31 de jul. de 2009

Mais listras

Não vejo a hora de usar esse modelito: pernas pra cima, bem relax, curtindo o tão esperado fim de semana. Chega, sete horas!!

Back to the future

Listras vão e voltam. Geralmente, são fininhas e discretas. Às vezes, encorpadas e extravagantes. Mas mesmo um básico da moda também pode sofrer com a ação do tempo. Quem hoje usaria listras como essas aí? É, mas teve muita gente boa que usou as calças Deandê (lembra?), um perigo disfarçado de roupa de ginástica.
Voltando ao ano de 2009, as listras seguem firmes e fortes. Bem mais fáceis de acertar, ufa. Os Irmãos Metralha nunca erraram com elas. Se a gente observar ao redor, vai perceber que as listras estão por toda parte. Listras são pop, casuais e divertidas. Se fossem um dia da semana, seriam o sábado. É isso, já sei o que usar amanhã.

30 de jul. de 2009

Ficar parada dá nisso

Não dá pra ficar parada. Contemplação é bucólico e lindo, mas prefiro ação.

Presentes virtuais

O Claudio Franco é um amigo incrível. Ele adora achar presentes que são a cara da gente. Viu essa imagem e me viu. Claudio, eu também te amo, amo blogs e café!

Banheiro feminino?

Aposto que foi um arquiteto homem quem projetou essa revolucionária pia. Percebam a mulher lavando a mãozinha de lado. Além de grosseiro, não é nada prático.

29 de jul. de 2009

Gripe Aaaaaaaaaah!!!

Não tem outro assunto nos jornais, nas conversas em casa, no trabalho, no elevador. Eu queria que amanhã já fosse verão, pra todo mundo voltar a falar na dengue e parar de panicar quando alguém espirra por perto. Também tem que vender Kleenex e Sorine, gente. Não é só máscara e Tamiflu que sustentam a indústria farmacêutica. A mídia pegou gosto em discutir (ou melhor, assustar) sobre doença. As pessoas se tornaram experts em epidemias e pandemias. Panda sou eu, que ainda tomo Cebion.
Tenho prestado atenção nas maçanetas. Isso desde que instalaram spray bactericida aqui na agência. Água e sabonete não parecem ser suficientes, não em tempos de H1N1. Esses dias meu filho foi na casa de um amigo e voltou contando que tinha suporte de parede com álcool-gel na sala, no quarto e no banheiro. Crianças sempre compararam os Nikes, agora vão pedir um desinfetante igual? O que sei é que esses trecos acabam com o vírus e com as nossas mãos.
O bom é que agora ficou fácil puxar conversa com motorista de táxi (depois de abrir uma fresta da janela, claro). “E essa gripe, hein?” Subitamente ele vai vestir o jaleco e contar suas últimas descobertas. Calma, você não precisa ser infectologista pra acompanhar o raciocínio. A conversa logo vai descambar pra um velho conhecido seu, o tempo. Esse, sim, tá jurado de morte.

28 de jul. de 2009

Pra ter em casa. Ou no trabalho.


Um brinde ao bom humor!

27 de jul. de 2009

Já delirou?

Ontem constatei que a-do-ro umas liquidaçõezinhas, fico histérica em certas lojas, mas estou longe de ser shopaholic. Perto da Becky Bloom, qualquer uma de nós é uma monja do varejo. Já comprei coisas que não usei, já gastei além da cota, já escondi sacola no porta-malas, já dormi e acordei pensando numa roupa que vi em algum lugar (o paraíso?). Tudo dentro da normalidade feminina. Porém, eu nunca precisei congelar meu cartão de crédito dentro do freezer. Também não recorri a grupos de compradores compulsivos (momentos hilários do filme). Aliás, cheguei à conclusão de que eu compro pouco. Pode ser até um desequilíbrio hormonal. Pensei em sair rumo ao shopping pra resolver isso mas estava frio demais ontem à noite.
Exageros à parte, sim, vitrines enfeitiçam qualquer mulher. A gente tem que ser muito macho pra resistir. Se os manequins da Dior falassem comigo, sei não. Minha amiga Becky Bloom poderia ser enorme de gorda pra aliviar suas tensões. Preferiu engordar a conta do cartão e continuar entrando em todas as roupas. Mulheres e suas taras. Um bolo de chocolate. Um Loboutin preto (ou uma rasteirinha nova). Uma bolsa Prada (falsificada, e daí?). A vida não é Hollywood, os closets daqui não são tão glamorosos como os de lá. Só que eu passo adiante tudo que não uso mais - e de graça. Nem isso a Becky conseguiu.

Mara

Nossa, eu era muito fã dela. Na minha infância, quantas vezes vi essa mulher tão charmosa e linda combater o crime. Ela botava pra correr qualquer marmanjo mal intencionado. Sempre com o cabelão impecável, as pernas longas e finas, a cinturinha de pilão, a pele sem brilho e poros abertos, o sorriso perfeito. Talvez a minha paixão por acessórios tenha começado admirando seus braceletes poderosos. Alguma coisa me dizia que eu poderia ter vários parecidos - menos a coragem de encarar aquele shortinho minúsculo. Depois eu cresci, virei adolescente, publicitária, mãe. Combati outros males. E aquela referência de mulher guardadinha em algum lugar do meu inconsciente. Lutei, lutei, mas não venci a batalha da coxa grossa.
Quando achei essas fotos, bateu uma nostalgia. E rapidinho passou. Com a sabedoria dos meus 41 anos, hoje tenho certeza de que 1) aquele cabelão datou 2) nem a Cher tiraria tantas costelas pra ter uma cintura tão fina 3) botas vermelhas só funcionam nos looks da Patricia Field 4) braceletes dourados não combinam com tudo 5) Linda Carter devia sofrer horrores com aquele shortinho entrando na bunda 6) tiara com estrela é um acessório duvidoso.
Só tem uma coisa da Mulher Maravilha que eu ainda quero muito: o aviãozinho invisível. Que EcoSport, que nada.

24 de jul. de 2009

Bom fim de semana pra você!


Subtitle: português, inglês

E se as pessoas tivessem legendas embaixo, como nos filmes? Alguns rostos são complicados de decifrar, especialmente os dos desconhecidos.
Você nunca olhou pra alguém na rua ou num restaurante e, por alguma razão maluca, quis saber um pouco mais sobre aquela pessoa? Eu já. Muitas vezes, pra não dizer quase sempre. Se tivesse uma legenda junto, seria bem prático. O corpo fala mas, sabe como é, não diz tudo.
Legendas acompanhando um bebê podem ser a salvação para os pais. Significam a própria sobrevivência numa crise de laringite ou faringite. Vão direto ao ponto. Funcionam não só pra decifrar os outros, mas pra ajudar os outros a decifrarem você. E quando o assunto for delicado, daqueles que nos enrolamos pra falar, podemos sutilmente apontar pra legenda abaixo.
Puxa, acabei de achar outra utilidade: naqueles dias em que a gente acorda se sentindo enorme de gorda, é só posicionar a legenda na altura dos quadris ou da cintura – fica a critério.

23 de jul. de 2009

Vou ter que casar de novo pra fazer isso





Ricardo, a gente treina antes!

Para cada dia ruim, tem sempre um dia bom

Ontem meus olhos arderam de choro (tudo ótimo com a minha mãe!!). Hoje eles ardem de informação. Quero ler tudo, ler rápido, ler mais.
A web é mesmo uma cachaça. Fico eufórica quando descubro novos blogs e sites com conteúdo de primeira. Vontade de imprimir tudo – como se o papel impresso materializasse o conhecimento adquirido. Vontade de anotar esses endereços em algum lugar seguro – como se adicionar aos favoritos não fosse suficiente.
Essas fobias online acontecem direto comigo, tamanha quantidade de informação disponível para quem souber procurar. Cada site interessante leva a nomes, que levam a blogs, que levam ao arquivo das postagens (meu deus, esse cara genial escreve coisas geniais desde... 1991!?). E sem falar nos títulos de livros que surgem nesses lugares todos. É de enlouquecer. Aprender com a experiência de outras pessoas é simplesmente incrível.
Pra ler tudo que eu descubro, só tem um jeito: cometer um crime hediondo e pegar prisão perpétua (me certificando anteriormente de que posso ter na cela um netbook com banda larga). Aí eu fico bem quietinha e finalmente consigo ler TUDO. Até os olhos saltarem para fora (melhor levar fita dupla face).
Na verdade, existe um outro jeito. E que não compromete a minha reputação. Selecionar o que eu realmente preciso ler. Priorizar, que seja. Mas é tão difícil.
Acho que vou tentar primeiro essa opção.

21 de jul. de 2009

Que dureza

Eu queria saber fazer massagem nos meus ombros. Daquelas mágicas e milagrosas. Mas eu precisaria ter mãos da Mulher Elástica pra dar a volta ao redor de mim, chegar por trás e soltar essas duas montanhas rochosas que se formaram aqui em cima.
Eu queria que já fosse amanhã de noite, para saber se o cardiologista da minha mãe conseguiu resolver tudo com molinhas novas ou se precisou fazer ponte de safena. Vai ser só um furinho na virilha ou um corte no peito e outro na perna? Vaidade não é nada numa hora dessas. Quero a minha véia firme e forte, zanzando pra lá e pra cá, me ensinando (como sempre) a não ter medo de nada, a encarar os problemas de peito aberto. Com ou sem cicatriz.

20 de jul. de 2009

Essa coisa especial chamada amizade

Sou uma pessoa de sorte. Tenho amigos absurdos de tão legais. Divertidos, sinceros, leais, bem informados, companheiros. Amigos de toda uma vida. Colegas de trabalho que viraram grandes amigos. Amigos recentes que surgiram do nada, como uma festa-surpresa. E olha que eu me refiro ao amigo no sentido original da palavra, muito antes de inventarem Facebook e outros modismos. Amigo de carne e osso, de conhecer os defeitos, de respeitar os silêncios, de sacudir e ser sacudido. E não precisa ter quinhentos, sempre fui adepta da qualidade.
Tá bom, eu sei que não sou uma amiga perfeitinha. Mas posso ficar um tempão sem dar notícias que eles perdoam. Posso me esconder em casa que eles me acham. Posso dizer que tá tudo bem que eles não caem nessa conversinha. Devo ter minhas qualidades, senão eles já teriam me largado de mão. Sempre fiz a linha “quieta no meu canto”, queria ser mais festeira e viver armando mil coisas lá em casa. Eles sabem que eu sou assim, não tenho muita vocação pra anfitriã. E nunca deixaram de ser meus amigos por causa dessa falha de glitter. Esse é o grande segredo da amizade: aceitar os amigos como eles são, e curtir as diferenças. Amigo, feliz dia!!

17 de jul. de 2009

Semaninha sanguessuga

Me sinto vazia, cansada, sugada, sovada. Ainda estou no trabalho, mas só de corpo. Minha cabeça está em casa. As botas querem se ver livres dos meus pés. Os sonhos chegaram mais cedo e já me esperam no travesseiro. Meu cabelo pede para ser preso no alto, como sempre, rumo ao banho. Os ombros imploram por uma massagem, vai, só um pouquinho, isso... mais pra baixo... aí mesmo! Chego a sentir a água quente do chuveiro. Meus olhos gostariam de ver qualquer bobagem na TV, se eles tivessem condições de enxergar algo. Eu mordo o lábio por dentro, queria estar mordendo um croissant de queijo. E se eu baixar a luz da agência, fingir que é um abajur? Ouço as conversas lá de casa, o barulho dos guris, os carros passando na rua. Quero chamar o táxi, pagar o táxi, tirar a chave de dentro da bolsa e finalmente abrir a porta – assim eu abro o fim de semana que, de repente, parece tão longe.

16 de jul. de 2009

4... 3... 2...1

Amanhã entro em férias!! Nunca esperei tanto por isso. Filhos têm esse poder de fazer a gente repetir a sétima e a quarta séries – apesar de eu ter passado por média em toda a minha vida de estudante (sim, eu era CDF, nunca peguei uma recuperação, nem na faculdade).
Por duas semanas, as ruas ao redor do colégio vão ficar bem mais calmas, assim como os nossos horários. Vou almoçar com o olho no prato, não no relógio. Não vou me preocupar com temas e provas. Se está na hora de irem pra cama. Se as mochilas estão arrumadas. Se pegaram os lanches. Se esqueceram o celular (e o moletom, o estojo, o boné) no colégio. Se tem dinheiro pro taxi, se hoje tem inglês ou basquete. Por duas semanas, também não vou poder reclamar que não acho tempo pra correr (vai ser uma árdua negociação com o travesseiro: dormir mais ou ir pra pista cedinho?).
Já fui contra as férias de julho, já reclamei que duas semanas é muita coisa. Bobagem. Crianças precisam desse break para zerar a cabeça e se divertir – adultos deveriam se obrigar a dar uma paradinha estratégica na metade do ano. Fiz isso pela primeira vez em julho passado (em Recife) e foi maravilhoso. Quando a gente consegue tirar uma semaninha suada, já ajuda mas ainda é pouco, 7 dias mal dá pra desacelerar.
Duas semanas de descanso!! Por tabela, mas é.

14 de jul. de 2009

Crise e criatividade


Que mulher nunca pegou 1 pretinho básico e quebrou a cabeça para montar mil looks diferentes? Uma indiana lançou um desafio interessante em tempos de crise (ou sustentabilidade da moda, como ela explica). Elegeu um modelo de vestido bem versátil (com frente e costas usáveis) e mandou fazer 7 iguais, pra usar 1 por dia, durante 365 dias, cada dia de um jeito diferente. É o The Uniform Project, blog que já adicionei na minha listinha. Não sei se ela vai aguentar, se ela só usa o vestido pra fazer a foto diária ou se realmente adotou o uniforme. Mas é um incrível exercício de criatividade. Lembra o armário da Wilma Flintstone (e seu maravilhoso colar de bolas brancas), da Bette, da Minie? Imagina se elas conhecessem a palavrinha mágica "acessório"?

13 de jul. de 2009

Dica*

O post de hoje é dedicado a todas as mulheres que deitam a cabeça no travesseiro e dormem o sono das justas. Tudo bem, se não for com a cara enfiada no travesseiro. Amassa a pele, sabia? Descobri hoje na dermato. De bruços, chega a ser óbvio. O que eu não sabia é que dormir de lado também amassa (céticas: façam o cálculo de quantas horas e anos na mesma posição).
Pra quem tem propensão ao famigerado bigode chinês – aqueles sulcos que parecem parênteses ao redor da boca – dormir de lado só reforça os vincos. Não sei quanto a você, mas eu prefiro vínculos do que vincos. É claaaro que vou começar a dormir de barriga pra cima, bem Cleópatra (sem maquiagem, evidente).
Minha dermato já está acostumada com tantas perguntas e contou que comprovou isso na própria pele. Em função de uma cirurgia, ela foi obrigada a dormir um mês de barriga pra cima. As pessoas achavam que ela tinha feito plástica no rosto, de tanta diferença. Era só o efeito-desamasso.
Se você acha que é invencionice, o que posso dizer é que a minha dermato é maravilhosa e faz a linha “sem frescura”. Segundo ela, ainda não inventaram NADA melhor do que ácido retinóico. Cremes de farmácia são caríssimos, melhor manipular. E essa coisa de um creminho pro rosto, um pros olhos, um pro contorno da boca, um pra ponta do nariz, é tudo bobagem. Uma fórmula para o rosto inteiro. E protetor sempre.
Agora que o Photoshop está caindo no ridículo (você deve ter lido as matérias sobre atrizes e modelos sendo fotografadas de cara limpa para protestar contra o abuso do retoque digital), nada como incentivar os hábitos simples e saudáveis de beleza. Tomar mais água, não se estressar, não afogar as mágoas em qualquer quindim, se movimentar, amar e se sentir amada, dormir bem e sorrir muito para o espelho. Funciona, amiga.

*Se você tem menos de 20 anos, desconsidere esse post. Ou guarde a dica pro futuro.

10 de jul. de 2009

Homem é homem


Pode ser o pedreiro da obra ou o presidente dos Estados Unidos: é só passar uma bunda de mulher que todo homem olha. O azar do Obama é que sua fraqueza (ou baita virada de cabeça pra secar aquela bunda) foi registrada por um fotógrafo. Imagino ele se explicando em casa. Deve ter colocado a culpa no Brazil. You know, samba, ziriguidum, Rio…

Michelle provavelmente não engoliu, nem com caipirinha. Poxa, honey, era uma bunda da Unicef!!! Melhor foi o Sarkozy, que já nasceu com cara de safado, rindo da testosterona do colega e prevendo o mico worldwide. Semana que vem a bunda de 17 anos talvez apareça num ensaio teen. A Playboy vai ter que esperar até ela (a dona da bunda) completar 18 anos. Já o fantástico... prepare-se.

Tem-que-ter ideia

Maxibolsas, mini bolsas, carteiras de mão, clutchs enormes criadas a Toddy (momento vintage).
Como eu ia dizendo, adoooooro as invenções de moda.
Logo vão inventar a pendrive bag – uma bolsinha do tamanho de um pendrive, onde dá para botar 10 GB de badulaques dentro. O equivalente a 73 batons, um Trident, as chaves, o celular, um livro grosso e metade do closet. Praticamente a bolsa perfeita, levinha e bem abastecida.
Armani? Miuccia? Se vocês estiverem lendo esse post e gostarem da ideia, eu libero os direitos em troca de muitos modelitos da última coleção. E a pendrive bag, of course.

Autoescola

Eu admiro os carros de autoescola. Sempre que vejo um na minha frente, faço um sinal de luz como reverência. Ali dentro tem alguém que está aprendendo. E eu, que já dirijo com as mãos nas costas, estou aprendendo o quê?
A ser tolerante, cada vez mais.
A dizer não (entendeu bem? n-ã-o), apesar de sempre doer.
A relaxar, o que ainda é difícil.
A comer menos (um eterno exame de baliza).
Só não posso desaprender a acreditar.

9 de jul. de 2009

Que garoa, garota

Prefiro chuva decidida. Aquela que desaba, molha tudo e vai embora. Essa garoa enjoadinha, que acha que é São Paulo, que jura que é Londres, me irrita. Céu branquela (ou off white, como dizem os fashionistas) não combina comigo, sou uma pessoa cada vez mais movida a energia solar. Sustentabilidade de humor, entende?
Com essa garoa, hoje eu não vou ter pôr-do-sol na janela. De novo. E quando eu chegar em casa, a toalha de banho ainda vai estar úmida. De novo. Toalha eu resolvo com secadora. Ah se as nuvens coubessem lá dentro. Iriam sair sequinhas, prontas pra guardar. Preciso de um vento que entorte guarda-chuva. Pra amanhã acordar com o céu azul. Um dia lindo e quente, perfeito pra colocar biquíni e ir pra piscina – ops, acho que exagerei. Amanhã eu trabalho. Então pode ser sábado.

8 de jul. de 2009

Insistentes

Posso estar enganada, mas o ser humano insiste em ser feliz. É isso – e não o maldito despertador – que nos faz levantar da cama todo dia de manhã. Acreditar que hoje vai ser melhor do que ontem. Bem melhor, né? Então a gente vai atrás, fica insatisfeito, faz planos e listas, se cobra, pega a colher e começa a abrir o buraco na parede, vira o jogo, não se contenta com qualquer alegriazinha circunstancial. E não adianta só ter felicidade dentro de casa. Tem que ser feliz também no trabalho, na frente do espelho, nas férias, na cama. Os insistentes.

6 de jul. de 2009

Dinossauros

Hoje cedo vi máquinas de escrever. E em uso, acredite! Julho de 2009 e ainda existem ambientes com mais Olivettes do que computadores.
Cartório tem um pé nas cavernas: escrivaninhas velhas, carimbos, pastas, arquivos, carimbos, procurações, firmas reconhecidas, carimbos, certidões, saquinhos plásticos, carimbos. Os homens iniciavam o trabalho sentados numa espécie de produção em série. Um pegava o papel e conferia a assinatura, passava para o outro que carimbava e assinava, que passava para outro que colava uma etiqueta. Não dá para um só fazer todo o ciclo mais rápido? Entre uma passada e outra, eles davam uma enroladinha técnica, valorizando sua parte no processo. E minha procuração ali, parada no tempo.
Fiquei analisando o microcosmo dos cartórios. Pensei na motivação de iniciar mais uma semana, nas conversas na hora do cafezinho, na festa da firma, na empolgação de ser promovido (um carimbo maior?). Dias absolutamente iguais – e muito, muito dinheiro em caixa.
Eu já tinha visto dinossauros no domingo, mas eles eram em 3D, ferozes e divertidos (recomendo A Era do Gelo 3). No cenário de hoje, não havia um verdinho pra dar vida. Ninguém abria o bocão e mostrava os dentes, nem que fosse pra morder a bolacha Maria do colega.

3 de jul. de 2009

Lista de compras

Não consigo ir ao supermercado sem fazer uma listinha antes. Falta de confiança na memória? Organização? Mania? Vontade de escrever? Prefiro acreditar que uma boa lista de compras tem o poder mágico de se transformar num escudo capaz de me proteger de todos os males. Hoje em dia tem muito descontinho merreca disfarçado de promoção. Também não dá pra confiar em qualquer cartazete escrito Oferta – antigamente eles só usavam essa palavra quando tinham certeza. Já que meu forte não é fazer conta de cabeça, nunca sei se vale mesmo à pena levar aqueles pacotões com 16 rolos de Neve. E se fossem 16 do cachorrinho? E guardar onde? Duvido que os matematicamente privilegiados tenham tempo de ficar calculando a estatística do arroz parboilizado X agulhinha. A gente vai passando e pegando. A não ser que tenha em mãos o escudo protetor. Já é difícil resistir a embalagens bonitas e marcas conhecidas. Então o critério tem que ser o mais racional possível. Uma lista de compras pode até nos proteger de outro perigo: as degustações. Lançamento de Bis sabor amêndoas? Enfie o rosto no papel (ou o papel na boca) e siga em frente. Seu carrinho não é um DVD pra vir cheio de extras. Quando você chegar ao caixa, mesmo assim vai se deparar com muitos itens que não deveriam estar ali. Força. Persistência. Poderia ser bem pior sem a lista.

2 de jul. de 2009

Desgraça alheia

Eu moro no coração do Menino Deus, um dos bairros mais futebolísticos de Porto Alegre. Aqui Grêmio e Inter são vizinhos, queiram ou não. Eles mexem com os humores e, principalmente, com o trânsito. Na verdade, o Internacional fica em um bairro colado, o que só acirra a disputa: é sempre interessante ficar de olho no gramado do vizinho. E na fila da bilheteria, na cotação das camisetas em dia de jogo.
Eu me encaixo bem nesse lugar híbrido. Sou geneticamente gremista e, para minha sobrevivência, sofri mutações coloradas. Mais ou menos o que aconteceu com as melancias quadradas e as uvas sem semente. Não que eu pendure bandeira vermelha na janela (mas faço piadinhas sobre o chiqueirão). Não que eu goste futebol. A questão é que admiro as paixões.
Ontem, na hora do jogo, apesar de eu já estar deitadinha na cama lendo, fiquei profundamente irritada. Veja bem, eu acompanhava os lances através da pulsação da rua. Quando ouvi tantos foguetes e o bairro gritando, podia jurar que era gol do Inter – nas duas vezes foi assim, uma euforia. Levantei e fui até a sala. Encontrei 3 colorados emburrados, aquela comemoração toda era dos gremistas. Que coisa! A desgraça alheia sempre é gratificante.
E não é só no futebol. Amigos se separam? Colegas são assaltados? Comoção, raiva, consolo, lástima – mas lá no fundo a gente comemora, ainda bem que não fui eu. Pode ser insconsciente, o instinto que nos acompanha desde as cavernas. O fato é que a desgraça alheia faz bem. Talvez por adiar as nossas próprias dores. Hoje à noite é a vez do Grêmio sofrer. E dos colorados irem à forra. Somos humanos, não adianta. O mundo é redondinho, feito uma bola.

1 de jul. de 2009

Excessos

Meu filho tem um sonho que eu já tive: passar a noite trancado dentro de um supermercado. Ele sabe direitinho por onde ia começar o estrago: na prateleira de Ruffles. O que sobrasse de espaço no estômago seria preenchido com chocolates. Muitos, de todas as marcas. Um atrás do outro. Menos os bombons de coco e ameixa. Aposto que o Fabio não ia desperdiçar as barras, provando um pouco de cada. Elas desapareceriam inteiras em questão de minutos, como naquelas cenas de mercadinho caribenho sem água às vésperas do furacão.
Às vezes a gente tem necessidades estranhas. O excesso é uma delas. De comida, de bagagem, de um carro que mal cabe na garagem, de cuidados com os filhos, de amor (sabe aqueles casais onde um resolve amar pelos dois?). Assumir seus excessos é uma coisa que as crianças fazem com naturalidade. Se é bom, elas querem. E muito, por que não?
Na verdade, qualquer excesso é ruim. Mas a falta é pior ainda. Não sei por que pensei nisso agora. Excesso de expectativa, talvez. Na dúvida, vou me manter longe dos chocolates.