11 de ago. de 2010

Leitura dinâmica

Eu sempre fico tensa na presença de um oculista. Amanhã vou fazer o exame de olhos para renovar a carteira de motorista. Ai dele que diga que eu não enxergo bem. Perto do que já foi, eu enxergo tudo que precisa. Não conta o sufoco que eu passo pra ler placa de esquina e número de edifício na calada da noite.
É só ver aquela projeção de letras na parede que volta o meu passado míope. Fui uma adolescente mezzo fundo de garrafa, mezzo lente com olho vermelho. Eu odiava que me vissem de óculos e tive que esperar até os 30 anos para operar e me livrar dos soros, estojinhos e colírios. Levei um bom tempo pra curtir óculos de sol.
E agora esse exame. Imagina se meus olhos acordam preguiçosos, não estão a fim de ler nada e o oculista coloca um carimbão dizendo SÓ DE LUNETA, MINHA FILHA. Sem falar que foto de documento sempre fica tinhosa. Com isso, eu convivo. Óculos, nem pensar.

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