17 de mar. de 2009

Bruxas e bruxismo

Tenho bruxismo, um mal da vida moderna. Quando eu durmo, meus dentes começam a ranger numa vingancinha ao estresse do dia. Se não uso uma placa na calada da noite, eles não sobrevivem. Ou seja, não tenho muita opção. Os sorrisos originais de fábrica são tão raros hoje em dia.
Mantenho uma relação de amor e ódio com a minha placa. Acordo várias vezes pra arrancar a maldita da boca. De manhã, é aquele jogo de esconde-esconde. Ela pode ter parado embaixo do travesseiro ou da cama, estar camuflada no lençol ou até fora dos limites do quarto, comprovando que tenho meus momentos de sonambulismo. Se perco o sono, boto a culpa na placa. Se não consigo dormir, boto a placa e durmo.
Não é que ela funciona? Eu olho para o estojo da placa e já relaxo. Sinto sua falta no trânsito e no trabalho. Quando as bruxas estão à solta, acordam o bruxismo. Às vezes dá vontade de usar a placa na agência. E apresentar vários roteiros. Com cliente na reunião. Ia ser uma cena engraçada.

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