-Mãe, tu podia abrir um restaurante!
Eles não se referiam à minha visão empreendedora, nem faziam um brainstorming sobre novos negócios. A frase acima foi um elogio para a minha comida ou, numa definição mais condizente com a realidade, o que produzo na cozinha.
Achei muito, muito engraçado. Há um ano eu nem tocava nas panelas e me orgulhava de comer fora SEMPRE que a Dodô, musa dos temperos, não vinha. Eu era a promoter das telentregas.
Esse elogio tão verdadeiro, feito de boca cheia, me fez pensar em outra grande verdade: a percepção é bem diferente da realidade em si. Uma jantinha básica, se feita com carinho, pode parecer um banquete.
Na memória dos filhos, existe um espaço reservado para os quitutes da mãe. É como uma sala vazia que espera um sofá. Os filhos precisam preencher esse espaço com aromas e sabores maternos, nem que seja com a marca da lasanha congelada que só a mami sabia escolher.
Sem essas lembranças gastronômicas, a memória pode roncar de fome anos depois. E nenhuma mãe quer isso para seus filhos. Era assim no século XVI e provavelmente vai continuar sendo em 2055.
ilustração from cargocollective.com
2 comentários:
Amei a frase: elogio de boca cheia. Toda mãe adora ver o filho de boca cheia, mesmo com um pecadinho de etiqueta ao falar.
Agora respira fundo e faz esta receitinha para o lanche da noite: cupcakes rapidíssimos de chocolate. São rapidíssimos mesmo, tanto pra fazer quanto para comer!
Depois me conta sobre as declarações de amor que vão te fazer!
http://fernandareali.blogspot.com/2009/09/cupcakes-rapidissimos-de-chocolate.html
Nossa, adorei este texto! Mas fiquei curiosa para saber qual era o cardápio!
bjs
Postar um comentário