26 de jun. de 2009

Não tem como não falar dele

Polêmico como o Moore. Talentoso como o Jordan. Para uma criança que se recusou a crescer, Michael até que viveu bastante. Teimou em ser branco, então clareou a pele e afinou o nariz. Quis ser mulher e escolheu como benchmark sua irmã Janet – ou Liza Minelli, acho que o cirurgião plástico misturou as duas referências. Quis ser pai e deu um jeito. Quis comer criancinhas e inventou Neverland para ser a cenoura. Michael achou que seu dinheiro era do Banco Imobiliário e parece que morreu devendo as calças de paetê. Espero que tenha sobrado um troco dos direitos autorais – seus filhos vão precisar para a terapia. Em nome de todas as músicas dele que eu dancei e cantei junto, fica aqui minha homenagem. O mundo pop perdeu um grande nome e blablablá. Mas que o cara era um freak, isso ele era.

25 de jun. de 2009

Descobertas 2

Todas as tardes, por volta das 15h, o Fabio liga pro meu trabalho e tenta me convencer a não fazer o tema sozinho. Melhor, segundo ele, fazer de noite comigo.
Hoje ele achou que tinha um argumento infalível...
-Eu tô cansado, mãe.
-Cansado do quê, Fabio?
-Foi um dia e tanto...

Descobertas 1

-A Luisa gosta de mim!!
Assim, com dois pontos de exclamação no fim da frase. E com a porta do carro ainda aberta. Eu esperava ouvir quanto foi o jogo ou quem aprontou durante a aula, como de costume. Hoje a novidade foi outra.
Gols o Fabio faz toda hora. Não é sempre que ele descobre que é correspondido. Justamente a menina que ele gosta (e quase todos os colegas da turma) também gosta dele.
Eu nem fiquei com ciúmes, olha que progresso! Achei tão bonitinho ele orgulhoso e envergonhado ao mesmo tempo. Com um irmão mais velho e vendo tantos seriados sobre adolescentes, finalmente uma história daquelas aconteceu com ele. Detalhes da trama: o Fabio descobriu porque ouviu ela contar para alguém. Já a Luisa parou na frente e perguntou: “é verdade que tu gosta de mim?”. Dá-lhe, garota! Direto ao ponto. E ainda levou uma amiga como testemunha. Pego de surpresa, o Fabio só conseguiu sacudir a cabeça positivamente. Eu pagava pra ver a carinha dele.

O céu é o limite

Último fim de semana de IPI reduzido. Todo mundo atrás de carro zero. Ruas cada vez mais congestionadas. Estacionamentos cobrando os olhos da cara. Cenário perfeito para o anúncio de helicópteros que acabei de ver numa revista.
Lula não quer que a gente consuma mais e movimente a economia? Então, vamos lá. Enquanto o povo se joga comprando geladeira e material de construção mais baratos, muitos dão um upgrade na camionete e outros tantos finalmente entram no mercado de luxo.
“Seu helicóptero por apenas US$ 66.900,00” (o velho cacoete do varejo. É 67 mil, né? E é dólar). “Ter uma aeronave ficou tão fácil que agora os problemas do trânsito não irão mais fazer parte da sua vida”. O anúncio foi feito pra São Paulo. E pra quem mais quiser encher a boca e contar que comprou um helicóptero. Mas peraí... vou ler aquela frasezinha pulga ali no canto. Ops! Esse valor é pra comprar uma cota de 10% do bichinho. O velho rachide, numa versão novo rico!! Quem tem dinheiro meeeesmo compra o helicóptero inteiro. E não precisa de anúncio pra dar vontade.
Acho isso tão Dubai. Gostei mais da notícia que li no jornal sobre as obras do metrô em Porto Alegre. Vai ter uma estação perto de casa. Enfim, vou me sentir cosmopolita.

23 de jun. de 2009

Dolce agonia

Tem tantos escritores que ainda quero ler. Aí aparece outro livro da Nancy Huston e eu me vejo obrigada a atrasar a listinha para voltar aos preferidos. Li Marcas de Nascença e me apaixonei. Que narrativa poderosa ela tem. A gente gruda feito marcador com ímã. Lê, vira a página e leva uma cacetada no meio do parágrafo. A leitura segue assim. Jane Houston surpreeende, desconcerta. Eu, que adoro ler antes de dormir, não me dou por vencida. Os olhos pesam, o cérebro ronca, provavelmente vou ter que voltar ao mesmo trecho na noite seguinte. Mas não tem como parar. Não agora. Só mais uma página. Falta pouco pra acabar esse capítulo. O despertador nem quer saber, amanhã vai tocar cedo. Com ou sem Nancy Huston.
Agora estou lendo Dolce Agonia, que ela escreveu antes de Marcas de Nascença. Comecei há pouco e já cheguei na metade. Um problema. Livro bom a gente quer devorar e economizar ao mesmo tempo. Um jantar de Ação de Graças, a reunião de doze pessoas que passariam a data sozinhas. Cada um com seus problemas, todos dão uma trégua na vida para comer bem e celebrar. Enquanto isso, você engole em seco. Deus é o narrador. Intercalando cada capítulo sobre o jantar, ele escolhe um dos convidados pra contar como e quando o infeliz vai morrer. Matar o peru, pelo jeito, não foi suficiente. Deus é cruel na narrativa. Dá uma agonia saber que a página final de todos nós também deve estar escrita. Se tem um lado dolce lendo esses capítulos, é que dessa vez não é você.

Luz

Dois momentos em que eu amo a escuridão: 1) quando abro a porta do meu apartamento, ao chegar da rua, e me deparo com os milhares de pontinhos de luz no janelão – é sempre tão bonito. Nem acendo a luz, não quero colocar cortina, tomara que meus olhos nunca se acostumem com a cena. Uma vez, na sacada da antiga casa da minha mãe, o Rafa era pequeninho e ficou encantado com uma visão assim. Chamou aquilo de “cidade de luz”, prova de que todo mundo pode ter sua Paris. 2) quando passo pela minha sala, também no escuro, e vejo nossas fotos mudando no porta-retratos digital. Não pelo modernismo da coisa, gadgets não me impressionam. Eu gosto é da surpresa iluminada. Esqueço o que eu ia fazer na cozinha. Espero pra ver qual é a próxima foto, pra onde ela vai me transportar. E vou – com a toalha de banho molhada na mão – pra algum momento de férias, de aniversário, de parque, de um dia que foi muito bem aproveitado. Falando nisso, preciso tirar mais fotos (e aproveitar mais os dias). Elas nunca são suficientes, tem sempre uma luz de flash que poderia ter acendido. Fotos com a luz do sol, até sem luz e sem foco se o motivo for nobre. Preciso também comprar mais porta-retratos. E espalhar pela casa pra alimentar nossas memórias. Eu tinha jurado que ia deixar a digital dentro da bolsa (de celular, nããão). Posso estar perdendo uma boa foto agora.

Um momento em que eu odeio a escuridão: 1) num dia como hoje, quando a família sai de casa e ainda é noite fechada lá fora, com chuva e frio. Que vontade de chutar o balde e engatar a ré. Todos de volta, bando de irresponsáveis, jogados na cama, tirando fotos em plena terça-feira, enchendo o edredon de farelo de bolo. Puxa vida, eu deveria investir no setor de banco de imagens.

22 de jun. de 2009

Metade cheio, metade vazio

Parece mentira que 2009 já está na metade. Não que ele tenha passado rápido - a porcaria da crise arrastou suas correntes nos últimos meses. Deixando meu lado pessimista se manifestar, estou sobrevivendo com dignidade. Ok, ok, uma pequena correção no verbo: vivendo. Tive sustos, decepções, medos, sigo cheia de dúvidas mas tenho certeza de que estou mais forte. Traçando um gráfico desses altos e baixos, acho que me mantive na média. Ok, ok, acima da média. Isso por mérito dos três homens que fazem eu ter a família mais maravilhosa do mundo. Eles são o meu Buzzlighteer, sempre dizendo “Para o alto e avante!!”
No fim do ano passado, eu tentava imaginar como estaria agora. Bem melhor, o tempo realmente tem poderes curativos. E ainda falta uma metade inteira pra 2009 deixar boas lembranças. O negócio é receber o segundo semestre de braços bem abertos e correr atrás do que ainda não aconteceu. Se eu fosse um copo, estaria sempre metade cheia – os meus vazios faço questão de preencher rapidinho.

19 de jun. de 2009

Quase todo mundo tem alguém

Eu comecei a ler a Zero Hora e parei nessa frase. Está destacada na matéria que fala sobre uma recente pesquisa sobre a vida sexual dos brasileiros. 84,2% dos homens e 89% das mulheres declararam que tiveram um parceiro fixo nos últimos 12 meses. Deve ser assunto nos principais jornais e sites do país. Sexo, sabe como é.
Quase todo mundo tem alguém.
Quase 9 entre 10 brasileiros.
Fiquei pensando no grupo dos quase. Ainda bem que já passou o Dia dos Namorados. Essa frase é broxante demais, apesar de parecer otimista. Enquanto quase todo mundo tem alguém na cama, o grupo dos quase está na batalha. Uma porcentagenzinha que significa muita gente. Não acharam sabe-se lá porquê. Talvez estejam desistindo de procurar.
Eu não queria ler isso e me encaixar nos quase. É quase tão perto de conseguir. E pra que ser a exceção com esse frio todo? Tão bom ter alguém pra se esquentar, a gente nunca sabe que noites vão ser as mais frias. Bom em todas as estações no ano, pra falar a verdade.
Agora imagine que legal se os “quase 9 entre 10 brasileiros” apresentassem seus amigos solteiros aos “1 e pouco” que também estão sozinhos? Puxa, todo mundo podia ajudar a mudar essa estatística. É utopia demais?

17 de jun. de 2009

TPM

Todos os meses, a TPM me maltrata.
Não aquela outra, falo da revista TPM (Trip Para Mulheres). Como demora a chegar! Isso, sim, me deixa irritada.
Sou leitora desde a primeira edição. É uma revista inteligente, que gosta de cutucar os padrões, tanto de comportamento como de jornalismo. Leio todinha, não escapa uma página. Os colunistas são superbons. Fico imaginando as reuniões de pauta, queria estar lá, deve ser o tipo de trabalho que dá prazer no dia a dia, não só no dia 30. Já tive a oportunidade de assistir a uma palestra do Paulo Lima, cérebro também da revista Trip. Os editoriais que ele escreve são melhores que muita matéria por aí.
Mas tem essa angústia da espera. É como estar louca pra ver um filme que ainda não estreou. As revistas mensais já estão na banca e nada da minha TPM. Sou masoquista, prefiro esperar pra rasgar o plástico, abrir as folhas ainda grudadas da impressão e sentir o cheiro de revista novinha. Por isso não corro pro site e adianto a leitura. Quando a revista finalmente chega, eu fico calminha. Ainda não chorei na banca, pelo menos isso.

Tolerância 0,1

Ando intolerante ao tédio. Ele virou um glúten, está em toda a parte. Eu pego um dia qualquer, a embalagem parece bonita e eis que, de repente, encontro aquela frasezinha no canto: CONTÉM TÉDIO. Fecho a boca, a cara, as unhas cravam na palma da mão. Como assim, tédio de novo? Não era para ele estar aqui. Já estou me privando de tantas coisas. Mas vou dar um jeito de me livrar dele. De novo. É para isso que serve o alerta (escrito sempre em letra maiúscula, que é para ser lido). Uma mudança radical no trajeto casa-trabalho-casa, um corte de cabelo que seja, um assalto a banco, uma aula de artes marciais.
Eu ia a-d-o-r-a-r aperfeiçoar meus socos e voadoras. Ficar mais rápida nas respostas. Dar aquelas piruetas, sempre de roupa escura, elegante e fina. Ocupação? Ninja. Imagine dizer isso num balcão de loja, fazendo crediário. A atendente fica pálida, não sabe se ri ou se foge. Rendimentos? Iaaaaaá!! Merece um golpe no meio da testa, por perguntar o salários dos outros. A essa altura, pessoas na fila me olham, dão passos pra trás, num misto de medo e admiração. Uma garotinha completamente entediada, esperando a mãe que foi buscar o cartão do CPF em casa, se junta a mim. Ensino como guardar a espada na maxibolsa - a lâmida é afiada, pode perfurar tudo, menos uma bolsa bonita. Depois uso a invisibilidade dos ninjas e sumo dali. Se não der pra vencer, que pelo menos eu consiga disfarçar o tédio.

(how to be ninja, besteirol garantido http://www.youtube.com/watch?v=Do1iyZOZhEc)

15 de jun. de 2009

Lar, criativo lar

Estou numa fase de invencionices decorativas. Engraçado que essas fases sempre aparecem em momentos de limitação. Não posso comprar tudo o que eu gostaria, então invento. Também não consigo exercitar toda a minha criatividade no trabalho – mas lá em casa, posso fazer o que eu quiser.
Uma coisa que adoro é redefinir funções para os objetos. Transformei um copo de caipirinha sem uso num vaso de vidro. Em vez de flor, coloquei uma pimentinha linda. Bobagem pra muitos, diversão garantida pra quem curte casa e decoração. Ainda no segmento natureza, sempre dá pra investir em flores charmosas e abrir os armários atrás de cachepôs vintage (que podem ser ex-ninhos de Páscoa ou aquelas cestas de presente).
Uma ideia desencadeia a outra, é só ter bom gosto e não ter medo de errar. Plantas que mudam de lugar são ótimas geradoras de insights. Esses dias coloquei a bromélia pra fazer companhia ao cactus, mas ela ficou nanica demais perto dele. Inventei pra já uma mesinha descolada. Fiz uma pilha de livros e usei como sustentação um bauzinho relíquia, que foi caixa de costura da minha vó. O problema é que deu vontade de reler aqueles livros e ter minha vó de novo por perto. A gente consegue fazer chover com o que tem em casa. Quem guarda, sempre tem. Eu, por exemplo, tenho boas lembranças da minha mãe mudando os móveis de lugar, inventando uma sala nova pra gente.
Não é todo dia que dá pra surtar e comprar tudo. Aliás, consumismo exagerado é coisa de Dubai. Reaproveitar é tendência (ou, como preferir, sobrevivência). Um sofá ainda com vida útil renasce com um tecido moderno e um bom estofador. Um edredon novo deixa o quarto inteiro com jeito de tinta fresca. Almofadas merecem trocar de roupa de vez em quando. Uma mesa de jantar pode ganhar cadeiras. Dá pra trocar ao$ pouco$ – quem não perdia Friends vai lembrar da mesa da Mônica, com uma cadeira diferente da outra. Os blogs de decoração sempre dão dicas ótimas, tenho vários nos meus preferidos. O que são os Antes e Depois?! Banquetinhas podres se transformam em objetos de desejo. Puro senso estético. Exclusividade a preços módicos.
Amanhã é aniversário do meu apartamento. Há dois anos, mudamos de endereço. E a cada dia, ele vai mudando com a gente. Os porta-retratos vão ganhando vida. Sempre tem espaço pra invencionices. A decoração de uma casa só termina no dia em que a gente se muda para a próxima.

12 de jun. de 2009

Aperto do bem

Chamou a minha atenção uma série de anúncios falando que mamografia agora é lei, e estimulando as mulheres a procurarem o saudável combo consulta ginecológica + mamografia.
Até que enfim! Agora todas vão ter acesso a um exame que já deveria ser rotina. Tomara que elas façam bom uso dos seus direitos. Pior que esse atraso de vida só mesmo a quantidade de mulher que tem plano de saúde e não usa. Garanto que muitas executivas bem-informadas sabem a data da fundação da empresa mas não lembram quando fizeram o último check up. Não acham tempo e vão contando com a sorte. Quero ver se elas perdem a hora da unha e do aeropumpbody.
Eu tenho uma coleção de mamografias, comecei bem antes da idade indicada pra acompanhar um nódulo. Mesmo sendo benigno, todo ano eu vou lá pra conferir. Há pouco fiz duas mamografias seguidas, um tira-teima por excesso de zelo da médica. Bendito plano. Faço também eco mamária e todos aqueles exames. O que adianta se preocupar com roupa, cabelo, sapato, bolsa e descuidar do que é realmente importante?
Mamografia é chatinho, mas totalmente suportável. Aquele aperto dura poucos segundos. Jeans apertado na cintura dói muito mais.

Bengala

Cada vez que eu tomo café e sinto um gosto ruim na boca, faço a mesma pergunta: por que, ó Cristo, eu bebo isso?
Não me refiro ao delicioso espécime que vem com biscoito charmosinho no canto do pires - depois do almoço, coisa boa chamar o garçom e pedir um expresso junto com a conta. Também deixo de fora o cappuccino, que amo de paixão. Esse nasceu pra ser saboreado numa mesinha de rua, vendo o movimento passar, lambendo a espuma que ficou na colher e o chocolate que sobrou no fundo da xícara.
Eu falo do intragável café de firma. Ele é ruim como trabalhar numa sexta que todo mundo enforcou, menos a gente. É o que nos resta. Bebemos sem pensar, por força do hábito, da mesma forma que entortamos clips numa reunião. Distrai, só isso. É uma chupeta de adulto. A gente caminha pra lá e pra cá arrastando a xícara feito criança que segura seu paninho.
O café de firma não merece o cargo que tem. Ele geralmente chega mais tarde do que deveria, está sempre morno e, em alguns dias, consegue ter um gosto pior que a média da semana. Pode ser de copinho ou de caneca, de térmica ou de máquina. A verdade é que ele sempre deixa a desejar. E se beneficia do medo que o cérebro não pegue no tranco sem ele.
Bom mesmo é o aroma, que cria uma falsa expectativa (tipo dissídio). A gente bate ponto no café de firma pra ver se passa o tempo, se esquenta as mãos, se enrola o estômago (e o trabalho), se encontra alguém pra conversar. Não precisaria tomar tantos. Podia beber água, que pelo menos faz bem. Em casa, eu nem lembro que café existe - por que será, hein? Passo o fim de semana sem ele. Boto o pé no trabalho e a mãozinha treme, pedindo a bengala da cafeína.

10 de jun. de 2009

A Terça Da Porcaria

O que meus filhos vão lembrar de bom e divertido? Eu falo daqueles momentos que merecem ir pra prateleira principal do cérebro e nunca mais sair de lá. Bobagens que inventamos juntos, episódios que fazem rir depois de anos. Os meus registros não são necessariamente os deles, essa é a questão. Imagina se o que ficar na memória for eu mandando passar fio dental, fazer tema e outras chatices de mãe? Prefiro que eles lembrem (e façam com os filhos deles) invenções como a Barrigolândia – um súbito ataque de cosquinha com braços imobilizados e beijos barulhentos bem no meio da pança (tem que ser deitado na cama, não se faz Barrigolândia na cozinha, por exemplo. E antes precisa ter perseguição pela casa). Se tudo der certo, os dois vão ter muito o que lembrar, vai faltar prateleira.
Ontem a gente começou algo que tem grande potencial de registro: A Terça Da Porcaria. Foi ideia do Ricardo, e os guris amaram na hora. A Terça Da Porcaria consiste em comer algo totalmente desaprovado pelos padrões nutricionais. E tem que ser na terça, pra quebrar a semana. E em todas as terças, senão não pega. Trincheira farta pra pesar no estômago. De preferência algo de telentrega, pra ser engraxado. Já começamos bem, com o Georges Pastel. Gostoso e gorduroso, atendendo à nossa expectativa. Uma hora depois, sentindo um tijolo de seis furos dentro do estômago, pensei em cancelar A Terça Da Porcaria. Mas eles acharam o máximo! Passei a madrugada revirando na cama, tive que tomar remédio. Eles dormiram (felizes) a noite toda. Já estão planejando a próxima porcaria. Vou ter que estocar Sonrisal, não posso ficar de fora. Tudo pelos rituais em família.

Coisa de mulher que pensa

Estou lendo um livro superbom: Coisa de mulher, de Laura Kipnis. Ela também escreveu Contra o amor, que vou comprar certo. Sempre quero mais de quem me surpreende.
Apesar do título mulherzinha, a abordagem é uma voadora no saco (ou nas trompas de Falópio, como preferir). O livro é um ensaio sobre a roubada que o mulherio se meteu desde que resolveu imitar a turma do terno e gravata. É dividido em quatro grandes temas - sexo, sujeira, inveja e vulnerabilidade. A leitura flui, parece uma conversa, bem como a gente gosta. O texto é levinho mas o assunto pesa. Entender a psique feminina não é bolinho. Em vez de culpar os homens pelas angústias atuais das mulheres, a autora nos bota contra a parede. E enfia o dedo na cara, com unha pintada e tudo.
Estou na parte da sujeira. Não me considero maníaca por limpeza, mesmo assim o primeiro parágrafo fez eu me enxergar (ridícula) examinando sujeira da sola de tênis. E tem mais, questiona Laura. "Quantos casamentos poderiam ter sido salvos por banheiros separados?" As mulheres estão sempre procurando alguma coisa, um fio de cabelo no chão, um algo a mais no relacionamento, no trabalho, na vida, na frente do espelho. E geralmente nem sabem direito o que é. Alguém aí se identificou?

9 de jun. de 2009

Tributo ao Trench Coat

Ele é o primo fashion da capa de chuva. Ele é um clássico da moda. Ele é a única razão para uma mulher sair da cama num dia chuvoso.
O cabelo vai encrespar. O saltinho vai encontrar alguma poça d´água no caminho. O dia vai ser melequento com azulejos escorrendo, trânsito caótico, vidros lambuzados, mood melancólico. Mas nada disso será problema se você estiver po-de-ro-sa dentro do seu trench coat. Palmas para ele, que segue imbatível nos editoriais de moda. A cada estação, inventam novas cores e tecidos. Trocam as fivelas, forram os botões, sobem e descem o comprimento. Desde que não descaracterizem a modelagem, teremos sempre um belo trench coat!
Vista jeans e camiseta. Fique com o pijama por baixo. Se você souber dar o nó certo na cintura e deixar a gola levemente em pé, pode alugar o espelho mais próximo: você vai estar fina até a raiz pintada do cabelo. Mulheres não vestem um trench coat, ele é quem nos veste. Enfie a manga direita e depois a esquerda. Na mesma hora, os braços alongam, os ombros endireitam, o peito empina, a postura muda, o carão de modelo toma conta do corpinho.
Aproveite que a meteorologia está pedindo um trench coat. Use o seu. Compre outro. E desfile nas avenidas movimentadas. Uma ironia do destino é saber que no Rio de Janeiro está acontecendo o Fashion Rio. Todas as modelos e estilistas ocupadíssimos com a moda primavera-verão. Aqueles biquínis gelados. E nós aqui, no Sul Europa, brincando de parisienses.

8 de jun. de 2009

Vende-se ponto

Sempre que eu vejo uma placa dessas pendurada na vitrine, fico pensando no tal do espírito empreendedor. Um dia, os donos acreditaram 100% que o negócio ia dar certo. Devem ter perdido sono, dinheiro, finais de semana, viagens, aniversário de amigos. Quando penduram a placa, é porque perderam a esperança. Em algum momento, o desafio virou sacrifício. Espírito empreendedor é fundamental, mas não é garantia de nada. Tem que ter sorte e sangue de barata.
Vende-se o ponto. Ficam as dívidas e a experiência - ambas acumuladas. Muitas vezes, a tinta da parede ainda está novinha, a última melhoria nem terminou de ser paga. Isso me comove. Os donos devem pensar em mil alternativas antes de chegar na placa. Ela é o reconhecimento público de que não deu certo. Entregam os pontos, entregam o ponto.
Num país de economia tão instável, quem tem a coragem de abrir um restaurante, pousada ou qualquer coisa merece um busto em praça pública. No mínimo uma menção honrosa, fixada eternamente na vitrine. Semana passada eu vi mais um desses avisos na frente de uma livraria de rua, pequena e charmosinha. O tipo de negócio que eu adoraria ter se fosse mais empreendedora.

Ânimo

Para uma segunda-feira, até que essa manhã está sendo bem produtiva. Decidi começar a semana inspirada. Cedinho já fiz um exu-descarrego com muita música e planos. Como tem gente que consegue viver sem música? Sem planos, também não dá. Eles são a cenourinha que nos fazem seguir em frente. Estou remodelando os meus. Quero me cercar de céu azul, gente do bem, pequenas e viáveis promessas de felicidade. E um tubo bem grande de oxigênio, pra correr atrás dos famosos planos.

4 de jun. de 2009

Mais uma crônica para o site do Bourbon Shopping

Paixões múltiplas



Que mulher não se apaixonou por uma bolsa? Que homem não fez o mesmo com um lançamento de carro (mas chamou isso de excelente oportunidade de mercado)?
A paixão acontece não só entre pessoas. Nossa vida é uma colagem de momentos onde a atração e o coração acelerado nos denunciam. Pode ser uma paixão arrebatadora por uma praia, um filme, um esporte, um restaurante, uma casa, uma cidade - são tantos os pretextos para se apaixonar perdidamente. Tem louco que se apaixona até pelo trabalho!
Para esticar a paixão, inventaram o namoro. Ele é um estado de espírito, por isso é tão bom. Com o nobre objetivo de conhecer melhor a pessoa, grudamos feito cola bonder. Tem gente que se encanta quando descobre os mesmos interesses, há quem se apaixone justamente pelas diferenças. Namoro é aprendizado, uma aula que ninguém quer perder. Acho que a paixão termina quando a gente pensa que já sabe tudo sobre o outro e banaliza o olhar. Vê mas não enxerga.
Uma vez fiz um curso com Charles Watson, um intelectual carioca disfarçado de professor de artes. Lembro até hoje de algo que ele disse, entre tantas coisas brilhantes: a partir do momento em que o nosso cérebro nomeia um objeto, ou seja, entende para que serve e como funciona, perde o interesse. Vai dizer que isso não acontece em muitos relacionamentos?
A verdade é que é impossível estar sempre apaixonado, não com a intensidade do comecinho. O coração nem aguentaria, precisa acalmar um pouco. No casamento, a lovestory se torna vulnerável a fatores externos como sogra e saldo negativo. Então precisamos nos apaixonar de novo, de preferência pela mesma pessoa.
Posso estar enganada, mas o segredo é reaprender sobre quem dorme ao seu lado. Aquela gostosa sensação de voltar a estudar depois de um certo tempo. Para isso, tem que observar e se manter atualizado sobre os gostos, os sonhos, os desejos do outro. Não é só corte de cabelo que muda. Se a gente estiver atento, essas descobertas podem gerar múltiplas flechadas do cupido.
Dizem que depois da paixão, vem o amor. Eu digo que o importante é nunca faltar cola bonder em casa, para que uma gotinha grude de novo o casal sempre que for preciso.

Apenas um devaneio

Eu não teria o menor problema em ter dinheiro o suficiente pra não precisar mais trabalhar. Não digo nascer rica e folgada, porque aí não se dá tanto valor. O que eu gostaria é que chegasse uma hora em que desse para avaliar racionalmente o saldo no banco e apertar a tecla Foda-se. Depois, só a agradável rotina de gastar os dias.
Tenho certeza de que eu iria ocupar meu tempo muito bem, além do clássico inglês, massagem, academia. Quem sabe fazer um curso de francês, por exemplo, só pelo simples prazer de ouvir aquela melodia duas vezes por semana. Ou estudar para ser chef, fazer um pós sobre cinema, sei lá, desde que eu continuasse aprendendo algo. E manteria um turno livre para o saudável ócio.
Mas esse tipo de coisa não dá pra planejar antes, só na hora. De acordar, por exemplo. Tem sol lá fora? Hummm, então vamos aproveitar! Tá chovendo? É hoje que eu tomo café, volto pra cama e termino esse livro. Não consigo fazer isso nem aos sábados-feira, porque a listinha feita na véspera já avisa que tem lavanderia ou sapateiro esperando. Convenhamos, fazer agendinha para o fim de semana é coisa de assalariado, com horário pra tudo.
Eu utilizaria boa parte do tempo para cuidar dos detalhes da próxima viagem (sempre seria véspera de viajar). Isso é outro sonho de pobre, viver empurrando a mala de rodinhas por aí. Só que não conheço jeito melhor de gastar tempo e dinheiro.
Uma vez, nós quase moramos nos Estados Unidos. Meu marido iria a trabalho, as crianças iriam para a escola. Eu, pela primeira vez na vida, teria seis meses pra gastar como quisesse. Trabalhar, estudar, escrever ou só viver a experiência. A viagem não saiu, vai ver eu não nasci mesmo pra ser folgada. A outra brecha de tempo surgiu ano passado, naquele penoso processo da demissão (você deve ter acompanhado pelo blog). Na época, uma amiga disse tudo: “é sempre assim, quando a gente tem tempo, não tem dinheiro. E quando tem dinheiro, nunca tem tempo.” Quem sabe, um dia.

3 de jun. de 2009

Até a Luluzinha??

Sei que o tempo não perdoa ninguém, mas até a Luluzinha virou teen?
Eu já tinha lido sobre a nova fase do gibi que foi minha paixão quando criança. Fiquei curiosa e, claro, incomodada com a notícia. Que mania triste mexer nas referências dos outros!
O clube do Bolinha marcou época, a inteligência da Luluzinha era um clássico. Aqueles dois mundinhos se confrontavam, se distanciavam e, ao mesmo tempo, estavam sempre juntos. Lições de comportamento nas tirinhas. O Plínio, metido a rico e carente. A peste da Aninha... puxa vida. Lembro que nunca tinha passado pela minha cabeça a possibilidade de alguém comer bolo misturado com sorvete, até que eu vi eles repetirem a iguaria nos aniversários da turma.
Entendo por que isso acontece (a versão teen, não o bolo com sorvete). Crise de criatividade coletiva. Se Hollywood e Globowood vivem fazendo remakes de filmes e novelas, para que inventar coisas novas? Ser original é correr o risco de não agradar o público - e os anunciantes, o que é pior. Na agência que marcou a minha vida, as mulheres e os homens era divididos em dois grandes grupos de e-mail: Luluzinha e Bolinha. Espero que não tenham acabado com isso também. Era um carinho na alma (se bem que os estagiários bebês nem devem saber de onde saíram esses nomes).
Já não bastava a turma da Mônica criar espinhas com traços de mangá (e minha xará comilona ser transformada em rata de academia), agora eu tenho que ver o Bolinha magro e descolado? Cadê o consolo pros gordinhos? Se a Gloria Kalil está metida nisso, vou ter que conferir. E juro não desconfigurar o que está na minha memória. Se a turma da Luluzinha cresceu, eu imagino que aquelas roupas não sirvam mais. Só que o Super Homem não precisou de um guarda-roupa fashion pra subir (literalmente) na vida. Ele se juntou a bons roteiristas. O vestidinho amarelo da Magali, o Cascão que nunca tomava banho, os três fios de cabelo do Cebolinha, os cachinhos da Luluzinha, a pança do Bolinha. Cada um tinha uma identidade muito forte. Criança sempre gostou de repetição, as de hoje também – que o digam os canais infantis, reprisando exaustivas vezes os mesmos episódios.
Bom, o desabafo está feito. De qualquer forma, vai ser um reencontro de duas amigas de infância. Mas nós vamos ter que forçar a vista para uma reconhecer a outra. Isso se a Luluzinha lembrar que um dia foi uma garotinha como eu (não faz muito tempo, espiei o desenho dela na TV. Era quase, quase igual ao gibi).

2 de jun. de 2009

Calça marreca, pijama sureca

O melhor termômetro de crescimento dos filhos são as roupas. A cada mudança de estação, fica gritante o quanto eles espicharam. É calça que vira capri, é manga longa que sobe, é pijama que bate nas canelas. A gente finge que não vê, bota a culpa na secadora que sempre encolhe um pouquinho, mas chega uma hora em que o jeito é ir para as lojas. Eu fico sempre atualizando a listinha mental. Quem precisa de cuecas, como está o estoque de meias (ahá, aprendi com o tempo), quem furou o tênis - só não deixo um deles aparecer de babylook na minha frente.
Quem tem filhos do mesmo sexo consegue economizar consideravelmente com a famosa “herança do mano”. Tem sempre uma sacolinha guardada em cima do armário, com peças que ainda podem rodar no pátio do colégio. Um passa as roupas para o outro, o mais velho já avança para os moletons do pai, o mais novo manda as pecinhas bacanas para o primo e é aquele troca-troca. Eu, que só tinha irmãos, acabava herdando alguma coisa e não guardo traumas de infância.
Esse mesmo termômetro de crescimento que nos faz abrir a carteira também dá momentos de pura nostalgia. Eu vejo o Fabio usando as roupas do Rafa e vem cada flashback! Um tempinho atrás, era outro fofo que estava ali dentro. Como passa rápido, gente. Não tem bainha que segure esses caras.

Je suis désolé

Falo ou não falo sobre o avião da Air France? Comento a falta de sorte das pessoas que pegaram justamente aquele voo? E o azar das promoções de alguns shoppings, que se planejaram para sortear viagens de sonhos a Paris? Melhor não. Esses assuntos são tão horríveis que a mídia já se encarrega de destroçar. Fica aqui uma tristeza, uma desculpa, um vazio no coração de tantas famílias.

MAC Dia Feliz

Eu AMO a MAC. Então você pode imaginar a minha alegria quando fiquei sabendo, assim de supetão, que acabou de abrir uma loja da MAC no Iguatemi da Província, digo Porto Alegre.
Antes de prosseguir, é importante observar 2 coisas:
1) Eu realmente ando afastada do bate perna dos shoppings, senão meus radares já teriam percebido o blot powder no ar.
2) Eu realmente me irrito quando alguém lê o jornal pra mim, mas hoje meus olhinhos maquiados brilharam em agradecimento ao Ricardo. Até porque ele não leu as matérias, só um anúncio porque sabia que eu ia gostar.
3) Mais 1 coisinha fundamental: com o dólar a menos de R$ 2 e sem viagem marcada nem para o Imbé, eu finalmente posso aproveitar. O free shop é aqui e agora!!!
Para você entender o quanto maquiagem fascina uma mulher, eu explico: nem sempre esse amor surge quando brincamos de passar o batom da mãe na boca de plástico da boneca, que inclusive já vem pintada de fábrica. Quer dizer, isso no meu tempo de criança – hoje deve ter menina que ganha o primeiro gloss na maternidade.
Gostar de maquiagem é como pegar gosto pelos vinhos (eno-chatos estão excluídos desse raciocínio). Requer um certo aprendizado, horas na frente do espelho, testes e mais testes (que equivalem a taças e mais taças).
Quando eu tinha uns 10 anos, uma amiguinha invejosa debochou das minhas bochechas coradas. Meu italianismo foi intencionalmente confundido com maquiagem barata. Levei um bom tempo até comprar o primeiro blush por causa daquela vaca. Lembro de outra passagem marcante, muitos anos depois. Fui fazer o teste de maquiagem para o meu casamento, justamente querendo prevenir uma catástrofe. Saí do salão e o reboco permaneceu no rosto até o momento em que entrei no carro e me olhei no retrovisor: um travecão! Ou eu adiava o casamento, ou encontrava outra maquiadora. A segunda opção foi a mais adequada. Entrei na igreja do jeitinho que eu quis, maquiagem suave, pés flutuando.
A MAC surgiu na minha vida durante as viagens. Era uma foto, um produtinho. Até que um dia uma maquiadora da MAC, agora falando carioquês, me produziu em pleno shopping. Saí de lá com um rombo no cartão de crédito, feliz da vida. E com uma listinha dos próximos investimentos que me guiaram nas viagens seguintes. Meu irmão americano, atual fornecedor de MAC, vai gostar de saber que se livrou das encomendas.
Preciso urgente dar as boas-vindas a um novo rímel e a um novo blush – já está aparecendo o fundo metálico da embalagem. O que antes me entristecia, agora só me dá alegria.

1 de jun. de 2009

Gimme five

Cinco anos podem demorar uma eternidade pra passar. Ou ser um prazo bem apertado, se você tem que sediar a Copa do Mundo. Eu não sou ligada em futebol mas Copa é diferente, mobiliza, contagia. Ainda mais com três homens dentro de casa.
Porto Alegre e as outras cidades envolvidas com os jogos vão sair ganhando, independente da quantidade de gols. Tomara que todo o dinheiro destinado para as obras se transforme mesmo em metrô, duplicação de avenidas, arquibancas, hotéis e tudo mais.
Eu já achava longe esperar o fim de 2011 para ver a minha casa na praia finalmente pronta. Agora consigo enxergar mais adiante. Quando Porto Alegre estiver um caos com essas obras, eu posso fugir pro Casa Hermosa. Depois, ver alguns jogos lá ou quem sabe na casa dos vizinhos (alô Pacific!). Com três anos de uso, será que a minha casinha ainda vai ter o sabor de novidade? Espero que sim, provavelmente a decoração vai estar quase pronta, se é que algum dia a gente termina de decorar e inventar melhorias.
Na Copa de 2014, o Fabio vai ter 14 anos e o Rafa, 18. Aiaiai, e se eles quiserem pegar um avião com os amigos pra ver um jogo em outro estado? E se o Rafa inventar de dirigir até Manaus? Vou guardar o binóculo e dar tempo ao tempo. Um dia de cada vez.

Em boca fechada não entra mosca

Nem brigadeiro, torta, hamburguinho, balas, chocolates. Semana passada foi aniversário do Fabio e fizemos duas micro festas, uma para família e outra para os amigos. Que estrago!
Minha geladeira segue insuportavelmente atrativa, então hoje cedo fui forçada a fazer um juramento: foco na gaveta das verduras. Por que eu sempre acho que os convidados vieram do campo de concentração e estão tão fracos que nem conseguem caminhar? Na verdade, eu sei. Minha mãe fazia o mesmo (até hoje é assim). Encomendava comida para o bairro todo. As sobras dos aniversários duravam dias - para o nosso deleite. Mesmo contra a vontade, alguns exemplos grudam no inconsciente. A gente acaba gastando mais do que precisa e depois sofre para gastar as calorias.
Vou me concentrar nas saladas, é o jeito. Trouxe uma macieira para o trabalho. Nada como uma segunda-feira gelada e um jeans apertado para cair na real. Sopão e corridinha, vamos lá. Deseje-me força!

(Você não sabe o que são dez meninos zoando, num sábado de chuva. Separados, eles são uns amores. Juntos, se transformam em seres endiabrados. Foram longas horas, onde nem a indústria dos games surtiu efeito. Haja glicose para acalmar os convidadinhos e a dona da casa.)