6 de mai. de 2011

Coisa de mãe

Crônica para o site do Bourbon Shopping

Mãe consegue ficar (um dia?) sem elogiar os filhos. Mãe consegue ficar sem dormir – lembrando que pode levar anos até que ela volte a dormir de verdade. Mãe consegue ficar sem comer e, mesmo com fome, vai alimentar suas crias primeiro. Mãe consegue ficar sem a unha feita e com a cama desfeita, contanto que façam o dever de casa. Mãe consegue até ficar longe dos filhos, por mais que sinta falta deles. O que mãe não consegue, de jeito nenhum, é ficar sem se preocupar.

A preocupação está para as mães assim como a realeza está para o Reino Unido. Pode soar antiquado nos dias de hoje, mas faz parte do DNA.

Preocupação de mãe é artigo de primeira necessidade. Impossível imaginar infância sem “Te cuida!” e adolescência sem “Me liga quando chegar!”.

Desde que o mundo é mundo, ou talvez até antes disso, mães se preocupam com os filhos. Se alguém encontrar vida inteligente em Saturno, provavelmente vai descobrir que lá também funciona assim.

Entenda como preocupação o constante estado de alerta, aquela vontade de ter a mão imensa para usar como escudo protetor. Ou rede de segurança. Ou os dois juntos.

Tem algumas fases em que essa preocupação cresce como fermento em bolo. Já em outros momentos, fica do tamanho de um cupcake. O que é um alívio para os dois lados.

Não é à toa que preocupação rima com premonição. Mães enxergam perigo onde não existe – mas pode existir, especialmente se os filhos estiverem por perto. Pense em quinas de mesas e objetos pontiagudos. Pense em namoradas e namorados. Um perigo, sem dúvida.

Preocupação de mãe é como cabo de fibra ótica. Ultrapassa cidades e fronteiras, passa embaixo de oceanos, pega trem-bala se for preciso. Sabe aquela expressão “A gente cria os filhos para o mundo”? Todas dizem isso, eu mesma já falei. Só que em pensamento acrescentamos um complemento: “E ai do mundo se não cuidar direitinho dos nossos bebês.”

Preocupação de mãe não tem idade nem dia fixo da semana. Às vezes, não tem limites. Ao contrário do que possa parecer, é apenas excesso de zelo. Uma vontade de perpetuar o aconchego do útero e a segurança do colinho. Mãe nasceu para proteger e cuidar. Mãe quer notícias, quer saber onde os filhos estão, quer ser um GPS pra apontar o caminho. E não se importa de recalcular a rota.

Por isso, no dia 8 de maio agradeça todos os conselhos, carinhos, dicas, ensinamentos e até mesmo as preocupações. Falando nisso, mostre para sua mãe que você também se preocupa com ela. Só um pouquinho, vai.

Um comentário:

Alexandra Lopes Da Cunha disse...

Concordo totalmente! Beijos e feliz dia das mães!