos adquirem olhos que brilham, o dia passa mais rápido para o motorista do taxi, os sobrinhos que pedem esmola esquecem o frio e a fome. Isso é válido.
Só tem uma coisa que eu adoraria fazer durante a Copa: ser descomentarista! Eu, sim, deveria estar agora na África da Sul. Imagine um olhar feminino e completamente isento emocionalmente dando pitacos sobre as cidades, os safaris, a comida, os uniformes, o povo. Eu acharia coisas bem mais interessantes para falar, e não aquela mesmice do "foi gol - foi falta - foi culpa do Dunga". Imagine uma descomentarista esportiva mergulhada no antro do futebol!! A audiência desse blog ia bombar. Como isso não tem a menor chance de acontecer, ainda mais em um país masculino como o nosso, vou imaginando o que farei na hora dos jogos. Um capuccino amigo, um cinema, tampões nos ouvidos e a raridade de ter um tempinho para mim.

Foto: FFFFound

30 de mai. de 2010

A minha cama é o meu castelo


Nada é tão relaxante quanto desabar o corpinho cansado numa cama fofa. Eu adoro essa hora, coisa gostosa reencontrar meu travesseiro. E se é o dia em que os lençóis foram trocados, melhor ainda. Um banho quente, a luzinha de cabeceira iluminando o quarto e... cama! Deitar e esticar as pernas, ajeitar o travesseiro, puxar o cobertor. Pode tanta felicidade?

28 de mai. de 2010

Fashion Rio e SPFW X vida real

Eu acho a moda um assunto tão interessante. Não necessariamente o que acontece nas passarelas. Nem as tendências, que são sempre as mesmas com alguns nomes reinventados. Você já viu um verão sem o Naivy, uma primavera sem estampas de flores e um outono-inverno sem o preto?
O que eu gosto é da livre interpretação que as pessoas fazem dessa coisa maluca chamada moda. Algumas se escravizam, outras não ligam a mínima, ou se assustam ou se divertem muito - a rua é um provador sem cortinas, observe. Com certeza as revistas de moda e as personagens das novelas socorrem o mulherio. Quando a informação vem mastigada, fica mais fácil fazer o paralelo com o que se tem em casa. Imagine folhear um livro maravilhoso de receitas e depois ter que se virar com o que tem na geladeira.
Gostando ou não de moda, a gente precisa cobrir o corpo para sair de casa - e haja inspiração, referências, truquezinhos, bom gosto e um espelho de corpo inteiro pra evitar atrocidades. Mesmo assim, erramos feio às vezes (alguns estilistas, também). Sorte que, na manhã seguinte, temos uma nova chance pra acertar. Ou errar mais discretinho.

Foto: Dan Estabrook

Balanço dos 3 meses

Você já deve ter percebido que eu estou completamente apaixonada pelo Pilates. Em 3 meses de aulas, já desenvolvi uma boa consciência corporal. Senão, não dá pra acompanhar. Descobri meus ísquios e as escápulas - e o que fazer com eles. Também já consigo abrir um sorriso tímido com a clavícula e juro que tento derreter as costelas, mas ainda é difícil. Deve ser por isso que eu me achei no Pilates: é o paraíso das figuras de linguagem.
Imagine ter que ativar o assoalho pélvico sem ter ideia de onde ele está. É como tentar achar o interruptor de luz num quarto escuro.

Repeat after me

Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.
Eu sou boa - e você sabe que sim.

(esse você pode ser ele, elas, aquele outro, pode até mesmo ser você.)

Tá, agora abre a janela da sala e grita isso bem alto. Todos precisam saber que a sua autoestima está no topo do mundo.

Imagem: FFFFound

O Dia dos Namorados tá chegando

Esqueça os presentes Mastercard, prefira algo que é priceless: ficar sozinha com o seu amor.

Vamos por partes



Homens adoram bunda e peito, isso é fato. Existem alguns apreciadores de um belo par de pernas. Mas e as mulheres? Se estamos olhando para o próprio corpo, no máximo achamos alguma partezinha que não é de se jogar fora. No resto, só vemos defeitos. E nos corpos das outras mulheres, também.
Quando eu era adolescente, odiava as minhas pernas grossas. Parecia que todas as outras garotas tinham pernas decentes, menos eu. Com o tempo, fui aprendendo a conviver com esse lifestyle de coxa. E não deixei de cruzar elegantemente as pernas por causa disso.
Hoje tem outras partes que me incomodam bem mais. Já as minhas costas - até porque a gente não se vê tanto assim - eu gosto. E dos peitos, mas eles não vieram de fábrica, então não sei se vale o raciocínio. No mais, espero que o Pilates colabore para que eu tire outras partes da listinha negra.

Imagens: FFFFound

27 de mai. de 2010

Essa sou eu

Há exatos 10 anos, olhei para o Fabio e me perguntei se eu seria capaz de amá-lo tanto quanto já amava o Rafa. Por amor, entenda o kit completo de dedicação e entrega. Eu era uma mãe de segunda viagem, ainda sob efeito da peridural. Ao receber aquele bebê empacotadinho nos braços, fiquei com medo de não conseguir ser mãe em dobro, não com o mesmo nível de qualidade. Dez anos depois, eu penso "nossa, que bobagem!" E chego à conclusão de que, mais uma vez, eu subestimei a minha capacidade.
Hoje o Fabinho completa uma década! Daqui para a frente, vão ser sempre duas velas em cima do bolo. E da mesma forma que ele aprende as regras do jogo, faço questão de mostrar que às vezes o melhor é desaprender. Ontem à noite, faltando poucas horas pra chegar o esperadíssimo dia 27, eu e ele mandamos às favas uma regra. Com ainda 9 anos, 11 meses e muitos dias, o Fabio andou pela primeira vez no banco da frente no carro. Coisa de homem grande. Um daqueles momento pra lembrar eternamente.

Ilustração: roadsidescholar.com

26 de mai. de 2010

Universos paralelos

Pegando carona no post de ontem: se eu tivesse uma filha, provavelmente ela diria que quer ser blogueira de moda. Isso depois de olhar com piedade para a minha roupa. É a nova profissão no imaginário coletivo das mulheres, então logo esse comportamento vai refletir nas meninas. Foram as mães que ensinaram suas filhas a contar calorias, hoje em dia nem a Barbie pode comer um Chicabon em paz. Ser blogueira de moda, personal stylist ou qualquer variação do gênero é um jeito mais criativo (ou tão impositivo quanto) de lidar com as questões da beleza ideal. E teorizar sobre o que todas nós fazemos na prática: analisar os corpos alheios e a maneira encontrada de esconder imperfeições/valorizar o que é bom. Pior que as referências gringas de blogueiras de moda são mulheres charmosas, magras e altas como as modelos, sem falar que sempre são fotogradas com uma luz linda (maldito Sartorialist). Mais um padrão difícil de alcançar. Mas se não tivesse glamour, não gostaríamos tanto. O que vestir e como vestir é um assunto que rende pano pra manga. Eu, particularmente, não tenho cacife pra ser blogueira de moda, o que não me impede de acompanhar todos esses blogs.
Filhos e filhas são universos paralelos, cada um com os seus sonhos e profissões. Às vezes acho que só uma mulher nessa casa já é demais. Já em outras, sinto falta de ter uma das minhas por perto, dividindo os batons e cabides. Falta de irmã, isso sim. Mas nunca faltarão blogs.

Foto: Behance

25 de mai. de 2010

O que você vai ser quando crescer?

Óbvio que eu queria ser a Mulher Gato! Apesar de ela ser do mal, era uma boa referência de mulher poderosa. Bem melhor do que me inspirar na Regina Duarte, na época a namoradinha do Brasil. Também tive a fase de achar que eu ganharia a vida sendo aeromoça, depois professora, arquiteta, dentista. Por eliminatória, feeling e só 4 candidatos por vaga, fiz vestibular para publicidade. Tem dado certo, com a vantagem de eu não precisar vestir esse macacão megasexycolado para trabalhar.
Depois que os filhos crescem, é inevitável a gente fazer a mesma pergunta para eles. Só por diversão e curiosidade, numa remota tentativa de enxergar o futuro. Meninos sempre vão querer ser jogadores de futebol, ainda mais em ano de Copa. Além de boleiro, o Fabio diz que vai ser jogador de basquete e... lixeiro!! Esses dias ele confessou que também quer ser o mesmo que o pai (não fica triste, mãe). O Rafa vai para o mesmo caminho. O certo é que terei 3 nerds de confiança por perto e JAMAIS vou ler um manual de instruções. Meu sobrinho Lolo talvez herde os anúncios que nunca saíram.
Tudo bem não ser publicitário como a mãe. Eu mesma ainda não sei direito o que vou ser quando crescer. Mas já aviso de antemão: Rafa e Fabio, vocês apanham MUITO se inventarem de ser emo!!!

Foto: Google

24 de mai. de 2010

Frete


A gente carrega muitas coisas que não gosta, tipo um peso morto que vem junto. Pode ser um par de culotes. Um monte de culpas. Uma bunda caída. Uns medos bobos. Um cabelo que poderia ser liso ou crespo ou loiro ou moreno. Um humor do cão, que nos torna um personagem caricato de nós mesmos. E por aí vai. Todo dia esse carregamento nos acompanha. Ou persegue, pra usar um verbo mais apropriado. Temos duas alternativas: apreender a conviver com isso ou tentar mudar. Nos dois casos, as pessoas que convivem com a gente agradecem.

Ilustração: Flickr

As segundas-feiras

Vou parar de implicar com as segundas-feiras. Elas são um constante reinício, e isso é bom. Pessoas organizadas como eu, que adoram uma listinha, precisam assumir publicamente que gostam das segundas-feiras. É quando a gente mapeia a semana inteira e dá a sensação de ter tudo sob controle - uma sensação completamente falsa para uma publicitária que nunca tem certeza de como vai ser o seu dia, muito menos a semana. E tem mais: as segundas-feiras são um tapa na cara. É a vida dizendo "Tá pensando que virou rica?! Que nada, pula da cama, sacode esse corpo e segue o barco!" Eu recomendo 1 segunda-feira a cada 7 dias, chova ou faça sol.
Imagem: FFFFound

19 de mai. de 2010

Marcas do tempo

Corpos marcados por objetos - a canela com vinco da meia, o dedo marcado pela aliança, o relógio que saiu e não sai do pulso, o sutiã apertado que fica tatuado nas costas.
Esse trabalho é do Phillip Toledano. Nunca ouvi falar, mas ele tem sensibilidade pra observar esse tipo de coisa. As ideias estão por aí, a gente pode até se dar conta, mas botar em prática é outra coisa.

Imagem: distillate.com

Claustrofobia Trabalhística

Preciso sair do ambiente de trabalho na hora do almoço, já faz parte da minha personalidade. Mesmo se eu trabalhasse na Vogue Paris - mais ainda! Preciso respirar outros ares, independente se estiver chovendo torrencialmente (como ontem) ou se eu passe mais tempo no trânsito do que curtindo o almoço.
É uma questão de zapear ambientes: rua, colégio, casa, banco, supermercado. Já bati recordes de pit-stops no horário do almoço, mas aprendi a diminuir a gincaninha para me poupar.
Quando me permito gastar esse precioso tempo almoçando com amigos, é como se fosse um presente. Aproveito a raridade de só comer e conversar - sem olhar dever de casa, sem planejar a tarde de ninguém (confesso que fico dividida, sinto falta da muvuca caseira e de dar uns beijos nos guris).
Nomeei essa minha necessidade de Claustrofobia Trabalhística e não pretendo me curar. É uma fobia boa. Das 12 às 14h, eu sou louca pela vida. Sem falar na comidinha deliciosa da Dodô, que não dá pra perder. Vai dizer que não é um luxo almoçar em casa todos os dias?

Imagem: Share some candy

18 de mai. de 2010

E os detalhes, como ficam?


Se na casa da gente é feio, imagina em lugares onde pagamos para usufruir. Segue uma pequena lista para exemplificar minha teoria. Sinta-se livre para completá-la.
-Furo de cigarro na toalha da mesa. Ainda mais se essa mesa estiver na calçada de um café charmoso.
-Furo em lençol de hotel bom. Em hotéis ruins, ele é tão esperado quanto os hóspedes. Mas em hotel bom, tenha paciência. Especialmente quando tentam disfarçar o furo largando um edredom em cima. O mesmo raciocínio vale para toalhas de hotel, enroladas elegantemente, disfarçando o puído no cantinho.
-Copo lascado em restaurante. Lascou, trincou, vai pro lixo.
-Flor 50% murcha, mas que "ainda tá bonitinha" no vaso.
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Foto: FFFFound

Passione

Ontem assisti ao início da novela. Aguentei até a abertura, para ver o que o Vic Muniz inventou. A Fernanda Montenegro é sempre válida, mas haja saco para encarar o sotaque italiano do Tony Ramos. Eu me senti uma pobre querendo filar a viagem dos outros pra Itália. E o que era o plano feito lá do helicóptero pra mostrar a coberturazinha humilde da Maitê Proença? Fiquei pensando na produção da Globo - todo aquele circo montado pra Copa de Ciclismo é a verba anual de muito cliente. Desliguei rápido a TV e fui cuidar da vida. Bem melhor.

Imagem: Flickr

17 de mai. de 2010

Sapato novo em dia de chuva e etc

Algumas coisas eu definitivamente não consigo fazer. Usar sapato novo em dia de chuva. Encomendar salgadinhos e docinhos numa quantidade suficiente (e não para alimentar um exército). Não avisar que vou chegar atrasada também é um bom exemplo. O etc vai longe. Parece que esses comportamentos estão programados na minha cabeça, feito uma cicatriz que não sai mais. Deve ser tudo coisa da infância.
No meu tempo de criança, a gente tinha roupa de sair e roupa de andar em casa. Não era só na minha família, acho que isso era uma mania da época. Provavelmente as campanhas do agasalho recebiam roupas em melhor estado de conservação do que hoje. Tudo o que era mais bonito ficava destinado a aniversários e dias de festa. No dia a dia, repetia o modelito. Imagina sair de uma loja com a roupa nova no corpo?? Devia ser algo que só os muito ricos faziam. É impressão minha ou a gente se economizava demais?
É por isso que eu admiro muito quem espera chover pra colocar o seu melhor sapato. A chuva deve ser psicológica pra eles.


Foto: Flickr

Barbas que lixam

É ótimo ganhar um beijo e um abraço apertados. Mas se o beijador for homem e sua barba estiver igualzinha à dos irmãos Metralha, socorro! Tenho certeza de que eles não fazem por mal, entendo que é um saco fazer a barba, só que esse beijo vira um lifting forçado. E dói. Ontem fiquei com a bochecha lixada e arranhada. E antes de dormir, pela força do hábito, ainda passei ácido retinóico em cima. O que a gente faz? Evita o beijo? Manda fazer a barba primeiro? Dá beijinho de longe, tipo madame? Ou dá um grito? Eles não vão entender. São homens, acham tudo frescura nossa.

Imagem: Google

14 de mai. de 2010

Como você se sente hoje?





Essa é parte de uma campanha feita na Argentina para o absorvente Kotex, criada pela Ogilvy. Aqui tem mais. São 28 estados de espírito, um para cada dia da semana. Achei um bom retrato do comportamento feminino. Apenas faria uma pequena enorme correção: onde lê-se HOJE, eu diria AGORA. Agora eu me sinto distraída. Agora eu me sinto radiante. Agora eu me sinto linda. Capaz que a gente se sente só uma coisa por dia!

Post inacabado

Em publicidade, a gente fala muito sobre o tom de uma campanha, se é de emoção, humor, etc. Nas peças pra rádio e TV, o tom também ajuda a direcionar a intenção. Falar em tom coloquial ou sensual são coisas bem diferentes.
Mas aí eu pergunto: qual é o tom pra falar de sexo com os filhos? Como ser o mais natural possível se a gente inconscientemente decora as falas? Dá pra conversar sem a coisa descambar numa palestra educacional?
Eles também se incomodam com isso, pode ter certeza. Vira monólogo e constrangimento.
Eu já falei sobre camisinha, drogas, álcool, bullying, até os travestis já entraram na pauta. Ainda tem tanta coisa pra explicar melhor. Tem colegas do meu filho bebendo em festa, vê se pode, com 13-14 anos! É bem diferente falar na teoria e quando está acontecendo na prática. O tom é outro, mais intenso e inseguro por dentro.
Agora, com certeza, o assunto mais enroscado é o bom e velho sexo. Isso porque a gente é forçado a ver os filhos como homens e mulheres com sexualidade - igual a nós. Por mais que eu me ache descolada e fale pelos cotovelos, fico travada nessa hora. Penso no texto e perco a naturalidade. Independente de qualquer coisa, melhor falar travada do que não falar. A menos que você tenha nascido e crescido em um puteiro (pardon my french), vai ter algum nível de dificuldade. Esse post termina assim, sem todas as respostas e sem ponto final

Ilustração: ffffound.com

Bom, mas cansativo

Tem horas em que cansa ser mulher. A nossa listinha de pendências é irritantamente maior. Homem faz a barba (quando faz), veste alguma coisa e tá pronto. A gente vive no check list: cabelo, ok. Maquiagem, ok. Calcinha sem marcar, ok. Deixar dinheiro pro taxi, ok. Brinco, colar, anel, ok. Alcinha e depilação em dia, ok. Sobrancelhas limpas, ok. Trocar a bolsa senão vão achar que só tenho uma, ok. Ver se ninguém esqueceu o lanche pro colégio, ok. Conferir se o documento do carro não ficou na outra bolsa, ok. Passar hidratante e protetor, ok.
Quando tudo parece encaminhado e você não mudou cinco vezes de roupa antes de sair - putz, vê que o esmalte tá lascado! Isso acaba com o humor. E aponta - justo com o dedo da unha detonada - as nossas imperfeições.

Imagem: George Lois Esquire lady covers.

13 de mai. de 2010

Diana Corso, sempre lendo meus pensamentos

Ontem eu fui amarrada na reunião da catequese do Fabinho. Confesso: só porque tem que assinar a lista de presença e eles cobram das crianças. Agora o colégio já não pede mais as odiosas maquetes de sucata. Mesmo assim, volta e meia surgem as pequenas grandes provações. Acredita que a comemoração do Dia das Mães do meu filho mais velho foi um convite para assistir com ele uma peça numa QUARTA-FEIRA ÀS 10:30 DA MANHÃ? Desculpe, nesse horário eu trabalho para pagar a mensalidade do colégio. E vá sentir culpa, e vá explicar pro Rafa que eu adoraria assistir com ele mas é sacanagem marcar nesse horário e convidar por descargo de consciência.
Voltando à reunião da catequese: lá estava eu na igreja, de olho no relógio e louca pra ir pra casa, quando uma mãe levantou o dedo e fez uma pergunta para o padre. Sim!! Ela não só estava interessada, como queria questionar. E contribuir com o seu zeloso interesse de mãe de porta de escola - na hora lembrei do que a Diana Corso escreveu.
Pra quem não é daqui, a Diana Corso é psicanalista e escreve também na revista TPM. Eu ainda vou convidá-la pra tomar um café um dia desses...
Pra quem é mãe, leia e veja se você também não se irrita (e se culpa) com essas mães que sempre sabem de alguma circular ou dever de casa que você nem desconfia.

Mães de porta de escola

Na porta da escola das minhas filhas, incontáveis vezes escutei as outras mães combinando horários, prazos e conteúdo de trabalhos dos filhos, assim como resultados de provas, ou dificuldades em realizar determinada tarefa, como se fossem suas. São elas que chamo de mães de porta de escola. Isso sem falar nas feiras, exposições ou quermesses, para as quais eu sempre chegava com os itens solicitados, mas saía com a sensação de que não era bem isso. Participei como pude da gincana de horários e tarefas a que os pais são submetidos, nas apresentações musicais e de teatro, nas festas religiosas e apresentações que frequentemente eram feitas no meio da semana e do expediente.

Eu não era uma mãe diferente das outras, a maior parte das mães que encontrei também trabalhava, todas davam seu melhor, mas sempre havia aquelas que pareciam estar sabendo informações imprescindíveis, que nos faltavam. Pertenci à categoria das mães que, pela sua presença apressada na escola, pensam que estão em falta com a maternidade ideal, nesse caso representada pelas mães de porta de escola. A solicitude destas, cujas boas intenções são indiscutíveis, lembra às outras, que se sentem vexadas e omissas, que o futuro do seu filho está nas mãos do desempenho escolar dele, e que ela não o está ajudando adequadamente. Esse problema começa cedo: se inaugura com cada colagem de figuras de revista ou maquete de sucata do jardim de infância.

Os psicanalistas usam o conceito de “mãe suficientemente boa”. Gosto dele justamente pela palavra “suficiente”, que é diferente de “plenamente” ou “totalmente”. Com ele, descreve-se a função materna e a forma como seu olhar e voz constituem a subjetividade do filho. Mas também evoca que é exatamente nos momentos de necessária ausência da mãe que se gera no filho o espaço para fazer sozinho o que ninguém pode fazer por ele. O filho precisa se empenhar em seu próprio trabalho de compreender o mundo a seu modo e a si mesmo como uma pessoa em particular, descobrir que ele continua existindo mesmo quando está só.

A todas as mães que se sentem em falta, gostaria de dizer que as mães de porta de escola até podem existir, mas elas são grandes mesmo é no nosso pesadelo. Neste, somos insuficientes em todos os territórios, na presença afetiva e na preparação dos nossos filhos para a disputa pelo prestígio que enfrentarão no futuro. Mães ocupadas de todo o mundo, uni-vos! E relaxem, vocês são boas mães. Um filho se constitui de presenças e ausências, a sabedoria nesse caso está na dose certa.

Texto publicado no jornal Zero Hora de ontem.
Imagem: owenglidersleeve.com

Gorda, eu?




Sei que incomoda muito estar (um pouco, pouquinho, poucão) acima do peso, mas olha onde isso pode chegar. Essas fotos são da fotógrafa alemã Ivonne Thein, que fez uma série chamada Thirty-Two Kilos com pessoas que sofrem distúrbios alimentares.
Um post pra pensar, do site Update or Die.

Cores direto do Pará

Você ainda tem dúvida de que a blogosfera aproxima as pessoas?
Eu mato a saudade de muitas amigas que estão longe (e até das que estão perto) através dos seus blogs. A Fernanda, minha amiga de toda uma vida, mudou pro Rio faz séculos mas a gente se visita todos os dias aqui
Ela vive abrindo meus horizontes, dá conselhos entre 4 paredes (leia-se o Gmail) e faz questão de me incluir no círculo de amigas que não para de crescer. Já posso dizer que eu conheço alguém do interior do Pará, a Eliene Vila Nova. E ela também tem um blog muito legal.
Olha como a distância não impede que a gente tenha afinidade de assuntos e de cores...

domingo, 9 de maio de 2010

Cores e sonhos rosas, azuis, amarelos...

from Rice dk. Again.

from rice

from Rice dk. Again

from Rice dk. Again

From Daily Mail

from Rice dk. Again
From Daily Mail


Poque hoje é um dia totalmente feminino e eu perdi minhas palavras em paredes rosas, cadeiras amarelas, estampas florais, poás, xadrez, tudo colorido e pensei: Eu quero minha casa mais mulherzinha!

Beijos e abraços!
Eliene Vila Nova


Arco-íris

Uma imagem como essa me inspira muito. Dá vontade de fazer alguma loucura colorida. Penso direto em maquiagem e em todas as cores que não uso. Imagino combinações inusitadas de roupas e me dou conta de que poderia ousar bem mais. Medo de que, de alguém me olhar esquisito na rua? Do espelho me trair?
Na decoração, a cor faz milagres. No estado de espírito, também. A gente pode amar enlouquecidamente o preto mas ter um arco-íris por dentro (geralmente dá pra perceber isso nos olhos, nas mãos que gesticulam, na inquietude da alma.) Mesmo assim, não custa experimentar uma corzinha com mais personalidade. De novo, o segredo é testar combinações. Igual ao que a gente fazia quando era criança, com a maravilhosa caixa de 36 lápis de cor.
Até o estilo navy, que consagrou o trio vermelho, azul e branco, seguido reaparece nos provocando com alguma cor intrometida. Olha a estampa de oncinha, que cansou das cores de sempre e se reinventou com pink e azulão?
Tem tantos tons para descobrir e testar. A paleta de cores é infinita, só depende de bom gosto, imaginação e coragem.

Imagem: Travis de Clifford

12 de mai. de 2010

Get Back In Your Book






Essas imagens lindas e malucas são uma série de fotos de Lissy Laricchia, que achei no site www.todayandtomorrow.com. A ideia é mostrar personagens famosos sugados para dentro dos seus livros. Eu diria que um livro suga o leitor, isso sim!