30 de jul. de 2010

Vida mansa


São pouquíssimos os homens que se preocupam com cabelo. Comparados a nós, a quantidade é insignificante estatisticamente. E a preocupação deles não é a mesma que a nossa. Na verdade, eles só se incomodam quando começam a perder cabelo. Sabe aquelas entradas que avançam, avançam e dobram o tamanho da testa? Pois é, eu não tiro a razão deles. No mais, a ala masculina não liga se acha cabelo branco, não sofre na frente do cabeleireiro, não gasta fortunas com hidratação, pintura, xampus e cremes. Você já viu um homem crespo desejar ardentemente ser liso? Você tem conhecimento de algum que fez progressiva e aguentou dois dias sem lavar o cabelo? E depois de seis meses, repetiu a façanha? Homem não tem bad hair day. Tem no máximo um redemoinho. Não surta se no hotel não tiver secador de cabelo. Não se enjooa. Também não sofre com frizz - se souber o que é isso.
Acho sem graça ser homem.
Fotos: New York Times

29 de jul. de 2010

Nova profissão no mercado

Seguido eu vejo passeadores de cães. Será que reparo neles porque tenho medo de cachorro e jamais conseguiria fazer isso? Não sei onde a moda começou, mas as pessoas daqui também estão se sensibilizando para tirar seus bichos de dentro de casa. Dar uma volta pelo bairro pra ver as gatinhas é uma boa. E a destreza para evitar que todas aquelas guias se enrosquem! Tomara que a cachorrada não resolva fazer suas necessidades ao mesmo tempo. Ou o contratante e o contratado combinam que isso não está incluído no pacote?

Pode ser light

Decidi não buzinar mais no trânsito. Se eu não buzinar, é porque não me irritei tanto assim. E também não estou com tanta pressa. Consequentemente, não preciso ficar ansiosa. Daí, consigo prestar mais atenção na música. E entendo um trecho em inglês inteirinho. E vou mais devagar se, a uma quadra da agência, começar a tocar uma música que eu gosto.
Às vezes dá muita vontade de enfiar a mão na buzina. Pra quê? Pra travar os dentes e morder a bochecha por dentro? Não quero mais buzinar. Os estressados e rancorosos buzinam. Só abro uma exceção se você estiver caminhando na calçada e eu quiser abanar.

Um avanço. Palmas para mim.

Foto: FFFFound

Essa é para usar no futuro

Recebi uma dica preciosa de como ser uma boa sogra: boca fechada e bolsa aberta. Tá anotado. Mães de meninos, uni-vos!

28 de jul. de 2010

Com ou sem lareira?

Talvez esse post não faça o menor sentido para quem mora fora do Sul, lugar onde o termômetro despenca e nos obriga a dormir de meias. Aqui existe toda uma cultura do fogo, do vinho, da lareira, das conversas ao redor do fogão à lenha no interior.
Pois bem. Eu nunca tive lareira em casa. Mas no meu imaginário, ela sempre ocupou um lugar bem aconchegante. E agora surgiu uma possibilidade de ter.
Hoje chegou uma carta da Báril perguntando se queremos colocar uma lareira na nossa casa da praia que está sendo construída. Detalhe: temos uma semana para re$olver. Eu ainda não tinha pensado nisso, estamos na fase do paga-paga-paga.
Você deve estar achando que sou louca de querer lareira na praia. Só que essa casa vai ser usada no inverno também, isso é o que me atrai, é para ela ser o nosso refúgio. Li a carta e cheguei a sentir o barulho da madeira estralando no fogo. Charme, glamour... mas também falência, rinite alérgica...
A última vez que acendemos uma lareira foi em um hotel da serra. Eu quase fiquei intoxicada com o cheiro de madeira dentro da cabana. Ou seja, foi um fiasco, o Ricardo não conseguia apagar e eu ficava cada vez mais nervosa e entupida.
Esqueço esse episódio? Assalto um banco, já que é uma pequena fortuna colocar a tal da lareira? Troco o glamour por um split? Será que o extrato bancário tem o poder de decidir sobre os nossos sonhos?

Décor com ideia

Eu não colocaria uma dessas estantes lá em casa. Já o Alexandre Herchcovitch ia adorar a da caveira. O que me atrai é o objeto repensado. Isso abre muitas possibilidades. Quem disse que tudo precisa ser do jeito de sempre?
Imagens: FFFFound, James Hopkins Works

Fiquei pensando muito

Excelente a matéria de capa da Vida Simples de agosto.
Como a gente dá um tiro no pé quando busca a perfeição, seja na viagem de férias, no trabalho, no relacionamento, no corpo.
Sobre os padrões de beleza impostos, adorei essa parte: "Tomar conta da configuração de si é um ato político. Ser responsável pela própria saúde, pelos alimentos que consumimos, pelos ritmos internos e necessidades pessoais é uma nova posição de vida, mais consciente e individualizada, e não mais só coletiva e imposta.
Outro trecho ótimo: "É uma configuração de terror e alívio. Somos estimulados a ter pavor de celulite, do olho caído, do músculo flácido, enfim, de tudo que indique a passagem do tempo, mas ao mesmo tempo nos são oferecidas academias de musculação, cremes maravilhosos, plásticas".
Resumo da ópera: ninguém - nunca, jamais - vai alcançar a perfeição idealizada. E vamos seguir ansiosos, frustrados, angustiados.

Durma com um barulho desses





Existem pais que não se preocupam se vão acordar ou não seus bebês. Corajosos!

Imagens: Mila's daydreams from likecool.com

27 de jul. de 2010

Filho de publicitária

Eu senti muita necessidade de dar alguma explicação para a professora do Fabio. Esses dias veio um desenho para terminar em casa. Sabe como é, última semana antes das férias, todo mundo na contagem regressiva e fazendo um desenho livre para relaxar.
No carro, ele veio contando que não era pra pintar, era pra fazer uma colagem (= cola grudada em tudo + papel picado pelo chão) e que o desenho estava ficando superlegal.
-O que tu desenhou, filho?
-Um homem segurando uma latinha de cerveja. E escrevi "Skol. A cerveja que desce redondo!"
Como assim? Cerveja num desenho da quarta série??
Fiquei com vergonha antecipada da profe. O que ela ia achar? Dez anos e alcoólatra? Os pais bebem ceva no café da manhã?
Coloquei a culpa na minha profissão, já que ninguém bebe cerveja lá em casa. E mandei um bilhete na agenda explicando que o Fabio deve prestar mais atenção do que devia nas propagandas. Pior que o desenho ficou bonito. Mas não dava para ser uma latinha de Kuat Zero?

26 de jul. de 2010

Bate-Fuca!

É incrível como algumas brincadeiras, geralmente idiotas, passam de geração a geração e sobrevivem a todas as modernidades. O Bate-Fuca é uma delas. Em pleno século XXI, no auge na internet!! Essa brincadeira é mais velha que meu bisavô e tem uma única regra: ao enxergar um Fuca na rua, grite "Bate-Fuca!" e esmurre levemente o braço de alguém.
O pior é que nem sempre perguntam se esse alguém está jogando e vão batendo do mesmo jeito. Ganha quem bater mais Fucas e, consequentemente, causar mais hematomas no braço alheio. Pode ser Fuca estacionado ou em movimento, caindo aos pedaços ou o New Beatle (esse vale o dobro de pontos). Todo joguinho competitivo atrai os homens, já reparou?
Eu fico só me esquivando dos socos. Nem sempre consigo. Mas o meu olho já está treinado para captar Fucas por aí. É a convivência. E não adianta gritar "Bate-BMW" ou "Bate-Smart", não é a mesma coisa.
(a cena acima renderia uma pontuação absurda!)

O primeiro ensaio eles nunca esquecem

Ah, os homens! Não podem ver uma mulher bonita com pouca roupa que se derretem. Agora imagine umas dez modelos usando só calcinha e sutiã. Emoção, cutucadas, risadinhas e cochichos. Hoje os homens (ou seriam garotos?) do meu trabalho mal conseguiam disfarçar a euforia vendo fotos recém clicadas para um catálogo. Ganharam décimo terceiro mais PPR adiantado - eu acho até que eles deveriam pagar para escolher esse tipo de foto.
Já a ala feminina procurava defeitos nos corpos das modelos. É assim desde que o mundo é mundo. Ou seja, foi uma tarde normal. A gente rala mas também se diverte.

25 de jul. de 2010

O que seria de mim sem o final de semana?

Eu trabalhei muito nesse fim de semana, coisas pra agência e pra mim. Mesmo assim, nada derruba a alegria que eu sinto quando é sábado e domingo. Deve ser porque faz muito tempo que eu não tiro férias. E preciso muito dessa parada estratégica pra respirar e relaxar. Só de saber que dá pra acordar mais tarde ou ficar de bobeira pela casa, sem fazer nada, já é uma delícia. Que venha o próximo, tomara que todinho pra mim.

Na alegria e na tristeza

Hoje meus pais estão completando 46 anos de casados. E se conheceram bem novinhos, então a soma aumenta consideravelmente. Fico impressionada como, sem querer, a gente repete o modelo que tem em casa. Também casei cedo e já estava com o Ricardo há um bom tempo. Duas histórias raras hoje em dia. Dois casais que se amam, acima de tudo. Parabéns, pai e mãe!!

22 de jul. de 2010

Embromation

Eu tenho tanta coisa pra fazer que nem sei por onde começar. O multiplicador do Calvin seria útil agora. Sorte que são coisas boas! Analisando o que sobrou do meu cérebro nesta quinta-feira, a melhor coisa a fazer é dormir. Amanhã é outro dia, com mais 24 horas.

Foto: Katie Gallagher

Formalidades

Eu acho tão engraçado quando alguém dá seu cartão de visitas em uma reunião. O outro fica na obrigação de dar o seu também. Ou de explicar por que está sem cartão no momento. Mais estranho ainda é se essas pessoas acabaram de se cumprimentar com beijinho. Hellooo! As bochechas já estão íntimas, pra que a formalidade protocolar?
Tem reuniões onde o Você S.A. sai distribuindo seus cartões para todo mundo, como se fosse um croupier no cassino. Se a tia do café entrar na sala, é capaz de ganhar um. Eu fico com a impressão de que ele quer se livrar do lote para encomendar novos cartões.
Entendo os rituais corporativos, blablablá, mas um retangulinho de papel não é eficiente nas apresentações. O cargo está escrito bem pequeno, na hora H mal dá pra ler. Prefiro cinco minutos de conversa ou o meeting-voyeurismo. Observar o dono do cartão de visitas falando é muito mais enriquecedor - até porque o cartão vai para o lixo logo depois. No máximo, será esquecido dentro da caneca dos lápis e clips.

21 de jul. de 2010

Falando em tempo feio...



Esse comercial é de arrepiar. Ganhou no último festival de Cannes. A marca de suco Tropicana levou o sol para uma cidadezinha que estava no escuro há 31 dias. Tudo foi filmado pegando os moradores de surpresa.

Imprevisão do tempo

Estou com medo de acordar girino. Ou de criar membranas aquáticas entre os dedos. É tanta chuva que, se continuar assim, posso sofrer alguma mutação. Os azulejos suam com a umidade, isso só acontece no Sul. Os sapatos ficam o dia inteiro molhados, a barra da calça parece sarjeta, até o carpete tem rastros de pingos, o vidro embaça, o humor também. Caminhar na calçada é um campo minado. A gente nunca sabe quando vai pisar em uma lajota solta e respingar água suja até o joelho. Prezado São Pedro, preciso de sol pra tirar o mofo e secar por dentro. Só quem ganha com esse tempo horrível são os vendedores de guarda-chuva no centro da cidade. E o perigo de ter um olho furado por um apressado em dia de chuva?

Comida também pede um acessório

Vem cá, você não acha que os acessórios também mandam bem na culinária e mudam o look de qualquer prato? Imagina uma massa basiquinha. Com lascas generosas de queijo ralado em cima, fica outro visual. Pensei em mais acessórios gastronômicos imprescindíveis: o orégano, a salsinha e até mesmo o velho catchup pra dar uma cor no hotdog de sempre. Há controvérsia sobre a salsinha, mas é como o nó que muitas mulheres dão no colar de pérolas e que não é unanimidade. Uma folha de manjericão dá um up nem qualquer produção. No quesito doce, os acessórios seguem com tudo. Olha o charme de granulados e castanhas no sorvete. Cheguei à essa brilhante conclusão da força dos acessórios na mesa analisando o modus operandis dos meus filhos. Apesar de homens, eles puxaram à mãe. Adoram um penduricalho em cima.

Foto: We Heart It

20 de jul. de 2010

Sumidinha, eu?

Sim, mas você vai gostar do motivo. Estou escrevendo para a Revista Nova!! E também vou escrever para a Revista Claudia!! Por enquanto, não posso contar mais n-a-d-a. Só que estou muito, muito feliz.

19 de jul. de 2010

O pivô da separação

Esqueça as traições, elas não são as grandes culpadas por tantas separações entre os casais. Muitos relacionamentos são sabotados por coisinhas insignificantes do dia a dia, traças que vão roendo até abrir um buraco difícil de costurar: tampas de xampus abertas, jornais com os cadernos bagunçados, restos de unha no chão do quarto (ou no tapete limpo), pia lambuzada de creme de barba (ou com vestígios de esmalte, maquiagem, etc) e o mais grave de todos, o abajur ligado.
Alguns casamentos ficam por um fio de luz a cada noite, quando um quer ler e o outro quer dormir. O que fazer? Leitura dinâmica? Terapia de casal ou uma tela plana 56 polegadas na frente da cama? Melhor negociar pacificamente a hora de apagar a luz. Falo por experiência própria. Uma página a menos, mas a cama sempre quentinha.

O nosso lado assustador

Um tio meu dizia uma frase digna dos sábios: "Assim como são as pessoas, são as criaturas". Ele era um grande conhecedor da espécie humana. Bichos educados, é o que somos. Quando menos se espera, nosso lado monstrengo salta pela boca, as mãos se fecham, os olhos faíscam, o sangue sobe, a gente vira bicho e quer morder. Perdemos a cabeça fácil. Pode ser no trânsito, quando buzinam atrás ou cortam a nossa frente. Pode ser com o pessoal do telemarketing. Ou também por uma causa mais nobre, quando vemos alguma injustiça ou safadeza acontecer.
A criatura (sem noção) adora aparecer no ambiente de trabalho, pra nos testar. Geralmente conseguimos travar os dentes e segurá-la a tempo. Às vezes, um comentário idiota desencadeia a mutação. E agora tem Eleições... vai ficar bem mais difícil se controlar.

16 de jul. de 2010

Invasão de hormônios

E chega o dia em que você vai beijar seu filho e sente a barba dele espetar seu rosto. Como assim?!! É uma sensação estranha e engraçada ao mesmo tempo. Impossível não lembrar daquela mesma bochecha suja de maçã raspadinha.
Enxergar uns fios tímidos de barba nascendo aqui e ali é bem diferente do que ser espetada por um bando deles. Um beijo interceptado por uma gang perigosa de fios.
Agora mais engraçado ainda é ouvir o barbeador elétrico ligado lá no banheiro - e saber que é o seu bebê se preparando pra sair numa sexta à noite. Eu tenho que rir pra não chorar.

O céu é o limite

Estar nas nuvens. Estar com quem a gente gosta. Estar em outro lugar, nem que seja mentalmente. Estar inspirada. Estar só, mas bem acompanha. Estar leve, acima de tudo.

15 de jul. de 2010

Não é fácil

Repetirei quantas vezes forem necessárias: não, filho, a gente não vai viajar nas férias de julho.
Ouvirei quantas vezes forem necessárias: sim, eu sei que os teus amigos vão viajar.
Foto: sandrakassenaar.com

Brincadeirinha

Já reparou como as pessoas acham que essa palavra anula qualquer comentário inadequado, maldoso ou desencabido? Você está gorda... brincadeirinha! Amanhã eu vou ligar pro trabalho fingindo que tô doente... brincadeirinha! Odeio você... brincadeirinha! Essa roupa tem pra homem?... brincadeirinha. Existe a versão sem diminutivo, que não diminui em nada a intenção de se isentar da própria opinião. Adultos inventam subterfúgios quando querem falar o que pensam sem se comprometer - é só tascar logo depois da frase o "brincadeirinha", acompanhado ou não de uma risada forçada.
Eu já fiz isso, todo mundo faz, aposto que você também. Mas não é melhor assumir aquilo que a gente fala ou então ficar quieto?
Conclusão: às vezes os adultos conseguem ser mais infantis do que as crianças.

E o Dia do Homem, hein?

Eu não vou entrar no mérito se eles merecem ter um dia ou não. Também não vou perguntar quem inventou essa data esdrúxula (O Boticário?). Como sou uma mulher educada, fica aqui o meu abraço.

Me empurra bem alto?

Do pouco que lembro do início da minha vida escolar, está o tombo grosseiro que levei numa chegada ao colégio, tendo que voltar pra casa porque a meia-calça tinha rasgado (vaidosa desde sempre). Tombos ridículos, tenho vários pra recordar. Só que a lembrança mais forte de todas é da professora que não deixava a gente andar de balanço porque era perigoso demais.
Querida, onde quer que você esteja, fique sabendo que o grande perigo daquela época foram as bolachas recheadas, que permanecem nas minhas coxas até hoje.
Por que meus pais não reclamaram desse excesso de zelo? Porque pais adoram superproteção. Talvez a tal professora não tivesse filhos e treinasse suas habilidades maternais com a gente. Naquele tempo, as crianças eram inocentes demais para contestar e se rebelar. Andar de balanço é um clássico do recreio, aquela mulher nos privou de voar bem alto e forte, sentindo o vento no rosto (o equivalente a passear em uma Harley-Davidson aos 6 anos).
Muuuito tempo depois, quando os guris eram pequenos, eu dei algumas andadinhas de balanço. Não foi a mesma coisa. Meus pés encostaram no chão, e isso reduz significativamente a adrenalina. Tem coisas que precisam ser aproveitadas na hora certa, é isso.

Foto: FFFFound

14 de jul. de 2010

Quero muito tudo isso

Eu queria ter uma escada exatamente assim em casa, com essa madeira antiguinha e tudo. Para sentar em um degrau aleatório, pegar um livro e ficar por ali. Uma escada-sofá, entendeu? Na companhia de um janelão pra ter luz do sol.
Estantes não são o lugar mais indicado pra guardar livros, elas escondem a maioria deles. Agora as escadas fazem parte do imaginário lar, doce lar. Se eu tivesse terapia hoje de tarde, iria falar sobre essa súbita saudade por escadas. Já morei anos em um sobrado, inclusive rolei da escada uma vez. Lembro que não era tão emocionante, eu chegava no andar de baixo e me dava conta de que precisava subir de novo para buscar algo que ficou no segundo andar. Não importa. Escadas são gostosas de ter, independente do sobe e desce.
Já que não posso comprar uma igualzinha a da foto, vou comprar um livro hoje. E achar algum lugar inusitado para as minhas leituras.

Foto: FFFFound

13 de jul. de 2010

Não dá pra poupar as árvores?

Eu fico louca com a papelada que os bancos mandam pra casa da gente. Ainda mais agora, que fui obrigada a abrir duas novas contas em um novo banco. Só de confirmação de endereço, eu recebi CINCO correspondências! E mais uma com a senha da conta, e outra com a senha do cartão, e outra com a senha da internet. Isso para cada uma das contas, veja bem. Por que eles não enviam um único papel (ou e-mail) com todas as informações organizadinhas? Assim economiza a minha paciência e a coitada da natureza. Aliás, que destino cruel uma árvore morrer pra virar carta-senha. Depois os bancos vêm com aquele papinho de que a tecnologia facilita tudo. Sim, facilita. Quer dizer, se você conseguir se desvencilhar da papelada bancária.

Foto: Fine Little Day Blogspot

Abaixo o Voicemail

Tem programa mais indígena do que ouvir recados que deixaram pra você no Voicemail? Eu sempre acho que pode ser um caso de vida ou de morte e ouço - apesar de ficar muito irritada. E sempre juro que foi a última vez que acionei meu Voicemail.
Quero abolir da face da Terra o "Deixe seu recado após o bip". Os celulares de hoje têm bina, a gente sabe quem ligou. E se não sabe, a pessoa que ligue de novo e se apresente. Prefiro mil vezes receber um SMS do que ter que ligar para a minha caixa postal, ouvir aquela gravação chatinha e só então as novas mensagens. Será que vale o sofrimento de ligar para a operadora e pedir pra cancelar o Voicemail?

10 de jul. de 2010

Sucesso



A única coisa que deu errado foi a barriga roncando dos formandos. Se eles imaginaram que iriam comer tanto quanto nós, perceberam que a vida de cozinheiro é mais complicada.
O Camarão à Espanhola teve fila o tempo todo, eles não pararam um minuto. O nervosismo da tarde e o cansaço da noite foram recompensados com muitos elogios. Foi tão legal ver um desejo do Ricardo ser levado adiante, com novos amigos e um novo hobby. Agora ele faz parte de uma confraria, olha que fino. Que venham os próximos cursos e jantares. Eu não me importo nadinha de lavar a louça e assessorar o chef.

O inverno e suas múltiplas personalidades

(Crônica feita para o site do Bourbon Shopping)

Em qualquer lugar do Brasil, o verão é previsível: quente, abafado, melecado, calorento. Já o inverno tem mais personalidade. Mais de uma, inclusive. Essa estação do ano é um prato cheio para uma junta psiquiátrica, tamanha é sua instabilidade emocional.

O inverno é tantos que deveria receber um nome específico em cada região. Enquanto o pessoal do Sul investe nas lareiras e estufas, os cariocas acham que uma quedinha na temperatura é motivo suficiente para tremer o queixo e se jogar na manga longa. Já a turma do Nordeste chama de inverno o vento e a chuva. Para eles, faz sentido. E nos outros Brasis? Cada um define do seu jeito essa estação maluca e se protege como achar melhor.

Para os amigos do Tocantins, eu explico: o inverno é basicamente nariz entupido. Constantemente. Irritantemente. Três longos meses fungando e monopolizando os lenços de papel das farmácias e supermercados. O espirro vira quase um cumprimento entre os alérgicos. A tosse seca acorda os vizinhos. Os resfriados são semanais, tipo a missa de domingo. As meias, luvas e cachecóis estão sempre na despensa, à la feijão e arroz. Pessoas de respeito vestem-se como uma cebola, somando diferentes camadas de roupas que serão retiradas e recolocadas ao longo do dia. Isso pode parecer um pouco esquizofrênico, mas culpe o inverno.

Mesmo assim, ele tem suas vantagens. Botas, por exemplo. Lindas, absurdas, poderosas. Perfeitas para usar com as meia-calças da moda. E casacos que mais parecem um abraço apertado. Se o termômetro cai, o jeito é abrir um vinho tinto para esquentar o coração. De noite, as camas e cobertores se transformam em bunkers protegidos. E tomara que seu pé gelado encontre um pé bem quentinho embaixo do lençol. Isso tudo em uma semana, porque na outra pode ter calorão inesperado. Mulheres, direto para a depilação! Esfria, esquenta, chove, esfria, esquenta. Haja saúde e guarda-roupa adequados.

Depois que a gente se acostuma com essas múltiplas personalidades, a vida segue seu ritmo. Tem uma coisa que eu acho uma delícia: em um dia típico de inverno, suspirar e dizer que você está louquinha de saudades do verão. A eterna insatisfação humana!

Nós também somos cíclicos. Deve ser por isso que sobrevivemos aos invernos.
Foto: FFFFound

9 de jul. de 2010

Filhos peludos

Todo mundo sabe que eu não sou muito amiga dos animais, faço fiasco, atravesso a rua, morro de medo. Mas sou mãe e sei reconhecer a dedicação e o cuidado que os adoradores de cães têm com seus filhos peludos.
Pra falar a verdade, eu me divirto ouvindo as histórias que eles contam. É só trocar algumas palavras que a conversa fica igual à das mães na pracinha mais próxima: pulga (=brotoejas), ração (=danoninho) e por aí vai.
O cachorro da minha sogra está com aula particular e só obedece o adestrador. Isso é típico das crianças. O cachorro da minha colega vai para a creche(=creche). Eles precisam passear, brincar, ter companhia. E os donos sofrem se deixam os caninos sozinhos em casa o dia inteiro.
Sério, acho comovente. Podia deixar a TV ligada no Cartoon, gente.

Imagem: FFFFound

Quando a gula e a preguiça se encontram


Essa receita é o cúmulo da preguiça culinária. Portanto, é a minha cara! Um post pra ninguém achar que eu só entro na cozinha pra tomar água.

Bolo de Caneca


Ingredientes:
1 ovo pequeno, 4 colh (sopa) de leite, 3 colh (sopa) de óleo, 2 colh (sopa) rasas de chocolate em pó, 4 colh (sopa) rasas de açúcar , 4 colh (sopa) rasas de farinha de trigo, 1 colh (café) rasa de fermento em pó.
Preparo: Coloque o ovo na caneca e bata bem com o garfo. Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais. Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorporar. Coloque a mistura em duas canecas. Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.
Dicas:
A medida de colher é sempre rasa. Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente. (receita do Terra) E só vai ter que lavar a caneca e a colher!! (comentário da Magali, claro)

8 de jul. de 2010

Raio X

Existe uma grande diferença entre ser bisbilhoteira e curiosa. Eu não posso ver uma fresta de porta aberta que já espicho os olhinhos lá pra dentro (defina você se isso é curiosidade ou bisbilhotagem - caso exista essa palavra).
Semana passada, em função de um vazamento na minha janela, fui obrigada a bater na porta de 2 vizinhos para analisar como era a vedação nas janelas deles (na verdade, uma sacada que muitos incorporaram à sala).
Tenho a maior curiosidade de saber como as outras pessoas moram e decoram seus espaços, ainda mais se esse espaço é igual ao meu. Comparar é divertido, além de checar o gosto dos vizinhos. E realmente a nossa casa é uma extensão da nossa personalidade. Entrando nesses dois apartamentos, eu conheci um pouco mais a respeito de pessoas que convivo por 1 minuto dentro do elevador ou cruzo a caminho da garagem.
Entrei pra ver a tal da janela mas os olhinhos percorreram todo o ambiente, espiaram as fotos nos porta-retratos, a madeira da mesa, as soluções diferentes de diagramação dos móveis. Vou ter que achar um outro motivo pra ampliar essa rica experiência. Nos vizinhos sem cachorro, obviamente.

Foto: Flickr

7 de jul. de 2010

Um banquete para muito talheres

Sexta-feira tem a festa de formatura do Ricardo no União Cooks. E como todo formando, ele está nervoso com a prova final: um jantarzinho básico para 500 pessoas. A turma é dividida em grupos de três, e cada grupo prepara um prato. Nós, os convidados, teremos 14 pratos para experimentar. Socorro! Possivelmente vou engordar tudo que já emagreci (o que não é quase nada, viu). Além de um homem destemido perante novas receitas, o Ricardo está se revelando um vidente. O prato deles é Camarão à Espanhola. Acho que vai ser o prato da Copa.

Foto: A colection a day

De primeira

Das tantas coisas que falo e repito exaustivamente para meus filhos, eu gostaria que eles guardassem pelo menos um conselho: façam certo da primeira vez.
Não é pra mim, nem pra professora, é pra eles mesmos, pra vida. Um tema meia-boca hoje, um trabalho meia-boca amanhã. O Fabio sabe, se eu pego um dever de casa feito nas coxas, com a letra podre e frases pela metade, apago TUDO e ele tem que começar de novo. É mais prático fazer certo da primeira vez. Economiza a mãe e a borracha. E vira um hábito, aumenta a referência de qualidade, a gente se puxa e vai além do esperado.
Enquanto eu caminhava cedinho, pensava em como os prestadores de serviço não estão nem aí para o trabalho que fazem. Agora mesmo tem um pessoal lá em casa, mais uma vez, desmontando um janelão. Uma pequena e caótica obra. Parece que finalmente vai ficar bom. Mas a pergunta que fica entalada na minha garganta é: POR QUE ELES NÃO FIZERAM CERTO DA PRIMEIRA VEZ?

Ilustração: Pin-up by Gil Elvgren

6 de jul. de 2010

Mas já????

A morte dos outros sempre faz pensar na nossa própria morte. Eu, pelo menos, penso. Hoje morreu um cara muito querido no meio publicitário gaúcho, nós já fomos colegas e agora ele trabalhava aqui pertinho. Foi de uma hora pra outra, caminhando na rua. Fiquei sabendo pelo Twitter, que serve até pra anúncio fúnebre. O que mais comove é que o Xuri (ele era esquisitão como o nome) tinha menos de 30 anos. Na ordem natural das coisas, os velhinhos devem vir primeiro.
Passei a tarde com essa sensação desconfortável de ver que a nossa vontade não conta muito nessa hora. Não adianta argumentar que ainda não fez isso e aquilo, que ainda não viajou para onde mais queria, que ainda não teve filhos ou não viu os filhos crescerem ou não viu os netos nascerem. Mesmo com a pauta cheia, acabou e pronto.

Foto: FFFFound

5 de jul. de 2010

Tem cada invenção

Agora inventaram a unha com efeito craquelado. É o esmalte Cracked da marca australiana BYS. Uma dica do www.juliapetit.com.br. E uma boa pra quem, como eu, vive lascando as unhas recém pintadas.

Experiência de vida

Passei a olhar com mais simpatia para os vendedores de jornal. Essa garota da foto é minha sobrinha Bia e o cenário é Dublin, na Irlanda. Aos 20 e tantos anos, a Bia está fazendo o que eu não fiz: um intercâmbio pra passar um pouquinho de trabalho. E olha que a vida dela já estava bem encaminhada profissionalmente por aqui. A fisioterapeuta Bia chutou o balde e foi embora. Em dois meses, já tem bastante história pra contar. Ela ainda trabalha em um pub e recentemente comprou um par de tênis pagando com um saco de moedas, só de gorjetas.
Até hoje eu sinto falta de ter feito um intercâmbio assim. Na época, eu poderia ter ido mas não quis. Medo de largar o conforto do lar? Possivelmente. O Ricardo também não fez e a gente tem esse desejo maluco de morar um tempo fora. Com filhos é mais complicado, mas não impossível.
Meu irmão mais velho foi garçom por um bom tempo em Nova Iorque. Eu saí do colégio, entrei na faculdade e logo comecei a trabalhar - sempre a uma distância segura de casa. É como se tivesse ficado um buraco na minha linha do tempo, e a gente só percebe isso depois.
Por mais que eu morra de saudade, vou dar a maior força para que o Rafa e o Fabio tenham essa experiência. Desde que os dois não resolvam ir juntos, senão infartam a véia.

Segundona típica

O mecânico do seguro até que chegou rápido. Pior foram os dois clichês: ficar sem bateria em plena segunda-feira de manhã e o carro ligar assim que o homem girou a chave. Tudo bem, isso acontece. E sempre nos pega de surpresa.

4 de jul. de 2010

Clarice Lispector, te amo

"Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos." (do conto A Repartição dos Pães)

Ô mulher genial. Olha que frase verdadeira! Esse almoço pode ser qualquer lugar onde você vai contrariado, vencido por dentro, sabendo que não queria estar lá. E como isso acontece. E como isso incomoda. É triste não conseguir ou às vezes realmente não poder dizer NÃO e escapar com dignidade das ciladas que aparecem.
Eu venho tentando. Já tenho mesmo fama de bicho do mato, o que só ajuda. E quanto mais velho a gente fica, mas tem a clareza necessária para priorizar. Eu gosto muito dos meus sábados, sejam eles sextas-feiras, quartas, terças. As obrigações vão estar sempre nos rondando, cabe a nós ter pulso firme com elas.


Ilustração: Charles Harper

3 de jul. de 2010

Únicos

Eu não acredito naquela verdade pronta que diz "Ninguém é insubstituível". O problema não é ser substituível ou não. É que a palavra ninguém é taxativa demais. E levemente arrogante.
Existem pessoas insubstituíveis, claro que sim. São aquelas que a gente não vive sem, que sente falta, que precisa ter por perto. Você pode até tentar substituir, mas na comparação vai ver que saiu perdendo.

2 de jul. de 2010

Dicas para uma vida insana

Um colega meu dava gargalhadas e foi obrigado a compartilhar o motivo de tanta risada. Seguem as melhores, no total são 55 dicas.
O mais engraçado é que, bem na hora dos pênaltis do Uruguai e Gana, sem querer ele fez algo que poderia estar nessa lista. Quis aumentar o volume da TV e quase foi linchado quando trocou de canal e apareceram os Simpsons em vez da goleira. E depois um canal evangélico - e os pênaltis rolando na África. Viu como dá pra praticar a insanidade na vida real?

No elevador:

-Se ofereça para apertar os botões para os outros, mas aperte os botões errados.

-Segure a porta e diga que está esperando por um amigo. Depois de um tempo, deixe a porta fechar e diga: 'Olá Zé. Como vai você?'

-Leve um Banco Imobiliário e pergunte para as pessoas se elas querem jogar.

-Finja ser uma aeromoça e revise os procedimentos de emergência com os passageiros.

-Abra sua pasta ou bolsa, e enquanto olha dentro, pergunte: "Tem ar suficiente aí dentro?"

No trabalho:

-Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer que fritas acompanhem.

-Desenvolva um estranho medo de grampeadores.

-Termine todas as suas frases com "de acordo com a profecia".

-Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exatamente as mesmas roupas. Use-as um dia depois que o seu chefe usá-las. Isso é especialmente efetivo se o seu chefe for do sexo oposto.

No dia a dia:

-Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamentedepois que elas responderem.

-Quando sair dinheiro do caixa eletrônico, grite.

-Na hora do jantar, anuncie para os seus filhos: "Devido à nossa situação econômica, teremos de mandar um de vocês embora".


Fonte: www.muitolegal.net