Os quartos eram em número suficiente para acolher todos os chefes que só existiam na imaginação dos funcionários. Eles chegavam aos montes, sempre sorridentes, educados, generosos e absurdamente prestativos.
Ao circular pelos corredores da mansão, os chefes imaginários encontravam o mesmo ambiente corporativo: sala de estar de reunião, sala de jantar de reunião, cozinha de reunião, banheiro para eles e elas, divisórias no lugar de paredes, máquinas de xerox e de café em cada andar e muitas portas falsas de elevador.
O triste é que na Mansão Fonseca para Chefes Imaginários não havia para quem distribuir lucro e entregar bloquinho extra de ticket-restaurante no fim do mês. O senhor Fonseca, dono da mansão e o mais antigo chefe imaginário da casa, disponibilizava power points, flip charts, gráficos e folhas de rascunho para passar o tempo. Difícil era explicar para chefes tão perfeitos por que eles tinham sido dispensados.
No início eles não perguntavam nada. Trocavam cartões, contavam piadas. Quando passava a novidade, entendiam o que estavam fazendo ali. Nada - absolutamente nada. Eles eram fruto da imaginação de gente que não os queria mais. E sem aviso prévio, o que eles jamais fariam. Rejeição pura. Dura realidade.
Não que esses trabalhadores finalmente tivessem encontrado chefes bacanas de verdade. Muito antes pelo contrário. A decepção era tanta que eles preferiam abrir micro empresas e passar para o lado de lá do computador. Ao acreditar que eles próprios poderiam ser chefes ainda melhores que os criados por sua imaginação, mandavam os simpáticos engravatados para a Mansão Fonseca.
Esses ex-funcionários nem imaginavam que num futuro próximo também seriam fonte de inspiração para seus funcionários criarem novos chefes imaginários.
Chefes que chamavam funcionário de colaborador. Que jamais ligavam para incomodar quem saía de férias - e que obrigavam todo mundo a tirar férias. Ofereciam térmicas com suco de laranja e capuccino. Sabiam os nomes dos filhos de sua equipe. Davam abraço de feliz aniversário e aumento sem pedir. Jogavam futebol com a galera e depois pagavam a cerveja. Liberavam todo mundo mais cedo na sexta-feira. Elogiavam, motivavam, sorriam, encantavam.
Ainda bem que a Mansão Fonseca para Chefes Imaginários tinha um belo terreno ao redor. Dava para fazer um puxadinho e receber muita gente.
Ao circular pelos corredores da mansão, os chefes imaginários encontravam o mesmo ambiente corporativo: sala de estar de reunião, sala de jantar de reunião, cozinha de reunião, banheiro para eles e elas, divisórias no lugar de paredes, máquinas de xerox e de café em cada andar e muitas portas falsas de elevador.
O triste é que na Mansão Fonseca para Chefes Imaginários não havia para quem distribuir lucro e entregar bloquinho extra de ticket-restaurante no fim do mês. O senhor Fonseca, dono da mansão e o mais antigo chefe imaginário da casa, disponibilizava power points, flip charts, gráficos e folhas de rascunho para passar o tempo. Difícil era explicar para chefes tão perfeitos por que eles tinham sido dispensados.
No início eles não perguntavam nada. Trocavam cartões, contavam piadas. Quando passava a novidade, entendiam o que estavam fazendo ali. Nada - absolutamente nada. Eles eram fruto da imaginação de gente que não os queria mais. E sem aviso prévio, o que eles jamais fariam. Rejeição pura. Dura realidade.
Não que esses trabalhadores finalmente tivessem encontrado chefes bacanas de verdade. Muito antes pelo contrário. A decepção era tanta que eles preferiam abrir micro empresas e passar para o lado de lá do computador. Ao acreditar que eles próprios poderiam ser chefes ainda melhores que os criados por sua imaginação, mandavam os simpáticos engravatados para a Mansão Fonseca.
Esses ex-funcionários nem imaginavam que num futuro próximo também seriam fonte de inspiração para seus funcionários criarem novos chefes imaginários.
Chefes que chamavam funcionário de colaborador. Que jamais ligavam para incomodar quem saía de férias - e que obrigavam todo mundo a tirar férias. Ofereciam térmicas com suco de laranja e capuccino. Sabiam os nomes dos filhos de sua equipe. Davam abraço de feliz aniversário e aumento sem pedir. Jogavam futebol com a galera e depois pagavam a cerveja. Liberavam todo mundo mais cedo na sexta-feira. Elogiavam, motivavam, sorriam, encantavam.
Ainda bem que a Mansão Fonseca para Chefes Imaginários tinha um belo terreno ao redor. Dava para fazer um puxadinho e receber muita gente.
Um comentário:
Uma premissa básica MUITO original!
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