3 de jun. de 2009

Até a Luluzinha??

Sei que o tempo não perdoa ninguém, mas até a Luluzinha virou teen?
Eu já tinha lido sobre a nova fase do gibi que foi minha paixão quando criança. Fiquei curiosa e, claro, incomodada com a notícia. Que mania triste mexer nas referências dos outros!
O clube do Bolinha marcou época, a inteligência da Luluzinha era um clássico. Aqueles dois mundinhos se confrontavam, se distanciavam e, ao mesmo tempo, estavam sempre juntos. Lições de comportamento nas tirinhas. O Plínio, metido a rico e carente. A peste da Aninha... puxa vida. Lembro que nunca tinha passado pela minha cabeça a possibilidade de alguém comer bolo misturado com sorvete, até que eu vi eles repetirem a iguaria nos aniversários da turma.
Entendo por que isso acontece (a versão teen, não o bolo com sorvete). Crise de criatividade coletiva. Se Hollywood e Globowood vivem fazendo remakes de filmes e novelas, para que inventar coisas novas? Ser original é correr o risco de não agradar o público - e os anunciantes, o que é pior. Na agência que marcou a minha vida, as mulheres e os homens era divididos em dois grandes grupos de e-mail: Luluzinha e Bolinha. Espero que não tenham acabado com isso também. Era um carinho na alma (se bem que os estagiários bebês nem devem saber de onde saíram esses nomes).
Já não bastava a turma da Mônica criar espinhas com traços de mangá (e minha xará comilona ser transformada em rata de academia), agora eu tenho que ver o Bolinha magro e descolado? Cadê o consolo pros gordinhos? Se a Gloria Kalil está metida nisso, vou ter que conferir. E juro não desconfigurar o que está na minha memória. Se a turma da Luluzinha cresceu, eu imagino que aquelas roupas não sirvam mais. Só que o Super Homem não precisou de um guarda-roupa fashion pra subir (literalmente) na vida. Ele se juntou a bons roteiristas. O vestidinho amarelo da Magali, o Cascão que nunca tomava banho, os três fios de cabelo do Cebolinha, os cachinhos da Luluzinha, a pança do Bolinha. Cada um tinha uma identidade muito forte. Criança sempre gostou de repetição, as de hoje também – que o digam os canais infantis, reprisando exaustivas vezes os mesmos episódios.
Bom, o desabafo está feito. De qualquer forma, vai ser um reencontro de duas amigas de infância. Mas nós vamos ter que forçar a vista para uma reconhecer a outra. Isso se a Luluzinha lembrar que um dia foi uma garotinha como eu (não faz muito tempo, espiei o desenho dela na TV. Era quase, quase igual ao gibi).

Um comentário:

Fernanda Reali disse...

Helena está colecionando a Monica jovem e já reservamos na banca a luluzinha Teen. É febre!
Olha isso:
http://helenareali.blogspot.com/2009/05/turma-da-monica-jovem.html#links