Sendo bem realista: todas as coisas, mais cedo ou mais tarde, vão estragar. Tudo precisa de manutenção. Então por que com as pessoas vai ser diferente?
O ar condicionado do meu carro está sem gás. Tadinho, quando ouvi isso, juro que fiquei comovida. E eu reclamando que ele já não era mais o mesmo. Sem gás, nem ele nem eu vamos longe. No fim de semana eu fui pra serra justamente atrás disso, voltei novinha. O gás do ar condicionado vai ser reposto numa oficina, já que dormir e comer bem não fariam o mesmo efeito para ele.
Daí lembrei de outras coisas que sofrem com a ação do tempo. O sofá que desbota é como a nossa pele ao sol. A luz que entra pela janela é gostosa, parece um dia de praia. Mas a pele vai manchar sem uma cortina, ops, protetor fator 30. A tinta que lasca e mostra a madeira crua embaixo – lembrei dos fios de cabelo branco, de como um retoque é necessário. O edredon que descostura, a meia que fura, o parafuso que solta (da panela e da cabeça), o vidro que trinca, a porta que range (joelho também faz barulho), o choro que não sai, a conversa que empena, o inox que perde o brilho – deusmelivre perder o brilho no olho!
Difícil manter tudo novo num carro que é bem usado, numa casa que não é showroom de loja, numa pessoa que é bem vivida. Lembro de ler numa revista feminina que rir muito pode causar marcas de expressão. Ah, faça-me o favor. Prefiro ter minhas rugas de gargalhadas.
O não usar também estraga. O que você acha que acontece com um coração zerinho de emoção, sem ninguém lá dentro? Vai estragar de tristeza. E as pessoas fechadas como casa de praia, que se esquecem o ano inteiro ou se abandonam por causa do trabalho? Essas, na melhor das hipóteses, vão mofar. Pensando em tudo isso, no gás que às vezes falta e a gente não percebe, acabei de marcar uma revisão na médica. Não sinto dor, só vida. O que não impede de eu me cuidar. A manutenção de uma pessoa nada mais é do que se dar atenção.
O ar condicionado do meu carro está sem gás. Tadinho, quando ouvi isso, juro que fiquei comovida. E eu reclamando que ele já não era mais o mesmo. Sem gás, nem ele nem eu vamos longe. No fim de semana eu fui pra serra justamente atrás disso, voltei novinha. O gás do ar condicionado vai ser reposto numa oficina, já que dormir e comer bem não fariam o mesmo efeito para ele.
Daí lembrei de outras coisas que sofrem com a ação do tempo. O sofá que desbota é como a nossa pele ao sol. A luz que entra pela janela é gostosa, parece um dia de praia. Mas a pele vai manchar sem uma cortina, ops, protetor fator 30. A tinta que lasca e mostra a madeira crua embaixo – lembrei dos fios de cabelo branco, de como um retoque é necessário. O edredon que descostura, a meia que fura, o parafuso que solta (da panela e da cabeça), o vidro que trinca, a porta que range (joelho também faz barulho), o choro que não sai, a conversa que empena, o inox que perde o brilho – deusmelivre perder o brilho no olho!
Difícil manter tudo novo num carro que é bem usado, numa casa que não é showroom de loja, numa pessoa que é bem vivida. Lembro de ler numa revista feminina que rir muito pode causar marcas de expressão. Ah, faça-me o favor. Prefiro ter minhas rugas de gargalhadas.
O não usar também estraga. O que você acha que acontece com um coração zerinho de emoção, sem ninguém lá dentro? Vai estragar de tristeza. E as pessoas fechadas como casa de praia, que se esquecem o ano inteiro ou se abandonam por causa do trabalho? Essas, na melhor das hipóteses, vão mofar. Pensando em tudo isso, no gás que às vezes falta e a gente não percebe, acabei de marcar uma revisão na médica. Não sinto dor, só vida. O que não impede de eu me cuidar. A manutenção de uma pessoa nada mais é do que se dar atenção.
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