16 de mar. de 2009

Carteira fechada, poros idem

A Tefal podia ampliar seu segmento de atuação inventando um revestimento antiaderente para vitrines. Assim, mulheres como eu não grudariam que nem ovo frito em panela de ferro quando enxergam novidades. É evidente que nenhuma loja iria comprar esse incrível produto porque vai contra a lei natural do consumo. Mas eu digo: ficar só na vontade vai contra a natureza feminina, o que é pior. Encarar meses sem uma sacolinha pode ser tão difícil quanto largar a nicotina. E, pelo que eu saiba, ainda não inventaram um adesivo para colocar nos nossos braços.
Com essa crise interminável, fui obrigada a criar uma película protetora ao meu redor. O progresso é notório. O que não impede de eu salivar em algumas vitrines (a maioria dá pra descartar sem dó nem piedade, tem muito souvenir pra mulher-turista). Também evito almoço em shopping, senão posso comer um acessório de sobremesa. Aliás, tenho ido tão rápido a shopping que nem pago mais estacionamento. Resolvo tudo dentro do tempo cortesia e fujo das tentações.
O fato é que uma mulher vaidosa não gasta só com roupas e sapatos. Para deixar a casa apresentável, tem que investir. O sofá novo pode esperar, dá pra largar a almofada em cima do puidinho. Mas e a toalha de banho que já vai sozinha pra máquina de lavar? Não substituo até que as fibras do algodão se transformem num esfoliante grosseiro? No supermercado, sigo prestigiando as ofertas e separando o produto do apelo publicitário. Tenho feito grandes descobertas. Agora com maquiagem é fogo. Tem peças-chave que uma mulher precisa. Não vivo mais sem blot, aquele pozinho mágico que deixa a pele perfeita, com cara de rica. Faz tempo que me despedi dos importados. Tudo isso pra dizer que gastei hoje. Fiz mais uma substituição de marca que promete grande retorno. Quando você me encontrar, diga se valeu ou não a pena.

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