
29 de dez. de 2009
Feliz 2010

24 de dez. de 2009
Obrigada!

Esse blog começou sem pretensão nenhuma, apenas pra eu publicar minhas crônicas em algum lugar. O problema é que vocês começaram a aparecer, a ler, a me ajudar sem saber, a deixar comentários. Eu me apeguei. Hoje encho a boca pra dizer que tenho um blog. E que tenho leitores!
Se passo um dia sem postar nada, fico com a sensação de que desapontei vocês. Já recebi puxões de orelha por não responder os comentários. Foi uma regra que criei tentando não me envolver demais. Tolinha. Pode ter certeza de que eu devoro cada consoante que chega até aqui. As vogais também. Dá um frio na barriga antes de ler. E se ninguém comenta, vou lá no medidor de acessos e fico aliviada. Eles vieram! É como deixar a porta de casa sempre aberta, os amigos entram sem bater.
Um feliz Natal e um 2010 com saúde, bom humor, tolerância e força de vontade pra ir atrás de tudo aquilo que a gente quiser. Eu vou estar aqui, contando com a companhia de vocês!
Se passo um dia sem postar nada, fico com a sensação de que desapontei vocês. Já recebi puxões de orelha por não responder os comentários. Foi uma regra que criei tentando não me envolver demais. Tolinha. Pode ter certeza de que eu devoro cada consoante que chega até aqui. As vogais também. Dá um frio na barriga antes de ler. E se ninguém comenta, vou lá no medidor de acessos e fico aliviada. Eles vieram! É como deixar a porta de casa sempre aberta, os amigos entram sem bater.
Um feliz Natal e um 2010 com saúde, bom humor, tolerância e força de vontade pra ir atrás de tudo aquilo que a gente quiser. Eu vou estar aqui, contando com a companhia de vocês!
23 de dez. de 2009
Branco total

Estava aqui pensando em 2009, nas coisas que ficaram penduradas. Se eu aprendi algo esse ano, foi que nem tudo acontece do jeito ou no timing que a gente quer. E isso não é necessariamente ruim. Só diferente daquilo que foi idealizado. Aliás, recomendo menos idealizações. Elas atrapalham a visão. É como um lençol de casal kingsize pendurado no secador de teto de uma área minúscula de apartamento.
2009 foi um ano que não vai deixar saudade. Pra 2010, desejo o branco total. Mente limpa e perfumada, o resto eu me viro.
22 de dez. de 2009
Falta de maresia

É numa casa de praia que relações familiares são postas à prova. Sem o mesmo conforto que se tem na cidade, o jeito é todo mundo colaborar e rever suas expectativas. Hábitos prosaicos ajudam a relaxar. E você sabe, os problemas ficam pequenos perto do mar. Deslocados, desconectados, desenclausurados e desnudados, somos obrigados a tirar as raquetes de frescobol do armário e aproveitar. A conversa surge naturalmente na sombra do guarda-sol. E o sabor de uma boa espiga de milho volta a atiçar as papilas gustativas.
Fora de seu habitat, os urbanóides comparam, reclamam, tentam achar algo que preste na TV com antena externa, mas sobrevivem. É só dar um tempo pra maresia agir na corrente sanguínea (e nos cabelos, inevitável).
Quando eu era criança, passava os três meses de verão na casa da minha vó. O mundo era outro e as emoções surgiam na fila do orelhão pra ligar pra casa, na espera pelo sorveteiro - ouvindo sua corneta tocar de longe e medindo a distância em quadras que nos separava do picolé diário. Hoje meus filhos não sobreviveriam tanto tempo na praia, nem eu. Uma pena.
Está na hora de sair das redes sociais e deitar naquela outra, de preferência depois do almoço. E caminhar com água batendo nas canelas, que adoro. Supermercados lotados também me esperam, mas é o preço que se paga por um mínimo de civilização.
photo from clifford coffin
18 de dez. de 2009
Xerox cyber

Hoje estreia o novo filme do James Cameron, o cara que realizou as nossas fantasias de matar aliens e de ficar na pontinha do convés de braços abertos com o Leonardo Di Caprio (ou Kate Winsley, como queira). Vai ter fila para ver Avatar e se sentir no Planeta Pandora. Antes mesmo de ver o filme, já ando com vontade de ter meu avatar. Não uma Magali azul fluorescente, seria complicado combinar as roupas. Eu ficaria satisfeita com uma versão igualzinha e que voasse, pra mandar pro supermercado, pra reunião no colégio e cumprir as coisas 2D do dia a dia. Nos sonhos e viagens malucas, prefiro ir eu mesma.
photo from oncewed.com
17 de dez. de 2009
Reflexões natalinas para o site do Bourbon Shopping

Olhando para a mesa posta, aparentemente pouco muda de um ano para outro. Uma receita nova de farofa, talvez. Uma salada diferente. A estampa dos guardanapos. A substituição dos fios de ovos (quem teve essa ideia infeliz?) por algo light.
No encontro anual ao redor do peru, mais do que a comilança, temos um registro social-demográfico da família. Os netos que agora passam da altura dos avós e entraram no amigo-secreto dos grandes. A prima que traz o namorado pela primeira vez. O tio recém-separado que vem sozinho. A ala da família que viajou e faz a maior falta. O bebê que nasceu durante o ano e ainda não entende aquela confusão. Os casais que seguem juntos (e felizes). A criança que até pouco tempo acreditava no Papai Noel e, já adolescente, poderia vestir a fantasia vermelha – se isso não fosse o maior mico do mundo.
O Natal parece sempre igual para os desatentos. Ele reflete as mudanças da família, esse microcosmo com dramas e tramas de fazer inveja a qualquer novela. Aliás, o Natal é uma data excelente para os parentes brigões fazerem as pazes. É como se a noite de 24 de dezembro fosse o último capítulo. A audiência está toda ali, pronta para chorar de emoção.
A troca dos presentes também pede uma observação minunciosa. A menina que ganha o primeiro salto alto da madrinha. A mãe que dá para o filho um skate e, antes que ele agradeça, já se arrependeu. O primo que quis ganhar dinheiro porque tem intercâmbio durante o verão. O tio, GG a vida toda, comemorando o suado tamanho M. A tia que não pode ver papel no chão e logo recolhe tudo (com pena de colocar no lixo as embalagens bonitas). Os que acertam sempre no presente, os que erram na mesma proporção.
O Natal está aí, aproveite para rechear sua linha do tempo. Capriche nas fotos. E lembre-se de que presentes podem ser trocados. Já lembranças da família reunida ficam para sempre.
Manias

Por outro lado, vá atrás das boas manias. Nem que seja pra tirar o estigma dessa palavra. As manias podem ser colaborativas, é só saber usar. Vão-se os cantinhos de cutícula, ficam os livros sublinhados.
Sim, peguei essa mania. Agora só leio com o marcador de texto de prontidão. Encontro uma frase poderosa e táááááá.... grifo ela todinha. O problema é que me empolgo, gosto de trechos enormes e pinto metade da página. Vicia o cérebro, ele fica ligadão no conteúdo, parece que se concentra melhor.
Marcar aquilo que é importante dá um tom de estudo à leitura. Quase intelectual. Você pode estar sentado no banheiro e, se o marcador estiver junto, o recinto se transforma em biblioteca. O conhecimento reflete nos azulejos e nos vidros do box.
Agora ando com o marcador pela casa, carrego na bolsa, levo pra praça. Há pouco, cheguei ao cúmulo de marcar uma frase no jornal. Ok, foram duas frases grandes. Sei que passei do limite, o jornal vai pro lixo ainda hoje, o pessoal da reciclagem provavelmente não vai ter tempo de ler o que marquei.
Manias são complicadas de explicar. Meu marcador preferido é do tipo cheguei, amarelo e largo. Sob medida pra quem é guloso na leitura e lê a página da esquerda já com o canto do olho no capítulo seguinte. Deixo ele com a tampa aberta, como se fosse um revólver engatilhado, pronto pra entrar em ação. Leio, marco, marco, leio.
Isso vai se tornar perigoso no dia em que eu comprar marcadores coloridos e catalogar o tipo de frase a ser grifada: amarelo para as médias, rosa para as geniais, azul para as interessantes, verde para as comuns - porém com um fundo de verdade.
Socorro, alguém me ajude!
16 de dez. de 2009
Que venha 2010

Anota aí, 2010... vou precisar de um pouquinho mais do que love. Isso eu tenho em excesso, e foi o que me trouxe até aqui. Quero um trabalho que me acorde de manhã com um bom dia empolgado. Não tem jeito mais gostoso de despertar (quer dizer, tem sim, mais faz você chegar atrasado no trabalho).
Vou batalhar pra ter um ano redondinho, com arestas fáceis de aparar. Em 2010, o Fabio vai ter 10 anos, olha que amor. Ele espera tanto essa idade pra sentar no banco da frente no carro. E o Rafa, com 14, vai se formar no fim do ano! Talvez nos apresente a primeira namorada (preciso me preparar). Eu e o Ricardo vamos fazer 43 e 45, números ímpares, mas a gente sempre é par. Em dezembro de 2010, só vai faltar um ano pra nossa Casa Hermosa ficar pronta. Depois, passa voando. Quero também 365 dias de saúde (fiquei com alguns créditos de 2009). E na beirada de 2011, poder me orgulhar daquilo que eu consegui realizar.
15 de dez. de 2009
Sacanagem

Esses dias vi que a Pizzaria Domino’s cobra um valor para o buffet executivo e outro para o buffet estagiário. Adorei o nome, acho justo quem fica com a carne de pescoço no trabalho pagar menos no almoço.
Ontem passei na frente do Motel Botafogo e vi, na porta de entrada, o seguinte cartaz: PAY-PER-VIEW GAUCHÃO E BRASILEIRÃO. Pra atrair clientela, o respeitável estabelecimento traiu as mulheres! Homem já adora uma pelada com os amigos. Mas com a excelentíssima junto, é sacanagem. Pelo menos, não é a sacanagem esperada.
Fiquei pensando no que é pior, o acompanhante virar pro lado e dormir ou ligar a TV pra ver quanto está o jogo. Será que fizeram uma pesquisa e descobriram que os homens não ficam à vontade pra ver futebol em mesa de bar, nem no sofá da sala? Então, vislumbrando esse nicho de mercado, o dono do motel liberou geral pra galera. As mulheres vão ter que correr sozinhas pro abraço. Surge um novo tipo de grito entre quatro paredes... gooooooooooooool!! Imagine a concentração no quarto ao lado. Por efeito cascata, todas as TVs são ligadas. O controle remoto, quem diria, cria mais uma posição no kamasutra. Uma boa tática pra aumentar as horas de estadia e, com certeza, o caixa. Sempre dá pra vender uma cervejinha gelada.
Isso só pode ser ideia de homem. Muitas mulheres devem ser pegas de surpresa na chegada, descobrindo as reais intenções do convite. Uma rapidinha e um jogão.
14 de dez. de 2009
Enfim, sós





Eu e o Ricardo passamos o fim de semana no Rio, pra comemorar nosso aniversário de casamento. Teve sol e chuva, caminhada do Leblon ao Arpoador, comprinhas em Ipanema (óbvio), samba na Lapa (Rio Scenarium), café da manhã no Parque Lage, beijos e caipirinhas no Bar da Graça (Horto), bolinho de bacalhau no Jobi (sempre), altos papos no avião. Adoro o Rio. Adoro o Ricardo. Só faltou fazer a volta de bike pela lagoa. Fica pra próxima. O voo de helicóptero, pra meu alívio, também.
Pra começar bem a semana
O blog ganhou um presente de Natal: esse lettering fofo e alto astral, criado pelo meu amigo Claudio Franco, diretor de arte e blogueiro (Pacific2010 e NasCapas). Como boa cliente, eu incomodei um pouquinho. Nada que prejudicasse o layout ou a nossa amizade. Espero que você também goste, assim a nossa conversa ganha mais cor. Claudico querido, muito obrigada!
11 de dez. de 2009
Ainda sobre o desaprender

Esses dias encontrei casualmente na internet esse anúncio antigo da marca Diesel. Há dois anos, eu era isso daí. Quando ainda trabalhava na Escala, fizemos uma terapia de grupo muito legal com a psicóloga Karla Nyland. Cada um precisava mandar para ela uma foto que o representasse. Lembro que na época achei essa foto perfeita, apesar de me sentir incomodada. E foi assim que eu me apresentei, obtendo o consenso dos colegas. Dois anos depois, é um alívio ver que essa foto não me representa mais. Às vezes a minha mente ainda insiste em fazer uma maratoninha, tenho que firmar os pés no chão.
Adivinha em qual esporte eu me identifiquei totalmente nos últimos anos? Corrida! Eu, sozinha, tentando ir sempre mais longe, esticando o fôlego, sentindo o suor limpar por dentro. Em outubro, corri tanto pra ocupar o tempo livre que fiz uma lesão. E não foi no joelho, não. Foi mais complicado, com punção e um mês sem correr sob hipótese alguma. Nem caminhar, exercisticamente falando, eu podia. Agora estou bem, mas sigo proibida de correr. Eu gostava tanto! Inacreditavelmente, aceitei esse novo momento. Quero saúde, né?
Vendo essa foto e juntando com as palavras da médica, me dei conta de que foi o corpo ajudando a mente a desaprender da correria. Comecei a caminhar. Por mais que eu acelere o passo, sei do limite que não posso ultrapassar. Diesel se foi. Agora é keep walking, como diria Johnnie Walker.
Resoluções para 2010

-Matar minhas fraquezas.
-Estar sempre com o sorriso engatilhado.
-Cruzar mais as pernas.
(e não fazer listas longas, elas só atrapalham)
10 de dez. de 2009
Doença
-Mãe, mulher tem essa doença... celulite?
Que bom que ele não reparou em mim. Ahahah. Vai ver, não ligou o nome à pessoa. Eu já respondi tanta pergunta cabeluda sobre sexo e agora essa! Celulite! É um assunto complexo demais para explicar. Eu posso bater o carro. É muito subjetivo, ao mesmo tempo tão concreto.
Engoli a risada (0 calorias) e expliquei que não é doença, é uma coisa que a maioria das mulheres tem, inclusive crianças e homens gordinhos (putz, esqueci de dizer que os magros também). Doença não é, mas vira uma doença. E pode desencadear outras, como uma crise de pânico ao encontrar um colega de trabalho na beira da praia. Acho que o Fabio entendeu como celulite incomoda as mulheres quando usei a velha tática da comparação: “os homens ficam preocupados assim com a careca”. Ou ele já nem estava mais prestando atenção, tem cabelo de sobra no momento.
Odeio quando os homens falam que é charmoso um furinho aqui e outro ali. Eu até acredito que muitos não liguem, desde que a premiada seja gostosa. Aí o conjunto da obra (ou seja, a bunda) predomina. Mas achar charmoso é deboche. A recíproca não é verdadeira para as clareiras que surgem no alto das cabeças masculinas.
Depois o Fabio contou que o assunto da celulite surgiu hoje na aula, numa rodinha de guris. A priminha de um deles tem celulite. O menino nem tinha reparado. Quem fez o desserviço de apontar a casca de laranja da coitada foi a irmã dele. Mulheres!
Apelidos

-Tem os Surdos, os Roqueiros, o Michel Alves...
-E nós?
O Rafa deu uma risadinha pra mim e disse:
-Nós somos os Normais.
Ahahahahahahahha. Que medo! Ele era muito pequeno quando a Vani e o Rui surgiram e deram um outro sentido ao termo normal. Com ou sem essa referência, de normais a gente não tem nada! Fiquei imaginando que apelidos o pessoal do prédio deve ter dado pra nós.
Os destrambelhados do 1901?
Os esquisitos do 1901?
Os manés do 1901?
A louca do saltinho e seus comparsas?
Melhor nem pensar.
Eu já contei dos meus vizinhos aqui do lado, surdos como uma porta. O apelido, além de perfeito, é um jeito de extravazar nossa raiva à TV sempre berrando.
O Michel Alves, que é goleiro reserva do Inter e tem voz de locutor de rádio, não precisa de apelido porque é literalmente uma figurinha de álbum. Também é a alegria dos colorados aqui de casa, uma compensação por ver o estádio do Grêmio da janela. Eu acho que o apartamento dele merecia um apelido: Concentração. O Ceará e outro jogador já moraram ali.
Os Roqueiros, nossos outros vizinhos de andar, não usam preto nem couro, nunca se jogaram pelados de madrugada na piscina ou destruíram o elevador. Eles são um casal sem filhos mas com Wii, PlayStation e Rock Band completo (imagine a cara de inveja do Rafa dizendo “até com a bateria escrito Os Beatles, mãe!! )
Seguindo essa instrutiva análise sobre apelidos, o certo é que eles pegam e têm vida própria. São a forma mais antiga de rotular, porém com o álibi da diversão.
O Rafa é Baba (teve o azar de babar na mesa de pingue-pongue do colégio na primeira série). Desde então, o Fabio virou Babinha ou Baba Júnior (e adora). Eu, não. Pensei tanto em nomes que rendessem apelidos fofos como Rafinha e Fabinho! Podia ser pior, eu ter em casa o Ranho e o Frieira.
Na turma aqui do condomínio, tem o Pulga (baixinho), o Salsicha (magrão), o Bronha (sem comentários). No colégio, tem o Guilherme que é Bob e o Gustavo que é Biriba. Será que as meninas também se apelidam desse jeito? A Mamilo, a Virilha. Duvido.
Eu gosto de ser Maga. Dá um ar de sabedoria e evoca poções mirabolantes, como fazia a Maga Patológica no gibi do Tio Patinhas. Puxa, vou ter que descobrir os nossos apelidos aqui no condomínio. Será que eu sou a Vani?
9 de dez. de 2009
Uma raridade

Acreditem, hoje eu e o Ricardo estamos comemorando 20 anos de casados. Desculpe a modéstia, mas eu fui uma visionária. Consegui enxergar num namoradinho de verão alguém pra dividir uma vida inteira. Fui tão visionária que quis o pacote completo: vestido branco, casamento na igreja, amor na alegria e na tristeza. Mesmo novinha, tive a intuição de que essa história valeria a pena. Até mudei o sobrenome e pasmem, não perdi minha identidade. Muito menos o Ricardo virou “meu dono”, como acham algumas mulheres. Se eu casasse hoje, nesse mundo tão prático e descartável, talvez mantivesse o sobrenome de solteira. Ainda bem que fui romântica, sonhadora e não deixei a praticidade vencer a fantasia. Acho gostoso ter uma parte dele em mim.
Pra um casamento durar tanto, só mesmo com a vontade sincera de ficar junto. E entender que é impossível viver sempre apaixonado, ninguém aguentaria o coração saltando pela boca ininterruptamente. Os altos e baixos ajudam a reposicionar os sentimentos. É como se fosse necessário o desejo descer no ranking pra, de repente, subir de novo e alcançar a posição número 1. Aí, no meio do supermercado, a gente se olha e volta aquilo tudo de novo.
Ricardo, depois de 20 anos, eu digo Sim.
Sim, quero continuar do teu lado.
E ouço o teu ClaroQueSim como resposta.
Me sinto uma privilegiada de ter esse ombrão como travesseiro, de pegar no sono abraçada em ti, de fazer planos contigo. Talvez esse seja o segredo de um casamento: ter alguém que nos inspire a fazer planos.
(Um beijo enorme pra nossa amiga Fernanda. Ou você já viu alguma história de amor sem cupido?)
8 de dez. de 2009
Clareza

Essa vontade de desaprender só vem com o tempo. Tempo livre, entenda bem. Na correria e no modus operandis estriquinada total, ninguém enxerga nada.
Eu já tinha encerrado o dia, me vesti de novo, peguei o carro e fui no lançamento de um livro que, tenho certeza, vai me ajudar a desaprender.
Eu voltei e já tinha ido pro banho, me enrolei na toalha, peguei o notebook e fui pra cama escrever. Sem postar no blog, parece que o dia não terminou direito.
Tem épocas da vida em que a gente se sabota muito. Reluta em prestar atenção em si mesmo, acha os outros mais interessantes. Eu escutava as conversas da mesa ao lado, hoje forço os ouvidos pra ouvir o que vem de dentro – a voz do pensamento, como o Rafinha dizia sabiamente aos 4 ou 5 anos.
Eu não ia conseguir dormir sem dividir isso com você. Boa noite, tá? Sonhe com o desaprender.
Illustrator Michael De Forge
7 de dez. de 2009
Imprevisões

Os manda-chuvas do mundo todo estão reunidos em Copenhague pra tentar conter essas loucuras climáticas. Espero que eles se entendam, senão daqui a pouco a coisa vai complicar irreversivelmente. Tomara que os interesses econômicos não decidam tudo, como sempre. A gente não está pedindo muito. Só verão com cara de verão, inverno com cara de inverno e vergonha na cara o ano inteiro.
Maratona cinematográfica


4 de dez. de 2009
Se fui pobre, não lembro

Falando em diferenciais arquitetônicos, você já reparou na enxurrada de novas construtoras que se instalaram de mala e cuia em Porto Alegre e região metropolitana? Meu jornal virou um panfletão de sinaleira, de tanto anúncio imobiliário. Empreendimentos iguais, só muda o nome. Tomara que pelo menos os tapumes sejam bonitinhos.
3 de dez. de 2009
Ser educado é um hábito

Tem gente que tem medo de gente. Ou se acha importante demais para trocar duas palavrinhas. Ser educado é isso, uma troca. E as pessoas hoje em dia só querem receber. Segurar a porta do elevador para alguém é tão civilizado. Lembre que no dia seguinte pode ser você chegando cheia de sacolas do supermercado, torcendo por uma colaboração. Não adianta compartilhar tudo nas redes sociais e no offline ser egoísta, não encaminhar um Oizinho sequer.
E se a Super Nanny pegasse os adultos mal educados pra botar na linha? Seria engraçado assistir. Passou reto com cara de paisagem... vai agora mesmo pro canto pensar no que fez! Depois não adianta reclamar das crianças, elas são o reflexo dos adultos com quem convivem.
illustration from bpoblogger.com
2 de dez. de 2009
O presente mais legal do mundo

ACEITA ACEITA ACEITA, disse ela já em dúvida se dava o mapa ou batia em mim. Respondi TÁBOM TÁBOM TÁBOM. Por que a gente reluta em aceitar o que é dado de coração, achando que é demais? Essa amiga não quer só se encontrar comigo, ela quer que eu me encontre. E faz tempo que vem mostrando o caminho das pedras.
Terça que vem, eu vou fazer o primeiro mapa astral da minha vida. Vou desvirginar na Astrologia! Confesso que sempre tive receio de cartomantes, astrógolos e Paulos Coelhos. Medinho aos 42 não dá, né? Por mais que eu sinta que 2010 vai ser o meu ano (pode ser o seu também!!), é bom ter alguma confirmação cósmica. Um OK de Saturno e Urano. Uma estrela piscando no céu. Uma Lúcia aqui na terra dizendo VAI LÁ, MAGA.
Terça que vem, eu vou fazer o primeiro mapa astral da minha vida. Vou desvirginar na Astrologia! Confesso que sempre tive receio de cartomantes, astrógolos e Paulos Coelhos. Medinho aos 42 não dá, né? Por mais que eu sinta que 2010 vai ser o meu ano (pode ser o seu também!!), é bom ter alguma confirmação cósmica. Um OK de Saturno e Urano. Uma estrela piscando no céu. Uma Lúcia aqui na terra dizendo VAI LÁ, MAGA.
1 de dez. de 2009
Últimos dias

Eu me dei conta de que os pais se sentem assim em relação ao crescimento dos filhos. E ninguém berra o “Só até amanhã”, nos alertando pra curtir os últimos resquícios de infância. Nós achamos que está tudo sob controle, que as fotos tiradas são mais do que suficientes e as roupas encurtam dentro do previsto.
Mas, de uma hora para outra, a inocência dos filhos vira uma promoção relâmpago, daquelas de dormir na fila e aproveitar assim que a loja abrir. Do nada, aparece um saldinho de fantasia. Imperdível, corra, leve pra casa, você precisa muito!!! Só uma unidade por cliente, não insista!
Ontem caiu um dente do Fabio. E, acredite, a família inteira entrou na expectativa da fada do dente. Sim, ela mesma. Mais analógica, impossível. Seis Gogos* acordaram embaixo do travesseiro, deixando todo mundo feliz! Não tem dinheiro no mundo que pague um momento desses. Em tempos cada vez menos mágicos, onde só as invenções digitais nos emocionam, eu tive o privilégio de aproveitar djá. A infância pode ser só até amanhã, ou amanhã já pode ser tarde.
*Gogos são a nova mania nos colégios. Bonequinhos vendidos nas bancas, em pacotes tipo figurinha. Mais um colecionável pra levar o troco dos pais.
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