Vi a exposição Corpos há três anos em Nova Iorque. Eles continuam bem conservados, tanto na versão fatiada quanto na quase inteira. Teve gente que passou mal ao meu lado. Eu, não. Saí de lá encantada. Estudei cada pedaço daqueles pedaços com uma curiosidade mórbida. Nosso corpo é genial por dentro. E muito mais complexo do que se imagina. Lembro que uma das coisas que mais me impressionaram foi achar pelos em certas partes, apesar da assepsia total. Os caras deixaram aquilo de propósito, só para nos lembrar que os bonecos foram pessoas de verdade. Outra visão memorável: todo aquele emaranhado de veias, deitadinhas como se fossem gente, mas sem a embalagem protetora. Puro design. Também adorei os corpos fazendo (ou imitando) atividades físicas, principalmente o que jogava basquete. Chineses, brasileiros, ingleses, jamaicanos - tanto faz a nacionalidade e a cor da pele. Por dentro, a engenhoca é a mesma. Duvido alguém sair da exposição e emendar um fast-food no shopping. Não por nojo, mas por respeito ao nosso avesso.
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