22 de set. de 2010

É mais ou menos assim a maternidade

Quando não acho assunto, ele me acha. Primeiro foi um email da querida Vanessa sugerindo que eu lesse a matéria "As mães são felizes" na última revista TPM e escrevesse sobre isso. Depois foi a minha amiga Claudia, superangustiada contando do seu cachorro doente e chegando à conclusão de que não está preparada para ter filhos.
A matéria pega justamente esse público curioso e, ao mesmo tempo, temeroso. Será que dá mesmo pra conciliar tudo? Será que estou fazendo a coisa certa? É um assunto que nunca esgota e onde os exemplos são sempre bem-vindos. Espiar a rotina das outras mães e aprender novos truques de sobrevivência acalmam como cantiga de ninar.
Eu tinha escolhido outra imagem para esse post, mas quando vi o monstrengo acima, achei a metáfora perfeita. Lembrei do filme Monstros S.A., onde criaturas surgem atrás das portas para assustar as crianças. E me dei conta de que a maternidade é mais ou menos assim. No caso, as crianças somos nós. Os monstros aparecem constantemente, não só à noite. São os nossos medos, em diferentes formas e tamanhos: de não ser uma mãe perfeita, de não conseguir protegê-los, de falhar na educação, de não chegar a tempo na apresentação da escola, de trabalhar demais, de ficar em casa e se arrepender mais tarde, de descuidar de si mesma, de perder a cabeça, de perder a coragem, de ser severa de mais ou de menos, de ser cobrada pela professora, pelos avós, pelo marido, pelos filhos, de surtar com tanta demanda.
E aqui está o segredo para perder o medo. Muitos desses monstros são criados pela nossa imaginação. A maternidade pode ser mais tranquila, se a gente aprender a conviver com os sobressaltos.
Repare na quantidade de olhos do monstrengo. Mães acham que podem ver e prever tudo. Agora preste atenção no colorido, no desenho em si. Tem humor e leveza, apesar da tensão. É mais ou menos assim a maternidade. Os monstros vão estar sempre lá, cabe a nós fingir que não os vemos.




Ilustração: Oliver Hibert - Debut Art

3 comentários:

Ana Wertheimer disse...

Queria ter aqueles olhos para controlar tudo... e para poder ler todos os outros textos também.
Até mais.
Ana Wertheimer

Fernanda Reali disse...

Perfeito. Eu, como mãe de cachorra e só depois mãe de criança, afirmo que o texto é 100% verdadeiro.

Mãe não vê tudo e não sabe de tudo. Apenas finge isso para manter a autoridade.

beijooo

Guilhermina disse...

Adorei a frase inicial: quando não acho o assunto, ele me acha....
Quanto ao post, adorei, e gostaria de acrescentar que, como mãe de um "menino" de 22 anos, continuo tendo medos, mas tenho hoje, a satisfação de ver, que os medos anteriores que tive, fizeram com que o meu "trabalho" de mãe fosse melhor. Várias vezes olho pro meu filho e constato: eu fiz um bom trabalho!