Não conheço ninguém que, de uma forma ou de outra, não tenha sido afetado pela crise. Se não foi, vai ser. É um financiamento que pesa, uma demissão que assusta, uma viagem que é adiada, a lista do supermercado que diminui, a insegurança que ronda. Mas essa crise bandida veio para mostrar que dá para viver com muito menos. Todo mundo consome bem mais do que precisa. Tem que passar um período de abstinência para se dar conta disso.
Quem já fez um regime sério vai concordar que a situação é parecida: quando a gente aceita o fato de que precisa emagrecer e se reeducar, é só o estômago desinchar para ver que a fatia do bolo pode ser bem menor – se é que esse bolo é tão fundamental assim. Depois de um tempo cortando tudo, fica evidente que o bastantão de antigamente não tem razão de ser.
O problema dos regimes é a manutenção, aí é fácil se descontrolar de novo. Eu fui obrigada a apertar o cinto, toda a família foi. Estamos em processo de reeducação financeira e já é visível a cinturinha definida do extrato bancário. Logo, logo, a manutenção vai começar. Nunca mais quero ter uma fatura de cartão obesa. Quando as vitrines de inverno me tentarem com botas lindas, vou ter que ser forte. E fazer aquela velha pergunta: eu realmente preciso? Duro vai ser pronunciar a resposta.
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