1 de jun. de 2010

Tralhas, tralhões e tralhinhas

Abra uma porta de armário que você não mexe faz tempo. Mas tenha cuidado para não ser soterrada. É incrível a capacidade que o ser humano tem de armazenar roupas que não servem mais, objetos que não têm a menor utilidade, notas ficais de 1954, papéis que já viraram papiro.
A minha mesa do trabalho não possui gavetas, e eu sinto tanta falta delas. Ao mesmo tempo, é bom porque não consigo juntar tralhas. Em casa, eu me considero uma pessoa organizada e adoro promover um faxinão. Mesmo assim, levo um susto e lá se vai um novo carregamento para o lixo.
Esses dias, subi em um banquinho e achei uma sacola suspeita com - pasme - seis caixinhas de guardar aparelho ortodôntico. Em uma delas havia resquício da primeira pasta de dentes que a Colgate lançou no mercado. Eu nem sabia que ainda guardava aquilo.
Saboneteiras também surgem do nada. E pratinhos de vaso. Outras coisas que se multiplicam e lotam armários: pote sem tampa, colher sem cabo, meia sem par, brinco sem tarrachinha, remédio sem validade, cadarço sem aquela pontinha dura, cueca sem elástico. Socorro!, eu chamo o telentulho e não me livro de tudo. Casa que tem criança, então, é um antro de craqueiras. Eles adoram guardar figurinhas, latinhas, caixinhas e todos os inhas que encontram por aí.
Não é que os apartamentos de hoje sejam pequenos, é o consumismo que aumentou. Por isso, eu sugiro uma profilaxia periódica. Abra os armários e abra espaços vazios. Menos é mais, já disse a Gloria Kalil.

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