29 de dez. de 2009

Feliz 2010

Passei aqui só pra desejar um Ano Novo lindo pra você! Volto em 2010, inspirada e feliz em recomeçar. Que a gente faça planos, sonhe, acredite, celebre. Mas sem esquecer de que ter saúde e amor já é um luxo.

24 de dez. de 2009

Obrigada!

Antes que o ano termine, preciso muito agradecer a companhia de vocês! Mais do que posts, fiz amigos aqui! E reforço amizades antigas.
Esse blog começou sem pretensão nenhuma, apenas pra eu publicar minhas crônicas em algum lugar. O problema é que vocês começaram a aparecer, a ler, a me ajudar sem saber, a deixar comentários. Eu me apeguei. Hoje encho a boca pra dizer que tenho um blog. E que tenho leitores!
Se passo um dia sem postar nada, fico com a sensação de que desapontei vocês. Já recebi puxões de orelha por não responder os comentários. Foi uma regra que criei tentando não me envolver demais. Tolinha. Pode ter certeza de que eu devoro cada consoante que chega até aqui. As vogais também. Dá um frio na barriga antes de ler. E se ninguém comenta, vou lá no medidor de acessos e fico aliviada. Eles vieram! É como deixar a porta de casa sempre aberta, os amigos entram sem bater.
Um feliz Natal e um 2010 com saúde, bom humor, tolerância e força de vontade pra ir atrás de tudo aquilo que a gente quiser. Eu vou estar aqui, contando com a companhia de vocês!

23 de dez. de 2009

Branco total

Tem coisas que me acalmam, como colocar e tirar roupa da máquina (achou bizarro? conheço quem adora limpar o banheiro pra relaxar). A área de serviço é uma boa terapia. Ajuda descontar minha ansiedade numa meia encardida, esfregar uma gola como se fosse a garganta de alguém. O Vanish, coitado, não entende nada.
Estava aqui pensando em 2009, nas coisas que ficaram penduradas. Se eu aprendi algo esse ano, foi que nem tudo acontece do jeito ou no timing que a gente quer. E isso não é necessariamente ruim. Só diferente daquilo que foi idealizado. Aliás, recomendo menos idealizações. Elas atrapalham a visão. É como um lençol de casal kingsize pendurado no secador de teto de uma área minúscula de apartamento.
2009 foi um ano que não vai deixar saudade. Pra 2010, desejo o branco total. Mente limpa e perfumada, o resto eu me viro.
photo from deviantart.net

22 de dez. de 2009

Falta de maresia

Pessoas urbanas como eu precisam encher os pulmões de maresia em vez em quando. E não falo de ir a praias com toda a infraestrutura, dessas de resort e matéria de revista (ok, eu preferia). O choque térmico e necessário para um urbanóide é uma praia roots, onde o colchão faz pular cedo da cama e o microondas só apareceu há dois ou três veraneios.
É numa casa de praia que relações familiares são postas à prova. Sem o mesmo conforto que se tem na cidade, o jeito é todo mundo colaborar e rever suas expectativas. Hábitos prosaicos ajudam a relaxar. E você sabe, os problemas ficam pequenos perto do mar. Deslocados, desconectados, desenclausurados e desnudados, somos obrigados a tirar as raquetes de frescobol do armário e aproveitar. A conversa surge naturalmente na sombra do guarda-sol. E o sabor de uma boa espiga de milho volta a atiçar as papilas gustativas.
Fora de seu habitat, os urbanóides comparam, reclamam, tentam achar algo que preste na TV com antena externa, mas sobrevivem. É só dar um tempo pra maresia agir na corrente sanguínea (e nos cabelos, inevitável).
Quando eu era criança, passava os três meses de verão na casa da minha vó. O mundo era outro e as emoções surgiam na fila do orelhão pra ligar pra casa, na espera pelo sorveteiro - ouvindo sua corneta tocar de longe e medindo a distância em quadras que nos separava do picolé diário. Hoje meus filhos não sobreviveriam tanto tempo na praia, nem eu. Uma pena.
Está na hora de sair das redes sociais e deitar naquela outra, de preferência depois do almoço. E caminhar com água batendo nas canelas, que adoro. Supermercados lotados também me esperam, mas é o preço que se paga por um mínimo de civilização.

photo from clifford coffin

18 de dez. de 2009

Xerox cyber

Antigamente, a gente sonhava em ter irmão gêmeo (univitelino!) pra trocar de lugar com ele e, de alguma forma, tirar vantagem nisso. Nem que fosse só por curiosidade ou num dia de prova. Na realidade contemporânea, com fantasias em 3D, podemos ter a evolução do irmão gêmeo, o avatar. E para usar quando bem entendermos. A roupagem é nova, cyber e cheia de efeitos especiais. Mas o objetivo é bem retrô: ser outra pessoa, de preferência mantendo o anonimato. Através do Avatar, temos a chance de ser uma versão melhorada de nós. E com a sorte de escolher um cabelo mais legal.
Hoje estreia o novo filme do James Cameron, o cara que realizou as nossas fantasias de matar aliens e de ficar na pontinha do convés de braços abertos com o Leonardo Di Caprio (ou Kate Winsley, como queira). Vai ter fila para ver Avatar e se sentir no Planeta Pandora. Antes mesmo de ver o filme, já ando com vontade de ter meu avatar. Não uma Magali azul fluorescente, seria complicado combinar as roupas. Eu ficaria satisfeita com uma versão igualzinha e que voasse, pra mandar pro supermercado, pra reunião no colégio e cumprir as coisas 2D do dia a dia. Nos sonhos e viagens malucas, prefiro ir eu mesma.
photo from oncewed.com

17 de dez. de 2009

Reflexões natalinas para o site do Bourbon Shopping

Famílias não fazem mais suas árvores genealógicas, mas se quisessem poderiam montar uma linha do tempo apenas com a sequência cronológica das festas de Natal.
Olhando para a mesa posta, aparentemente pouco muda de um ano para outro. Uma receita nova de farofa, talvez. Uma salada diferente. A estampa dos guardanapos. A substituição dos fios de ovos (quem teve essa ideia infeliz?) por algo light.
No encontro anual ao redor do peru, mais do que a comilança, temos um registro social-demográfico da família. Os netos que agora passam da altura dos avós e entraram no amigo-secreto dos grandes. A prima que traz o namorado pela primeira vez. O tio recém-separado que vem sozinho. A ala da família que viajou e faz a maior falta. O bebê que nasceu durante o ano e ainda não entende aquela confusão. Os casais que seguem juntos (e felizes). A criança que até pouco tempo acreditava no Papai Noel e, já adolescente, poderia vestir a fantasia vermelha – se isso não fosse o maior mico do mundo.
O Natal parece sempre igual para os desatentos. Ele reflete as mudanças da família, esse microcosmo com dramas e tramas de fazer inveja a qualquer novela. Aliás, o Natal é uma data excelente para os parentes brigões fazerem as pazes. É como se a noite de 24 de dezembro fosse o último capítulo. A audiência está toda ali, pronta para chorar de emoção.
A troca dos presentes também pede uma observação minunciosa. A menina que ganha o primeiro salto alto da madrinha. A mãe que dá para o filho um skate e, antes que ele agradeça, já se arrependeu. O primo que quis ganhar dinheiro porque tem intercâmbio durante o verão. O tio, GG a vida toda, comemorando o suado tamanho M. A tia que não pode ver papel no chão e logo recolhe tudo (com pena de colocar no lixo as embalagens bonitas). Os que acertam sempre no presente, os que erram na mesma proporção.
O Natal está aí, aproveite para rechear sua linha do tempo. Capriche nas fotos. E lembre-se de que presentes podem ser trocados. Já lembranças da família reunida ficam para sempre.

Manias

Mantenha longe de você as manias que não levam a nada, como roer unhas, coçar o saco, revisar se trancou a porta (vira TOC rapidinho), lamber o resto de geleia na faca.
Por outro lado, vá atrás das boas manias. Nem que seja pra tirar o estigma dessa palavra. As manias podem ser colaborativas, é só saber usar. Vão-se os cantinhos de cutícula, ficam os livros sublinhados.
Sim, peguei essa mania. Agora só leio com o marcador de texto de prontidão. Encontro uma frase poderosa e táááááá.... grifo ela todinha. O problema é que me empolgo, gosto de trechos enormes e pinto metade da página. Vicia o cérebro, ele fica ligadão no conteúdo, parece que se concentra melhor.
Marcar aquilo que é importante dá um tom de estudo à leitura. Quase intelectual. Você pode estar sentado no banheiro e, se o marcador estiver junto, o recinto se transforma em biblioteca. O conhecimento reflete nos azulejos e nos vidros do box.
Agora ando com o marcador pela casa, carrego na bolsa, levo pra praça. Há pouco, cheguei ao cúmulo de marcar uma frase no jornal. Ok, foram duas frases grandes. Sei que passei do limite, o jornal vai pro lixo ainda hoje, o pessoal da reciclagem provavelmente não vai ter tempo de ler o que marquei.
Manias são complicadas de explicar. Meu marcador preferido é do tipo cheguei, amarelo e largo. Sob medida pra quem é guloso na leitura e lê a página da esquerda já com o canto do olho no capítulo seguinte. Deixo ele com a tampa aberta, como se fosse um revólver engatilhado, pronto pra entrar em ação. Leio, marco, marco, leio.
Isso vai se tornar perigoso no dia em que eu comprar marcadores coloridos e catalogar o tipo de frase a ser grifada: amarelo para as médias, rosa para as geniais, azul para as interessantes, verde para as comuns - porém com um fundo de verdade.
Socorro, alguém me ajude!

16 de dez. de 2009

Que venha 2010

Eu não gostaria de sobrecarregar o Ano Novo com muitos planos e expectativas, mas esse é o risco que corre quem/o que é muito esperado. Ouvi da astróloga: confia e amplia. Ainda por cima, sempre preferi números pares.
Anota aí, 2010... vou precisar de um pouquinho mais do que love. Isso eu tenho em excesso, e foi o que me trouxe até aqui. Quero um trabalho que me acorde de manhã com um bom dia empolgado. Não tem jeito mais gostoso de despertar (quer dizer, tem sim, mais faz você chegar atrasado no trabalho).
Vou batalhar pra ter um ano redondinho, com arestas fáceis de aparar. Em 2010, o Fabio vai ter 10 anos, olha que amor. Ele espera tanto essa idade pra sentar no banco da frente no carro. E o Rafa, com 14, vai se formar no fim do ano! Talvez nos apresente a primeira namorada (preciso me preparar). Eu e o Ricardo vamos fazer 43 e 45, números ímpares, mas a gente sempre é par. Em dezembro de 2010, só vai faltar um ano pra nossa Casa Hermosa ficar pronta. Depois, passa voando. Quero também 365 dias de saúde (fiquei com alguns créditos de 2009). E na beirada de 2011, poder me orgulhar daquilo que eu consegui realizar.

15 de dez. de 2009

Sacanagem

O comércio é mesmo surpreendente. Ser criativo ajuda a vender, então o pessoal resolve ter ideias.
Esses dias vi que a Pizzaria Domino’s cobra um valor para o buffet executivo e outro para o buffet estagiário. Adorei o nome, acho justo quem fica com a carne de pescoço no trabalho pagar menos no almoço.
Ontem passei na frente do Motel Botafogo e vi, na porta de entrada, o seguinte cartaz: PAY-PER-VIEW GAUCHÃO E BRASILEIRÃO. Pra atrair clientela, o respeitável estabelecimento traiu as mulheres! Homem já adora uma pelada com os amigos. Mas com a excelentíssima junto, é sacanagem. Pelo menos, não é a sacanagem esperada.
Fiquei pensando no que é pior, o acompanhante virar pro lado e dormir ou ligar a TV pra ver quanto está o jogo. Será que fizeram uma pesquisa e descobriram que os homens não ficam à vontade pra ver futebol em mesa de bar, nem no sofá da sala? Então, vislumbrando esse nicho de mercado, o dono do motel liberou geral pra galera. As mulheres vão ter que correr sozinhas pro abraço. Surge um novo tipo de grito entre quatro paredes... gooooooooooooool!! Imagine a concentração no quarto ao lado. Por efeito cascata, todas as TVs são ligadas. O controle remoto, quem diria, cria mais uma posição no kamasutra. Uma boa tática pra aumentar as horas de estadia e, com certeza, o caixa. Sempre dá pra vender uma cervejinha gelada.
Isso só pode ser ideia de homem. Muitas mulheres devem ser pegas de surpresa na chegada, descobrindo as reais intenções do convite. Uma rapidinha e um jogão.

14 de dez. de 2009

Enfim, sós







Eu e o Ricardo passamos o fim de semana no Rio, pra comemorar nosso aniversário de casamento. Teve sol e chuva, caminhada do Leblon ao Arpoador, comprinhas em Ipanema (óbvio), samba na Lapa (Rio Scenarium), café da manhã no Parque Lage, beijos e caipirinhas no Bar da Graça (Horto), bolinho de bacalhau no Jobi (sempre), altos papos no avião. Adoro o Rio. Adoro o Ricardo. Só faltou fazer a volta de bike pela lagoa. Fica pra próxima. O voo de helicóptero, pra meu alívio, também.

Pra começar bem a semana

O blog ganhou um presente de Natal: esse lettering fofo e alto astral, criado pelo meu amigo Claudio Franco, diretor de arte e blogueiro (Pacific2010 e NasCapas). Como boa cliente, eu incomodei um pouquinho. Nada que prejudicasse o layout ou a nossa amizade. Espero que você também goste, assim a nossa conversa ganha mais cor. Claudico querido, muito obrigada!

11 de dez. de 2009

Árvore genealógica

From www.inspiredbythis.com, Tec Petaja's photo

Ainda sobre o desaprender

Quando a mente reluta em desaprender o que não nos serve mais, o corpo pode dar uma ajudinha.
Esses dias encontrei casualmente na internet esse anúncio antigo da marca Diesel. Há dois anos, eu era isso daí. Quando ainda trabalhava na Escala, fizemos uma terapia de grupo muito legal com a psicóloga Karla Nyland. Cada um precisava mandar para ela uma foto que o representasse. Lembro que na época achei essa foto perfeita, apesar de me sentir incomodada. E foi assim que eu me apresentei, obtendo o consenso dos colegas. Dois anos depois, é um alívio ver que essa foto não me representa mais. Às vezes a minha mente ainda insiste em fazer uma maratoninha, tenho que firmar os pés no chão.
Adivinha em qual esporte eu me identifiquei totalmente nos últimos anos? Corrida! Eu, sozinha, tentando ir sempre mais longe, esticando o fôlego, sentindo o suor limpar por dentro. Em outubro, corri tanto pra ocupar o tempo livre que fiz uma lesão. E não foi no joelho, não. Foi mais complicado, com punção e um mês sem correr sob hipótese alguma. Nem caminhar, exercisticamente falando, eu podia. Agora estou bem, mas sigo proibida de correr. Eu gostava tanto! Inacreditavelmente, aceitei esse novo momento. Quero saúde, né?
Vendo essa foto e juntando com as palavras da médica, me dei conta de que foi o corpo ajudando a mente a desaprender da correria. Comecei a caminhar. Por mais que eu acelere o passo, sei do limite que não posso ultrapassar. Diesel se foi. Agora é keep walking, como diria Johnnie Walker.

Resoluções para 2010

-Acreditar na força que eu tenho.
-Matar minhas fraquezas.
-Estar sempre com o sorriso engatilhado.
-Cruzar mais as pernas.

(e não fazer listas longas, elas só atrapalham)

Sabedoria das ruas

from media.tumblr.com

10 de dez. de 2009

Doença

A coisa mais legal de conviver com crianças é ser pega de surpresa por um comentário inesperado, uma pergunta fora de contexto. Eu estava dirigindo e o Fabio largou essa:
-Mãe, mulher tem essa doença... celulite?
Que bom que ele não reparou em mim. Ahahah. Vai ver, não ligou o nome à pessoa. Eu já respondi tanta pergunta cabeluda sobre sexo e agora essa! Celulite! É um assunto complexo demais para explicar. Eu posso bater o carro. É muito subjetivo, ao mesmo tempo tão concreto.
Engoli a risada (0 calorias) e expliquei que não é doença, é uma coisa que a maioria das mulheres tem, inclusive crianças e homens gordinhos (putz, esqueci de dizer que os magros também). Doença não é, mas vira uma doença. E pode desencadear outras, como uma crise de pânico ao encontrar um colega de trabalho na beira da praia. Acho que o Fabio entendeu como celulite incomoda as mulheres quando usei a velha tática da comparação: “os homens ficam preocupados assim com a careca”. Ou ele já nem estava mais prestando atenção, tem cabelo de sobra no momento.
Odeio quando os homens falam que é charmoso um furinho aqui e outro ali. Eu até acredito que muitos não liguem, desde que a premiada seja gostosa. Aí o conjunto da obra (ou seja, a bunda) predomina. Mas achar charmoso é deboche. A recíproca não é verdadeira para as clareiras que surgem no alto das cabeças masculinas.
Depois o Fabio contou que o assunto da celulite surgiu hoje na aula, numa rodinha de guris. A priminha de um deles tem celulite. O menino nem tinha reparado. Quem fez o desserviço de apontar a casca de laranja da coitada foi a irmã dele. Mulheres!

Apelidos

Eu tive que rir dos guris ontem no almoço. Em segundos, eles rotularam o andar inteiro – nós, inclusive. Nem lembro qual era o assunto.
-Tem os Surdos, os Roqueiros, o Michel Alves...
-E nós?
O Rafa deu uma risadinha pra mim e disse:
-Nós somos os Normais.
Ahahahahahahahha. Que medo! Ele era muito pequeno quando a Vani e o Rui surgiram e deram um outro sentido ao termo normal. Com ou sem essa referência, de normais a gente não tem nada! Fiquei imaginando que apelidos o pessoal do prédio deve ter dado pra nós.
Os destrambelhados do 1901?
Os esquisitos do 1901?
Os manés do 1901?
A louca do saltinho e seus comparsas?
Melhor nem pensar.
Eu já contei dos meus vizinhos aqui do lado, surdos como uma porta. O apelido, além de perfeito, é um jeito de extravazar nossa raiva à TV sempre berrando.
O Michel Alves, que é goleiro reserva do Inter e tem voz de locutor de rádio, não precisa de apelido porque é literalmente uma figurinha de álbum. Também é a alegria dos colorados aqui de casa, uma compensação por ver o estádio do Grêmio da janela. Eu acho que o apartamento dele merecia um apelido: Concentração. O Ceará e outro jogador já moraram ali.
Os Roqueiros, nossos outros vizinhos de andar, não usam preto nem couro, nunca se jogaram pelados de madrugada na piscina ou destruíram o elevador. Eles são um casal sem filhos mas com Wii, PlayStation e Rock Band completo (imagine a cara de inveja do Rafa dizendo “até com a bateria escrito Os Beatles, mãe!! )
Seguindo essa instrutiva análise sobre apelidos, o certo é que eles pegam e têm vida própria. São a forma mais antiga de rotular, porém com o álibi da diversão.
O Rafa é Baba (teve o azar de babar na mesa de pingue-pongue do colégio na primeira série). Desde então, o Fabio virou Babinha ou Baba Júnior (e adora). Eu, não. Pensei tanto em nomes que rendessem apelidos fofos como Rafinha e Fabinho! Podia ser pior, eu ter em casa o Ranho e o Frieira.
Na turma aqui do condomínio, tem o Pulga (baixinho), o Salsicha (magrão), o Bronha (sem comentários). No colégio, tem o Guilherme que é Bob e o Gustavo que é Biriba. Será que as meninas também se apelidam desse jeito? A Mamilo, a Virilha. Duvido.
Eu gosto de ser Maga. Dá um ar de sabedoria e evoca poções mirabolantes, como fazia a Maga Patológica no gibi do Tio Patinhas. Puxa, vou ter que descobrir os nossos apelidos aqui no condomínio. Será que eu sou a Vani?

9 de dez. de 2009

Uma raridade

O amor é imperfeito, inexato, insatisfeito, intolerante, inquieto, intransigente, inacabado, incoerente. E mesmo assim é tão bom!
Acreditem, hoje eu e o Ricardo estamos comemorando 20 anos de casados. Desculpe a modéstia, mas eu fui uma visionária. Consegui enxergar num namoradinho de verão alguém pra dividir uma vida inteira. Fui tão visionária que quis o pacote completo: vestido branco, casamento na igreja, amor na alegria e na tristeza. Mesmo novinha, tive a intuição de que essa história valeria a pena. Até mudei o sobrenome e pasmem, não perdi minha identidade. Muito menos o Ricardo virou “meu dono”, como acham algumas mulheres. Se eu casasse hoje, nesse mundo tão prático e descartável, talvez mantivesse o sobrenome de solteira. Ainda bem que fui romântica, sonhadora e não deixei a praticidade vencer a fantasia. Acho gostoso ter uma parte dele em mim.
Pra um casamento durar tanto, só mesmo com a vontade sincera de ficar junto. E entender que é impossível viver sempre apaixonado, ninguém aguentaria o coração saltando pela boca ininterruptamente. Os altos e baixos ajudam a reposicionar os sentimentos. É como se fosse necessário o desejo descer no ranking pra, de repente, subir de novo e alcançar a posição número 1. Aí, no meio do supermercado, a gente se olha e volta aquilo tudo de novo.
Ricardo, depois de 20 anos, eu digo Sim.
Sim, te amo demais.
Sim, quero continuar do teu lado.
E ouço o teu ClaroQueSim como resposta.
Me sinto uma privilegiada de ter esse ombrão como travesseiro, de pegar no sono abraçada em ti, de fazer planos contigo. Talvez esse seja o segredo de um casamento: ter alguém que nos inspire a fazer planos.

(Um beijo enorme pra nossa amiga Fernanda. Ou você já viu alguma história de amor sem cupido?)

8 de dez. de 2009

Clareza

Estou aproveitando esses dias de liberdade pra desaprender. Ainda bem que saquei isso a tempo! Quanto mais eu leio e penso, mais desaprendo a ser ansiosa, a ser insatisfeita, a reclamar da vida, a querer tudo para agora. E como é bom desaprender, parece que os ombros soltam do corpo.
Essa vontade de desaprender só vem com o tempo. Tempo livre, entenda bem. Na correria e no modus operandis estriquinada total, ninguém enxerga nada.
Eu já tinha encerrado o dia, me vesti de novo, peguei o carro e fui no lançamento de um livro que, tenho certeza, vai me ajudar a desaprender.
Eu voltei e já tinha ido pro banho, me enrolei na toalha, peguei o notebook e fui pra cama escrever. Sem postar no blog, parece que o dia não terminou direito.
Tem épocas da vida em que a gente se sabota muito. Reluta em prestar atenção em si mesmo, acha os outros mais interessantes. Eu escutava as conversas da mesa ao lado, hoje forço os ouvidos pra ouvir o que vem de dentro – a voz do pensamento, como o Rafinha dizia sabiamente aos 4 ou 5 anos.
Eu não ia conseguir dormir sem dividir isso com você. Boa noite, tá? Sonhe com o desaprender.

Illustrator Michael De Forge

7 de dez. de 2009

Imprevisões

O clima anda sem noção, age como quer, chove quando bem entende. Parece uma criança tentando chamar atenção. Em pleno dezembro, está frio. Imagina na praia! Eu deveria ter vontade de colocar um biquíni, não um edredon. Para dormir é bom, mas cadê o céu azul e inspirador?
Os manda-chuvas do mundo todo estão reunidos em Copenhague pra tentar conter essas loucuras climáticas. Espero que eles se entendam, senão daqui a pouco a coisa vai complicar irreversivelmente. Tomara que os interesses econômicos não decidam tudo, como sempre. A gente não está pedindo muito. Só verão com cara de verão, inverno com cara de inverno e vergonha na cara o ano inteiro.

Maratona cinematográfica

Sexta-feira passada eu&eumesma vimos Julie&Julia às 13:50 e 500 dias com ela às 16h. Adoro ir sozinha ao cinema, me sinto tão bem-acompanhada! Essa sessão dupla foi um jeito maravilhoso de aproveitar uma tarde subitamente livre, o que é raro de acontecer. A gente sempre prioriza os outros, acaba esquecendo de se agradar. E foi justamente o que fiz. Me papariquei a tarde inteira! Vi 2 filmes excelentes, um atrás do outro, sem tempo de ir ao banheiro entre as sessões. Sem pensar no telefone que não toca, no e-mail que não chega, na passada no supermercado pra comprar frutas, no cheque que preciso depositar. Saí misturando as cenas, relembrando os pratos de Julia&Julie e os beijos de Tom e Summer. Sabe quem estava me esperando na saída do cinema? O sol! Um fim de tarde absurdo de gostoso, uma luz linda, as pessoas correndo na praça - eu me senti tão, mas tão feliz que pensei: será que posso estar assim nessa alegria toda? Posso, sim! Pra comemorar, aumentei o volume do rádio. Estava tocando uma música que adoro.

4 de dez. de 2009

Sexta-feira é dia de beijar!!

Aliás, o fim de semana todo!!

Se fui pobre, não lembro

Isso sim é que é vida! Óbvio que eu daria um mergulho nessa piscinha chique, mas aposto que ficaria tonta se chegasse muito perto da borda. Não nasci rica, tenho pensamentos proletários. Já penso como o pessoal da limpeza vai fazer pra limpar aquele vidro do lado de fora. Se for um dia com bastante vento, vira piscina com ondas. Será que depois de cinco anos vai infiltrar água pro andar de baixo? (mais um pensamento de pobre)
Falando em diferenciais arquitetônicos, você já reparou na enxurrada de novas construtoras que se instalaram de mala e cuia em Porto Alegre e região metropolitana? Meu jornal virou um panfletão de sinaleira, de tanto anúncio imobiliário. Empreendimentos iguais, só muda o nome. Tomara que pelo menos os tapumes sejam bonitinhos.

3 de dez. de 2009

Ser educado é um hábito

Se eu ganhasse 1 real por cada Bom Dia que dou para as paredes, já estaria rica. Tenho essa triste mania de interagir com as pessoas, não consigo cruzar com alguém no corredor sem cumprimentar - nem que seja com um sorriso de cantinho de boca. Custa ser educado? Não precisa ser Miss Simpatia, apenas retribuir um gesto espontâneo. Gosto de dar Oi Tudo Bom para porteiros e babás, pro pessoal da limpeza e o tio da banca de revistas. Puxo conversa no taxi, dentro do elevador, na fila do caixa.
Tem gente que tem medo de gente. Ou se acha importante demais para trocar duas palavrinhas. Ser educado é isso, uma troca. E as pessoas hoje em dia só querem receber. Segurar a porta do elevador para alguém é tão civilizado. Lembre que no dia seguinte pode ser você chegando cheia de sacolas do supermercado, torcendo por uma colaboração. Não adianta compartilhar tudo nas redes sociais e no offline ser egoísta, não encaminhar um Oizinho sequer.
E se a Super Nanny pegasse os adultos mal educados pra botar na linha? Seria engraçado assistir. Passou reto com cara de paisagem... vai agora mesmo pro canto pensar no que fez! Depois não adianta reclamar das crianças, elas são o reflexo dos adultos com quem convivem.

illustration from bpoblogger.com

2 de dez. de 2009

O presente mais legal do mundo

Não, eu não ganhei um elefante. Ganhei um mapa astral pra conhecer melhor os bichos que vivem dentro de mim. Presente de uma amiga que adoro. E que sabe insistir.
ACEITA ACEITA ACEITA, disse ela já em dúvida se dava o mapa ou batia em mim. Respondi TÁBOM TÁBOM TÁBOM. Por que a gente reluta em aceitar o que é dado de coração, achando que é demais? Essa amiga não quer só se encontrar comigo, ela quer que eu me encontre. E faz tempo que vem mostrando o caminho das pedras.
Terça que vem, eu vou fazer o primeiro mapa astral da minha vida. Vou desvirginar na Astrologia! Confesso que sempre tive receio de cartomantes, astrógolos e Paulos Coelhos. Medinho aos 42 não dá, né? Por mais que eu sinta que 2010 vai ser o meu ano (pode ser o seu também!!), é bom ter alguma confirmação cósmica. Um OK de Saturno e Urano. Uma estrela piscando no céu. Uma Lúcia aqui na terra dizendo VAI LÁ, MAGA.

1 de dez. de 2009

Últimos dias

Sabe aqueles comerciais bem barulhentos de varejo, onde o locutor grita desesperadamente “Só até amanhã!! Não perca!!! Últimos Dias!!!!”? Em publicidade, nós chamamos isso de senso de urgência. A ideia é essa mesma, aproveitar agora mesmo senão o arrependimento será enorme.
Eu me dei conta de que os pais se sentem assim em relação ao crescimento dos filhos. E ninguém berra o “Só até amanhã”, nos alertando pra curtir os últimos resquícios de infância. Nós achamos que está tudo sob controle, que as fotos tiradas são mais do que suficientes e as roupas encurtam dentro do previsto.
Mas, de uma hora para outra, a inocência dos filhos vira uma promoção relâmpago, daquelas de dormir na fila e aproveitar assim que a loja abrir. Do nada, aparece um saldinho de fantasia. Imperdível, corra, leve pra casa, você precisa muito!!! Só uma unidade por cliente, não insista!
Ontem caiu um dente do Fabio. E, acredite, a família inteira entrou na expectativa da fada do dente. Sim, ela mesma. Mais analógica, impossível. Seis Gogos* acordaram embaixo do travesseiro, deixando todo mundo feliz! Não tem dinheiro no mundo que pague um momento desses. Em tempos cada vez menos mágicos, onde só as invenções digitais nos emocionam, eu tive o privilégio de aproveitar djá. A infância pode ser só até amanhã, ou amanhã já pode ser tarde.



*Gogos são a nova mania nos colégios. Bonequinhos vendidos nas bancas, em pacotes tipo figurinha. Mais um colecionável pra levar o troco dos pais.

27 de nov. de 2009

Olha a minha casa na praia!!


Em primeira mão, o aterro da Casa Hermosa, em Xangri-lá. Um punhado dessa areia vai ser o meu refúgio daqui a dois verões.

Uma ode aos restinhos

Eu valorizo os restinhos. De comida, de creme pro rosto, de pasta de dentes, de suco na jarra. Não gosto de desperdiçar nada. Pego uma faca e vou empurrando o que ainda resta e aproveito tudo, tudo. Se bobear, corto a embalagem ao meio e tiro o último naquinho com a ponta do dedo.
Dá pra fazer isso também com o fim de semana, com um encontro de amigos. Até com o final do ano. Eu queria ver 2009 pelas costas, mas agora quero aproveitar cada momento até a meia noite de 31 de dezembro. Os restinhos são valiosos, acredite.

Momento carrousel

A vida dá voltas, e como!! No meio disso tudo, a gente pode se sentir tonto, sem saber se segura no cavalinho ou pede pra descer. Mas tem uma hora em que finalmente o chão fica firme novamente.
foto from behance.com


26 de nov. de 2009

O glam aéreo

Não é só pelos uniformes glamurosos que as aeromoças usavam no passado e tudo o que elas representavam no imaginário coletivo (claro que eu queria ser aeromoça quando era pequeninha). Voar já foi elegante e inesquecível.
Tome o aeroporto de Congonhas numa sexta fim do dia, especialmente no subsolo. Parece uma rodoviária onde o povo usa terno. Observe uma fila de vôo fretado. O abrigo de tactel impera. Ele deveria estar dentro da sacolinha com o logotipo da operadora. E a sacolinha, dentro da mala que foi despachada. Junto com o travesseiro que veio de casa, com fronha de babados.
Eu amo viajar de avião, amo as promoções aéreas, amo o detector de metais, amo olhar as nuvens pela janelinha, amo até o gosto de plástico da comida. Sair do chão e voar pelo céu sempre vai parecer um momento mágico. Se bem que eu preferia o teletransporte. Isso sim é chique.

25 de nov. de 2009

Você compraria para sua filha?

Os cabelos voando pra lá e pra cá. As boladas nos peitos. E elas sempre sorrindo!

Perigo! Perigo!


Conflito de geração é quando a outra pessoa não tem as mesmas referências que você.

Azar ou sorte

A zebra é injustamente associada a coisas negativas, a erros e imprevistos que atrapalham a vida. Acho que ela deveria contratar um marketeiro para mudar essa imagem.
Dar zebra pode significar o inesperado, aquilo que num primeiro momento parece ruim, mas que faz um bem danado. Zebra é a nova fênix! Une no mesmo espaço físico todas as possibilidades, o não e o sim, os altos e baixos. Ela é o tombo e a volta por cima. Suas listras parecem aquele ditado do copo metade cheio, metade vazio. Olhe positivamente e entre no clima.
Quando eu era pequena, aparecia toda semana na TV uma zebrinha anunciando os resultados da loteria esportiva. Por sua causa, a gente não ficava rico. Apesar de ser simpática e ter até risada, ela era o desapontamento em pessoa (ou em 4 patas). Sorte que as crianças de hoje vão lembrar da zebra de Madagascar: engraçada, amiga, cheia de conflitos, mas um bicho do bem.

24 de nov. de 2009

O contexto muda tudo

Mas o preto e branco funcionam sempre!

23 de nov. de 2009

Bonequinha de luxo

Neste fim de semana, por força do hábito, eu ajudei a reforçar um padrão de beleza inexistente. Comprei uma Barbie para uma menininha de quatro anos. Loira e linda, claro. Com um corpinho que a menina jamais vai ter igual, a não ser que case com um cirurgião plástico.
Perdi a oportunidade de dar algo mais útil. Na hora eu não me dei conta, quase nunca compro brinquedos pra meninas. Mas quando achei a foto que ilustra esse post, fiquei incomodada. Putz, em tempos de Dove e Natura, eu ainda caio no conto da beleza perfeita!!
Quem sou eu para iniciar uma greve contra a Mattel? E sem falsa demagogia, já comprei muito super-herói para meus filhos. O fato é que a Barbie me chateou. Como é difícil fugir dos padrões sacramentados. Quantas gerações ou séculos nós vamos precisar?
Os brinquedos evoluíram principalmente por fora. Por dentro, a lógica continua igual. Não é o caso de lançar a Barbie Acne. Isso as meninas vão descobrir sozinhas, provavelmente na véspera de uma festa. Também não vou sugerir a Barbie Dentadura, que já vem com Corega. Mas um pouquinho de realidade com certeza facilitaria as coisas na frente do espelho.

22 de nov. de 2009

Design divertido

from todayandtomorrow.net
from reubenmiller.typepad.com
from nextnature.net

from designboom.com

20 de nov. de 2009

Pro dia nascer feliz

Hoje é sexta-feira. Não se deixe levar pelas chatices, mantenha o foco no fim de semana.

19 de nov. de 2009

Toda grandeza é comparativa

Sim, o verão está chegando. Não, você não fez tudo que a indústria da estética disponibiliza no mercado. Agora bate o pavor. E se jogar pela janela não é uma boa ideia, já que a flacidez é acentuada em movimentos bruscos.
Nessas horas, sempre é bom lembrar que tem gente em pior estado de conservação.
O jeito é encolher a barriga e se puxar no sorriso. Menos paranoia e mais caminhadas. De preferência, com uma amiga pra que seja prazeroso.

#ficaadica

Sabe aqueles feltrinhos pra colocar embaixo do pé da cadeira e não arranhar o chão? Descobri outra utilidade: eles são perfeitos pra grudar dentro do sapato e proteger o calcanhar. Mais discretos e duradouros que band-aid. Feltros redondinhos vão superbem com aquela sapatilha maldita que na loja parecia tão macia!