29 de abr. de 2010

Feios e Bonitos

Comecei a ler esse livro e tudo indica que vou chegar até o final. Feios é um bestseller indicado pelo New York Times e tem um tema bem atual: a paranoia com a aparência e a busca da perfeição.
Num mundo futurista, os adolescentes esperam ansiosos para completar 16 anos e... atingir a aparência perfeita. Literalmente eles são transformados em outra pessoa, com direito até a pele nova para se livrar de cicatrizes. Doentio mas faz pensar. As pessoas moram ou na Vila dos Feios ou na cidade Nova Perfeição. Fiquei bem curiosa, a ideia é ótima.
Sei que abri o livro tarde da noite, só pra dar uma olhadinha, e li 50 páginas. O autor é o Scott Westerfeld, que deve estar enriquecendo mas também contribuindo para a autoestima de muitos adolescentes - o sucesso do livro originou quatro volumes e uma legião de fãs.
Eu tenho essa mania de começar livros e não terminar, isso sim é feio. Mas se a história empaca, prefiro dormir. E comprar um novo livro. Seguido eu vasculho as estantes e acho marcadores de páginas abandonados e esperançosos, marcando uma volta que nunca mais vai acontecer. Scott, promete que eu vou devorar o teu livro até o fim?


26 de abr. de 2010

Farmácia = Comprinhas

Farmácias mexem comigo. Não a parte dos remédios, mas todo o resto. Vou comprar um Cebion básico e me perco nas prateleiras. Tem sempre uma novidade, um creminho para o rosto, algo incrível para os cabelos. É que as farmácias daqui estão ficando parecidas com as farmácias de lá, onde se encontra de tudo.
Você deve estar achando que sou hipocondríaca. Digamos que eu me sinto mais tranquila tendo em casa o kit básico de sobrevivência para crianças alérgicas. No mais, sou chegada num supérfluo saudável. Vitaminas. Esmalte. Pinça. Algodão em quadradinho. Protetor solar. Os últimos lançamentos da dermocosmética e suas embalagens miraculosas. Em algum lugar do meu cérebro, farmácia significa supermercado. Ou shopping center. Será que tem tratamento?

Ilustração: Serge Seidlitz at sharesomecandy.com

25 de abr. de 2010

O choro mais bonito que eu já vi


Mas tem que ter uma caixa de Kleenex à altura, hein?


Imagem: Vinnie in furs

Menos perguntas, mais respostas

Acho que dá para descomplicar a vida, às vezes a gente se enche de perguntas e se cobra muito. Uma resposta não precisa necessariamente da pergunta, ela pode aparecer do mesmo jeito, ainda mais se estivermos atentos. Um dia depois do outro, uma coisa de cada vez. E oito horas de sono sempre que possível.


Foto: FFFFound

E tava bom

Eu morro e não vejo tudo. Hoje o Ricardo fez feijão! Em pleno domingo, ele foi para a cozinha munido do seu caderno do União Cooks e todos os ingredientes. Eu sou a rainha do molho pronto, dos cubinhos de tempero, de tudo que seja fácil e rápido. Ele cortou cebola de verdade, alho de verdade, botou folha de louro de verdade. A panela de pressão não explodiu, deu tudo certo. Fiquei do ladinho do chef dando apoio e fotografando sua estreia. E o que é a autoconfiança do Ricardo na cozinha?! Impressionante.

23 de abr. de 2010

Gincaninha

Esses dias eu estava acompanhando no Twitter uma lista de coisas que as mulheres não saem de casa sem. Uma citou rímel, a outra batom, alguém disse blush e a lista só crescia. Eu fazia a minha internamente - tudo isso que elas estão dizendo mais protetor solar, perfume, olho bem preto, etc. Isso em um mundo ideal. Hoje eu (forçadamente) saí de casa com cara de pijama. Fazia parte da gincana, que começou quando o microondas apitou com o meu leite e o telefone tocou ao mesmo tempo:
-Mãe, furou o pneu do carro do pai, tu vai ter que nos levar pro colégio!
Enfiei um jeans, um casaco, uma Havaianas e enfiei o pé no acelerador. Às vezes os semáforos nos ajudam e abrem magicamente. No meio do caminho, encontrei uma vizinha toda chique no elevador e a justificativa para o meu look desespero saiu no automático.
O Rafa já achava que ia perder o primeiro período de aula. Fez a última quadra correndo, para escapar do engarrafamento de carros na frente do colégio. Ah, e chovia. Espero que ele tenha conseguido. Eu fiz o que pude.

Foto: Flickr


21 de abr. de 2010

Imperfeitas



Aceitar o corpo que a gente tem é um exercício diário e, às vezes, estafante. Sempre dá pra melhorar, mas eu falo daquilo que a genética definiu sem nos consultar antes. O engraçado é que as imperfeições que nos massacram são as mesmas que nos tornam únicas. Seios assimétricos, um quadril mais largo ou a falta de bumbum, cicatrizes adquiridas, lábios finos demais. Na TPM desse mês (http://revistatpm.uol.com.br/revista/97/reportagens/nudez-sem-castigo.html), tem uma matéria bem interessante onde mulheres normais foram fotografadas nuas em casa, sem maquiagem e truques. O que me surpreendeu foi a quantidade delas que se candidatou para o projeto. Esses dias a minha grande amiga Lúcia (http://ehojeeufizumblog.wordpress.com/) fez seu próprio ensaio em casa, só pra postar no blog. E eu adorei! Lembra que até a minha sogra já fez foto sensual?
Com ou sem câmera, o fato é que as mulheres estão começando a curtir a imagem que aparece no espelho. Isso é um alento para as futuras gerações. Para cada umbigo caído, tem sempre um ombro charmoso. Ou um sorriso imbatível. Imperfeitas, sim. E lindas, cada uma do seu jeito, do seu tamanho, da sua cor. De perfeitinha já basta a enjoadinha da Barbie.
Ilustração: Weidman's Art

Meu mais novo orgulho



Pra quem não sabe, eu trabalho na Paim, a agência que faz as propagandas lindas da Renner. Esse é o nosso novo filme, que eu criei com o Guile Grossi e o Rodrigo Pinto. O diretor desse comercial é o César Charlone da O2 Filmes. Ele fez a direção de fotografia do Ensaio Sobre a Cegueira, do Cidade de Deus e dirigiu O Banheiro do Papa.

20 de abr. de 2010

A gatuna

Talvez ele explique. Roubei uma revista hoje cedo. Agi por impulso ao vê-lo na capa, com a sugestiva pergunta "Terapia funciona?"
Era uma Superinteressante dando sopa, e eu adoro qualquer tipo de revista que ainda não tenha lido. Pra falar a verdade, eram duas. Não foi bem um roubo, mas uma apropriação indevida de lixo seco. Uma conflitante mistura de mesquinhez, oportunismo e Lei de Gérson. As revistas estavam em cima de uma pilha de jornais. Passei em direção à garagem e o Freud piscou para mim. Olhei para os lados, me certifiquei de que não havia vizinho na área e zapt... virei uma larápia! Afanei rapidinho as revistas. Fina e chinelona ao mesmo tempo. Corri para o carro e joguei a muamba no tapete de borracha. Se eu fosse uma ladra profissional, teria saído caminhando calmamente.
Será que o guardinha da portaria percebeu que eu preciso voltar para a terapia? Na hora H, ainda tentei racionalizar e pensei: os guris podem precisar dessas revistas para algum tema. Magali, Magali, quem você quer enganar?

Foto: Flickr

15 de abr. de 2010

A milhão

É a quarta manhã consecutiva que eu acordo o corpo com pilates ou caminhada. Depois que gente vence a preguiça, é muito bom. Quanto músculo esquecido no fundo do armário, gente!

Imagem: Flickr

13 de abr. de 2010

Antes e Depois



Gostar de flores é tão feminino. Compare as duas fotos pra ver como o tempo passa e elas seguem modernas. Ontem passei no Zaffari e não resisti quando vi rosas cor de laranja. A gente compra tanta bobagem no supermercado. E mesmo seguindo fielmente a listinha, não dá pra ficar só no sabão em pó e na farinha de trigo. Saí levando três sacolas pesadas em uma mão e as rosas na outra. Eu tinha esquecido como é bom encher um vaso de água e ajeitar as flores dentro. É o item de decoração mais barato que existe. Na hora, a sala muda. Vou tentar comprar flores mais vezes. É pra alimentar os olhos.

Fotos: FFFFound

Hoje é o Dia do Beijo




Beijoqueiros, escolham suas bocas e comemorem. Também é o dia de beijar muitas bochechas, nucas, barriguinhas e pernocas de quem a gente ama!


Fotos: Behance Net

12 de abr. de 2010

Uma pá de cal na imaginação

Ontem foi o batizado do meu sobrinho Gabriel, com missa e tudo. Só não enforcamos essa parte porque o Fabio está fazendo catequese e esse ano a gente vai ter que encarar umas missas, e toda paróquia é válida. Antes que você me chame de capeta, eu explico: adoro entrar sozinha na igreja, sentar num banco, agradecer, pensar na vida. Isso me faz bem. Mas aguentar sermão de padre é pra matar.

A igreja estava lotada, com muitas e muitas crianças. E no meio do falatório, o padre larga essa: -Não existe Papai Noel, não existe coelho da Páscoa, é tudo invenção...

E seguiu, explicando com detalhes sórdidos que o coelho é apenas um bicho, imagina se um coelho vai trazer chocolate, e que são os pais que escondem os presentes, etc. Num domingo ensolarado, ele colocou abaixo todo um universo lúdico que a gente tem tanto cuidado em preservar.

Desculpe, seu padre, mas santo de casa faz milagre, sim. As crianças podem acreditar em Deus e também em outros simbolismos. Eu e o Ricardo ficamos indignados. Para vender seu peixe, o padre fritou os pais. “Então eles mentiram esse tempo todo!” – deve ter sido isso que ficou na cabeça das crianças depois da missa. E o almoço de domingo esfriando, enquanto os pais davam alguma justificativa razoável.

O Fabio ouviu a gente resmungando e disse: -Esse carinha acabou com a minha vida! Deboches à parte, ele prestou atenção. E eu queria garantir só mais unzinho Natal com fantasia – não necessariamente a que alguém veste, mas aquela que fica no ar. Padre sem didática merecia um preguinho na palma da mão. Pronto, falei.


Imagem: Flickr

9 de abr. de 2010

Bonjour

Tomar café da manhã em padaria é muito charmoso. Ainda mais para uma adoradora de cafés da manhã que nem eu. Mas tem que ser sentado, de preferência com alguém querido, curtindo cada gole e cada casquinha do pão. Não tem mau humor matinal que resista ao barulhinho da colher mexendo o leite dentro da xícara - ou o iogurte, o suco de laranja, como quiser.
A caminho para o trabalho, passo por uma padaria que cedo já está com suas mesas cheias de pessoas comendo o croissant nosso de cada dia. Hoje quase puxei uma cadeira e sentei. Só não fiz isso porque o meu estômago estava devidamente forrado.
Sou tão viciada nessa refeição que não consigo sair de casa sem o ritual do café. Acordo mais cedo, se precisar. Amo queijo, geleia, guardanapo, torradeira. Nos finais de semana, não vivo sem um bolinho e o pão que o Ricardo faz.
Um dia desses quero mudar o cardápio e o endereço: padaria charmosa, mesinha na rua, solzinho batendo. Isso é tão carioca! Café da manhã de hotel é preferência nacional lá em casa. Agora vou iniciar os meninos no café de padaria.


Foto: Bowhaus' Breakfast Project/ Flickr

8 de abr. de 2010

Sai pra lá

Tirar da frente o que nos atrapalha a visão. A gente devia fazer isso não só em dias de chuva. Dá pra acionar um limpador imaginário e afastar de pessoas a pensamentos ruins. Mesmo no seco, mesmo que arranhe um pouquinho o vidro.

Imagem: www.booooooom.com

7 de abr. de 2010

Levo ou não levo?


A pior frase que uma mulher pode ouvir da própria boca:
-Eu vou deixar...
Assim mesmo, com reticências que dizem exatamente o contrário.
No silêncio do provador, a razão opinou. E o vendedor não soube insistir.
A emoção saiu de mãos vazias, podia ter saído feliz.

Ilustração: FFFFound.

Feito à mão

Todo mundo faz colchas de patchwork quando sonha. Dormindo 8 horas por dia, dá pra abrir uma lojinha com um belo estoque.

Imagens: Eleanor Wood

Registros de uma vida

Sexta-feira a família toda vai se perfumar, se embelezar e se reunir para comemorar os 80 anos da minha sogra. Ela não teve festa de debutante e provavelmente brindou seu casamento de um jeito mais light. E agora, na melhor idade, vai dar um festão com tudo que tem direito.
Vai ter DJ, gente que vem de longe, amigos recentes e do tempo do êpa, cerimonial de entrada e dança com os filhos homens. Há meses ela não fala em outra coisa, pensa em cada detalhe, aceita todas as nossas sugestões. Com uma vitalidade de guria, revirou essa cidade em busca do vestido perfeito e acabou comprando dois!
É praticamente uma noiva de si própria. Até ensaio para o convite ela fez. E, a pedido da Bia, topou fazer uma foto no estilo "Garotas do Calendário" que entrou para a história. Eu não acreditei quando vi a minha sogra com plumas brancas e 30 anos mais nova!
O dinheiro investido na festa vai retornar da forma mais valiosa que existe: lembranças que vão lotar os nossos álbuns emocionais. Só de reunir as fotos para passar no telão, a gente já se emociona. Cada uma das novas famílias que se originou da dona Elcy rende um punhado de arquivos. É bonito ver o sépia convivendo com tantos jpegs.
Claro que vai ter fotógrafo. E claro que eu vou levar a digital pra registrar o meu olhar sobre a festa, as pessoas soltas, a pista de dança bombando com velhinhas, filhos, netos, bisnetos, amigos dos amigos.
Dona Elcy, eu quero chegar aos 80 assim, bem sacudida. E quem sabe também reunir uma vida no salão.

Ilustração: Flickr

6 de abr. de 2010

Festa do cabide

Muito antes de as ombreiras voltarem à moda, outros elementos pontiagudos já me assombravam: as marcas de cabide nas roupas.
Não posso ver alguém com aquelas duas guampinhas sobressalentes. Dá vontade de tirar de dentro da bolsa um ferro a vapor e resolver o problema na hora. Estilo preguiça? Pouco caso com a indumentária? Pressa? Você sabe, né... a pressa passa e a marca fica.
Tem gente que não liga se está com duas portas empenadas em cima dos ombros. Festa do cabide, comigo não.

Foto: Bureau Mirko Borsche

TOC TOC TOC

-Quem bate?
-É o vizinho com TOC!
Já falei aqui dos meus vizinhos que deixam a TV berrando irritantemente. Hoje descobri que, além de grossos e surdos, eles têm TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Cheguei no exato momento em que a dupla estava saindo de casa e meus olhos rapidamente invadiram a porta aberta. Isso porque o Sr. TOC gruniu um bom dia mirando a fechadura, nem se deu ao trabalho de retribuir o olhar. De raiva, espichei os olhos lá para dentro.
Eu poderia ter escaneado toda a decoração mas essas retinas que vos falam congelaram em um detalhe revelador: um, não. Dois pares de chinelinhos deixados estrategicamente no meio da sala. TOC! TOC! TOC! Eles fazem o tipo “afaste de mim as bactérias”.
Da próxima vez que chover, eu vou embarrar os escarpins e pisar no porcelanato alheio com uma colônia de bactérias gripadas. Já imaginou a quantidade de manias que dividem o mesmo teto com meus vizinhos? Os chinelinhos entregaram o ouro para a bandida aqui.
Eu também tenho vária manias. Mas me orgulho de olhar nos olhos das pessoas.

5 de abr. de 2010

Como você define um momento?



16:Moments from Radiolab. Dica do Guile Grossi. Pra pensar nos momentos que passam batido e a gente não percebe.

Ó sole mio

Fiz questão de não ter cortinas na sala para poder curtir a vista da janela. Cortinas são portões de tecido que nos protegem mas também nos privam. Gosto de ver o sol nascer, de enxergar longe a cidade e os morros. O problema é que agora vejo os sofás novos desbotados. Em dois anos e meio, o sol entrou e se sentiu tão à vontade lá em casa que levou a cor com ele.
Agora comprei almofadas supercoloridas e dei um up nos sofás. A sala ficou com as bochechas coradas. E o que faço com o sol? Digo delicadamente que ele não é mais bem-vindo? Minto que prefiro a noite e a chuva? E se o sol decide nascer no Oeste?
Uma casa escura é triste, precisa de luz. O mesmo vale para mim. Vou comprar cortinas com fator de proteção 15. O suficiente para que os móveis fiquem com um ar saudável, sem marquinhas indesejadas.

Vá para o espaço

Comprar colchão pode ser constrangedor. Que o diga uma amiga que acabou deitada com o vendedor em plena loja.
Você pode experimentar a densidade, o molejo, essas coisas. O vendedor pode deitar, como um anfitrião que se serve primeiro e abre o buffet para seus convidados. Mas os dois deitarem no mesmo colchão, na mesma hora, não dá. E se ele fizer isso com todas as clientes?
Pelo que fiquei sabendo, o vendedor nem teve a gentileza de perguntar se a minha amiga preferia o lado direito ou o esquerdo da cama. Deitou junto e quase puxou um lençolzinho imaginário. Imagina se ele resolve ligar a luz da cabeceira e pegar um livro, só pra criar um clima? Ou então usar uma técnica mais avançada de vendas?
Era um colchão da Nasa, o que não justifica.

Foto: Flickr

4 de abr. de 2010

Réquiem para uma jarra

Eu matei uma jarra. A coitada saiu da loja no domingo de Páscoa para morrer de fratura dentro do elevador. Juro que não foi intencional. Essa jarra, que passou suas últimas horas nos esperando dentro do carro, teria uma vida de luxinhos e prazeres. Nada de suco de pacote. Ela ia ser usada somente nos finais de semana para uma finalidade bem específica: seria A Jarra do Clericot.
Isso não exime minha culpa, mas eu segurava várias sacolas. Vai ver, aquela jarra estava fadada à reciclagem de vidro e pressentia que nunca, jamais, iria sentir gosto algum. O som foi seco e certeiro, a fina camada de plástico bolha não conseguiu amenizar o contato com o metal do elevador. Entrei em casa já esperando o pior, carregando um cadáver. A Jarra do Clericot rachou, inutilizou, foi direto para o lixo enrolada na própria sacola.
Eu queria dar banho, colocar no armário das louças chiques e aguardar o sábado seguinte para fazer uma inauguração solene. A Jarra do Clericot faria um triângulo amoroso comigo e o Ricardo, veria DVDs e compartilharia com a gente momentos de relax. Eu estava pensando em tantas frutas picadas e tantas risadas pra nós.
Não foi desta vez. Logo eu, sempre cuidadosa, acabei com ela – e sem uma gota de álcool nem no sangue, nem na jarra. Durante a semana, vou ter que voltar lá e comprar outra igual. Prometo pedir mais reforço de plástico bolha e talvez, numa penitência, eu suba os 19 andares de escada para que a nova jarra chegue intacta em casa. Um brinde vai ser pouco. De onde estiver, a antiga Jarra do Clericot vai me perdoar.
Foto: Flickr

1 de abr. de 2010

Corpo fechado

Achei essa foto tão bonita e tão agressiva ao mesmo tempo. Fiquei pensando em como a gente precisa ter o corpo fechado. E como os feriados são importantes para nos blindar.
Dormir mais, comer bem, fazer programas divertidos ou não fazer absolutamente nada. Só relaxar. Feliz 3 dias! Uma ótima Páscoa. E se precisar de faca para dividir os chocolates, pode pegar daqui.

Foto: Behance Net

Eu leio frases soltas


Pego frases soltas na rua, já é automático. E depois faço comentários sozinha, que nem tia velha assistindo novela.

"Imagina eu num cruzeiro!" - essa eu ouvi de duas mulheres que passaram por mim, superempolgadas. Eu não me imagino em um cruzeiro, acho cafona e claustrofóbico. Além do mais, não tenho roupa para jantar com o comandante.

"Quando eu mudo, o mundo muda." - essa eu li em um parachoque de garota. Concordo, apesar do tom motivacional de autoajuda. É que, escrito assim, parece fácil demais, como se aquilo só dependesse da gente.

"Políticos: aqui tem abacaxi e pepino." - essa frase estava escrita no quadro negro de um mercadinho na Benjamin Constant. O dono é bem espirituoso, sempre vende os seus insights a preço de banana.

"Amo Jesus." - essa tem muitas variações, leio seguido em antebraços e vidros traseiros.

Vou continuar atrás de frases. Gosto de ver alguém se expressar, seja do jeito que for. As frases da rua são como um blog, dá pra acessar onde a gente estiver.

Foto: Peter Nidzgorski