17 de jan. de 2010

O fim de uma era

-Mãe, olha a toalha que eu me enxugo! E os lençóis que eu durmo!
É duro ter um adolescente dentro de casa. De uma hora para outra, ele inicia uma rebelião cama-mesa-banho. A gente nunca está preparada, fica sem argumento. Olhei pra toalha que ele pendurou no secador. Limpa, cheirosa e quase nova, porém com o agravante de ter o Mickey estampado. Um grande e vários pequenos! Puxa, Rafinha, eu gostava dessa toalha, quantas vezes te enrolei ali no frio do inverno.
Mas um homem de 13 anos não pode ter sua autoconfiança abalada todos os dias na saída do chuveiro. Até o lençol do Yugi-Oh, que veio dos Isteits e na época causou furor, entrou na conversa. Sumariamente dispensado pelo dono. A fantasia evaporou. Aquilo não foi um simples banho, foi um divisor de águas.
A grande culpada é a ótima qualidade dos produtos. Ok, ok, mais o desejo inconsciente de esticar a infância dos filhos. Eu não sou a única mãe que se aliou aos personagens infantis. Entendi o recado. Tanto que comprei toalhas novas (neutras e másculas) e transferi os lençóis temáticos pro quarto ao lado, onde ainda ninguém queima o colchão.
Toda rebelião tem sempre um estopim. Você acredita que eu fui derrubada por uma caneca de bichinho? Ela era comprida, com dois corpos de girafas pintados, perfeita pra guardar escovas de dentes. Eu gostava tanto dessa caneca, a parte de cima das escovas se transformava nas cabeças das girafas. Começo a desconfiar que ouve um complô, a caneca não lascou sozinha. Também já substituí a peça por um conjunto neutro e másculo.
A gente tem que ser rápida numa hora dessas. Pelo menos, ganhei um beijo de agradecimento.

Um comentário:

Taina Fiori disse...

Maga, quase chorei!!! Também tô passando por isso! E nem dá mais pra apertar eles em público!